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DIRETOR DA ANEEL DIZ QUE SITUAÇÃO ENERGÉTICA DO PAÍS É CONFORTÁVEL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

18 de Julho de 2008 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, disse hoje (18) que o Brasil está numa situação confortável em termos energéticos e que o atual cenário deve refletir em redução do custo de energia.

Kelman considerou positivo o fato da usina de Belo Monte, que será construída no Xingu, ser aprovada pelo governo. Ele, no entanto, considera que, mesmo sem as usinas da região amazônica, o cenário energético é bom, já que o Brasil teria outras fontes.

“Só que seriam mais caras e mais poluentes”, alertou Kelman. Para ele, a manifestação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que o processo de licenciamento ambiental da usina será “mais preciso, mais expedito e, também, mais rigoroso”, afasta incertezas por parte dos investidores interessados com relação a prazos.

Kelman analisou que a segurança por parte dos investidores certamente refletirá em redução do custo de energia. “Porque parte do custo de energia está associado à incerteza que têm os empreendedores de quanto tempo vai demorar o seu empreendimento”, explicou.

Belo Monte ficará localizada no rio Xingu, entre os estados do Maranhão e Tocantins, e deverá gerar 11 mil megawatts (MW) de energia a partir de abril de 2014. A previsão é que o leilão ocorra no final de 2009.

Segundo Kelman, a Aneel realizará um leilão de biomassa no dia 14 de agosto. O diretor-geral da Aneel acredita que novas usinas entrem em operação em 2010. “É uma energia que não só entra rápido, mas ela é também ambientalmente sustentável, porque não contribui para o efeito estufa”, destacou.

No dia 19 de agosto, será realizado pela Aneel o sexto leilão de energia nova, que vai negociar contratos de comercialização de energia para início de suprimento em janeiro de 2011. O preço-teto inicial será de R$ 150 por megawatt-hora (MWh).

A Aneel deverá realizar o leilão de energia elétrica de novos empreendimentos (A-5), destinado à negociação de contratos de energia para começo de fornecimento em janeiro de 2013, também em agosto.

O diretor-geral da Aneel considerou acertada a medida preventiva adotada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que manteve usinas termelétricas ligadas para não sobrecarregar os reservatórios de água e evitar uma escassez no futuro.

“Nós estamos economizando água para 2009, essencialmente. E uma maneira de economizar água é gerar energia elétrica com outra fonte, queimando gás. É o que está sendo feito."

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Governo prepara novo plano de longo prazo para o setor energético

18 de Julho de 2008 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Para se adequar às mudanças no perfil energético do país, principalmente à recente descoberta de petróleo na camada pré-sal, o governo prepara um novo plano de longo prazo para o setor. A informação foi divulgada hoje (18) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

O último Plano Nacional de Energia, publicado em 2007 pelo Ministério de Minas Energia - ao qual a EPE é vinculada, traça uma série de projeções sobre a produção de energia de diversas fontes e da demanda até 2030, levando em conta o crescimento da população e da economia, por exemplo.

Tolmasquim antecipou que no novo documento, que deve ficar pronto ao final de 2009, haverá mudanças no que tange à oferta de petróleo e seus derivados e novas projeções para a produção de etanol e de bioeletricidade, ambos derivados da cana-de-açúcar.

“A principal mudança está ligada ao petróleo, que é o principal fator novo, devido ao surgimento grande desse produto e de gás natural”, disse. “Já a expansão do álcool é um fator importante, que também deve ser considerado”.

Tolmasquim também falou sobre elementos na área elétrica, que levaram a mudanças. Ele lembrou os leilões das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau na Amazônia. “O fato de as usinas terem sido tão baratas, é uma informação que não tínhamos na época”.

De acordo com o presidente da EPE, as atualizações no plano são normais e consideram o perfil da economia mundial. “O planejamento é uma visão de um certo momento e, de tempos em tempos, precisa ser atualizado”.

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Hidrelétrica do Xingu deve ser leiloada no primeiro semestre de 2009, prevê Lobão

25 de Julho de 2008 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou hoje (25) que está previsto para o primeiro semestre do próximo ano o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a primeira do Rio Xingu. Cercada por polêmicas, a usina deve gerar 11 mil megawatts a partir de 2014.

“Não temos ainda a data, mas queremos fazer o leilão no primeiro semestre do ano”, disse à imprensa, ao participar de evento no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Para evitar mudanças no projeto de construção da hidrelétrica, como aconteceu com a Usina de Jirau, no Rio Madeira, Lobão antecipou que o edital de Belo Monte deve limitar o terreno para a instalação da usina.

O consórcio vencedor de Jirau propôs que a hidrelétrica fosse construída a nove quilômetros do definido no edital. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estudam a alteração.

O ministro também informou que as empresas subsidiárias da Eletrobrás poderão participar da concorrência para construção da hidrelétrica do Xingu. Mas, devem ser “minoritárias” nos consórcios responsáveis pelas obras.

“Elas podem participar do mesmo modo que o atual, concorrendo entre si. Podem até ser majoritárias, mas preferimos que sejam minoritárias, com 40% [do capital], conforme têm hoje. Acho que pode ser até um pouco mais ou um pouco menos”.

Questionado sobre disputas envolvendo os consórcios que concorreram no leilão de Jirau, Lobão informou que o governo busca “um entendimento” entre eles para que a obra não seja prejudicada. Se o caso for parar na Justiça, a estimativa é de que a construção atrase 10 anos.

O ministro também descartou a possibilidade de realizar um novo leilão, caso as alterações no projeto de Jirau não sejam aprovadas pelo Ibama e pela Aneel. Lobão explicou que, se isso acontecer, o consórcio deve fazer a usina no local definido no edital ou desistir da obra.

“Desistindo da obra, [o consórcio] paga multa muito pesada”, disse. “Ou então, o projeto vai para o segundo lugar da disputa, ou ainda anularíamos o leilão, mas não está na cogitação do ministério anular o leilão”, acrescentou.

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Disputa pode atrasar construção da Usina de Jirau, diz presidente de consórcio

22 de Julho de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Se o impasse em torno das mudanças no projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), propostas pelo consórcio vencedor, for parar na Justiça, a obra poderá atrasar até dez anos. A previsão é do presidente do Consórcio Energia Sustentável do Brasil, que venceu o leilão, Victor Paranhos.

“Vai virar uma competição de advogados, e o Brasil vai ficar sem 3,3 mil megawatts de energia”, afirma. Paranhos diz também que a briga entre os dois consórcios que disputaram o leilão pode comprometer parcerias futuras entre as empresas Suez e Odebrecht, que encabeçam os dois grupos, inclusive para concorrer na licitação para a construção da Usina de Belo Monte, no Pará, na qual a Suez tem interesse.

“Se alguém te ameaça em um dia e no dia seguinte quer fazer parceria, isso não pode acontecer”, disse. Paranhos garante que se reuniu pelo menos três vezes com a diretoria do Consórcio Jirau Energia, formado pelas empresas Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Cemig, que perdeu o leilão, tentando resolver o impasse.

Depois de ter sido anunciado como vencedor da disputa pela construção da usina, o consórcio Energia Sustentável do Brasil, formado pelas empresas Suez Energy, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf, anunciou que pretende fazer mudanças no projeto previsto no edital, entre elas a realocação da barragem em 9,2 quilômetros abaixo do ponto original.

Segundo o consórcio, essa alteração vai possibilitar que sejam feitas menos escavações, diminuindo os impactos ambientais e os custos, além de antecipar o cronograma da obra e permitir uma economia de R$ 1 bilhão no projeto, que tem custo estimado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de R$ 8,7 bilhões.

Paranhos diz que o novo projeto é melhor do ponto de vista ambiental, social e de engenharia. Segundo ele, o projeto previsto no edital é “muito ruim”. “Não tem empresa no mundo que faça aquele projeto, nem a Odebrecht faria”, diz.

As mudanças no projeto ainda deverão ser aprovadas pela Aneel e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (22) que está conversando com representantes dos dois consórcios para buscar um entendimento e assegurou que não haverá atrasos na obra por causa da disputa. “Não posso admitir que o interesse nacional seja prejudicado por conta de uma disputa entre duas empresas”, disse.

O diretor do Jirau Energia, Irineu Meirelles disse apenas que o consórcio “irá se manifestar no momento que julgar oportuno e em foro próprio”.

Hoje (22), a Aneel negou o recurso apresentado pelo Consórcio Jirau Energia, perdedor do leilão, que pedia o cancelamento da habilitação concedida ao grupo vencedor, o Consórcio Energia Sustentável do Brasil (Cesb). O recurso questionava apenas questões técnicas, como a falta de documentos exigidos pelo leilão.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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