A Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em
parceria com a 15.ª Companhia de Engenharia
de Combate do Exército Brasileiro, em Palmas
(região Centro-sul do Estado), começou
nesta sexta-feira (18) a construir o maior aquecedor
solar com materiais recicláveis do Paraná.
Em sua montagem serão utilizadas mais de
3 mil embalagens - 1,5 mil garrafas PET e 1,5 mil
embalagens longa-vida cartonadas, arrecadadas por
voluntários e pelos próprios soldados.
Para o secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues,
iniciativas como esta servem de exemplo a toda a
sociedade. “A energia limpa é um assunto
atual, que não deve apenas ser discutido,
mas sim colocado em prática. Com a instalação
deste aquecedor, a 15.a Companhia dá exemplo
de como isso pode ser feito, colabora com o meio
ambiente e ainda irá poupar recursos”, comentou.
Quatro soldados participam da
confecção do sistema de aquecimento
será instalado no alojamento do quartel,
ocupado por 50 pessoas. “O aquecedor ajudará
a diminuir gastos com o fornecimento de energia
elétrica para esquentar cerca de 8 mil litros
de água consumidos diariamente no alojamento”,
destacou um dos soldados, Alexandre Miguel.
Segundo o técnico da Secretaria
que coordena a montagem, José Dionir “Zeco”
Paz, a idéia de construir e instalar o aquecedor
solar no quartel surgiu a partir de uma atividade
promovida no município durante o Paraná
em Ação. “Alguns integrantes da 15.a
Companhia participaram da oficina e ficaram muito
interessados com os benefícios, tanto ambientais
como econômicos, do aquecedor. E, além
de se comprometerem a ensinar a montagem a outras
pessoas, começamos a conversar sobre a construção
deste que é o maior aquecedor ecológico
já construído no Paraná”, disse.
Desde o início do ano passado,
quando o aquecedor solar começou a ser divulgado,
estima-se que já tenham sido confeccionados
cerca de 6 mil aquecedores – o que evitou que quase
3 milhões de embalagens fossem destinadas
em aterros sanitários.
De cada 100 garrafas PET comercializadas
no Estado, apenas 15 são recicladas, de acordo
com dados da coordenadoria de Resíduos Sólidos
da Secretaria do Meio Ambiente. Já o consumo
de embalagens longa vida chega a 400 milhões
de unidades por ano, das quais 240 milhões
são lançadas no meio ambiente, causando
forte impacto ambiental.
+ Mais
Conservação da baía
de Guaratuba será prioridade no Paraná
Implementar estratégias
para a conservação da baía
de Guaratuba será prioridade para instituições
de pesquisas e órgãos governamentais
até o ano de 2010. Com base nesta linha,
a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) apoiaram
a realização do 1º Encontro de
Conservação e Gestão da Baía
de Guaratuba.
Durante o evento, representantes
de instituições públicas e
privadas, e lideranças municipais - pesquisadores
do Grupo Integrado de Aqüicultura e Estudos
Ambientais da Universidade Federal do Paraná
(GIA) -, apresentaram diagnóstico sobre a
adoção urgente de medidas para conter
os problemas ambientais causados na segunda maior
baía do Estado.
De acordo com a bióloga
Larissa Lopes Mellinger, uma das pesquisadoras responsáveis
pelo estudo, durante seis meses a equipe levantou
os alvos emergenciais para a preservação
no local, principais ameaças, atores envolvidos
e estratégias para resolver os problemas
diagnosticados.
O trabalho considerou a necessidade
de conciliação com o uso sustentável
dos recursos pesqueiros. Para o desenvolvimento
do trabalho foi usada a metodologia da Organização
Não-Governamental, The Nature Conservancy
do Brasil (TNC) que, desenvolve ações
prioritárias para conservação
de determinados ambientes e ecossistemas.
A principal ameaça à
fauna e a flora da baía de Guaratuba ainda
é a exploração desordenada
dos recursos naturais. “Práticas ilegais
como a pesca de arrasto, captura de caranguejos
fêmeas, uso de malha (rede) menor que o tamanho
permitido para a pesca do camarão e a colocação
de redes nas bocas dos rios reduzem drasticamente
os recursos pesqueiros da região. Isso leva
à perda cultural das populações
de pescadores artesanais marginalizadas pela falta
da matéria-prima do seu sustento”, afirmou
a pesquisadora.
Segundo ela, o grupo de pesquisadores concluiu que
a melhor forma de garantir a conservação
da baía é implementando a gestão
participativa, que prevê o envolvimento das
comunidades ribeirinhas, associações
de moradores e pescadores no projeto.
Durante o encontro foram criados
grupos de trabalho para discutir e validar os resultados.
Entre os principais temas estão a pesca artesanal,
peixes e camarões, mangue (foco na ostra
e caranguejo), boca de rio e águas estuarinas.
“Com a implementação das ações,
dentro de dois ou três anos os resultados
já poderão ser sentidos pela comunidade
local”, disse Larissa.
Contribuição - a
chefe do escritório regional do Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) em Guaratuba, Célia
Cristina Lima Rocha, afirma que o trabalho dos pesquisadores
irá complementar o Plano de Manejo da Área
de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba
- aprovado em 2007.
“O Plano de manejo da APA de Guaratuba
só inclui a parte terrestre e não
aborda os espelhos d´ água e a baía,
o que demonstra a importância desta iniciativa”,
menciona. Ela destaca ainda, que o trabalho contém
estratégias de ação para ordenar
o uso dos recursos naturais da baía. “Além
disso, todo o trabalho foi feito em parceria com
a comunidade, o que garante a consistência
dos dados que serão incluídos no Plano
de Manejo”, informa.
Processos - O Sistema Nacional
de Unidades de Conservação exige o
Plano de Manejo para a garantir a correta gestão
de Unidade de Conservação no que ser
refere a fauna, flora e recursos hídricos.
O documento pode ser alterado conforme a necessidade
da Unidade de Conservação e deve estar
sempre em atualização.
A elaboração de
Planos de Manejo é uma exigência do
Sistema Nacional e Unidades de Conservação
(SISNUC). O documento reúne atividades e
estabelece diretrizes básicas para o manejo
das Unidades de Conservação, sendo
reavaliado constantemente de modo a manter-se sempre
ajustado às mudanças que ocorrem na
realidade. Não se restringe apenas à
área da unidade, mas avança para a
vizinhança, prevendo parcerias com prefeituras,
organizações da sociedade civil, moradores
e empresas, tendo em vista a proteção
ambiental das áreas naturais protegidas
O coordenador do Projeto de Zoneamento
Marinho da Costa Paranaense na Secretaria do Meio
Ambiente, Paulo Roberto Castela, diz que os resultados
do evento foram excelentes. “O plano forneceu indicativos
para elaboração de um zoneamento marinho
integrado à gestão territorial para
a baía de Guaratuba. Assim será possível
construir um plano de manejo pleno para esta importante
região do Litoral paranaense”, destacou Castela.
Ele completa dizendo que, o próximo
passo será consolidar todas as informações
reunidas durante o evento e elaborar a proposta
de zoneamento, que mais tarde servirá como
referência para construção de
normas legais que institucionalizem o zoneamento
propriamente dito. A expectativa é que a
proposta seja concluída até o final
deste ano.
A Baía de Guaratuba é
a segunda maior do estado, com 48,72 km² de
extensão. Através dela é feito
o acesso de Matinhos e Guaratuba, pela travessia
com o ferryboat. A Baía de Guaratuba é
composta por 16 rios, 14 que nascem na serra, inúmeras
ilhas, mangues e vegetação típica
formando uma das paisagens mais bonitas do Estado.
Rica em fauna e flora, é hoje uma área
de proteção ambiental.
Ao fundo da baía de Guaratuba,
ao pé da Serra do Mar, está o Salto
do Parati, local de beleza rara, dentro da Mata
Atlântica e totalmente preservada. Outro local
bastante visitado às margens da baía
é o Cabaraquara, onde se encontram rios,
mangues, montanhas, cachoeiras, e uma comunidade
que viva da maricultura e da pesca.