Belém
(21/07/08) - O Ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, anunciou na última sexta-feira, dia
18, em Belém, a assinatura do Fundo Amazônia,
que é um dos três Atos que o Presidente
Lula fará no dia 1º de agosto deste
ano. A declaração foi feita durante
o lançamento da Agenda Ambiental da Indústria
do Pará, proposta pelo Setor Produtivo do
estado.
De acordo com Minc, o Fundo Amazônia
é um projeto do MMA que pretende arrecadar
U$900 milhões no primeiro ano para financiar
atividades na área ambiental. “A primeira
doação chegará em setembro
pelas mãos do Primeiro Ministro da Noruega
com um cheque de U$100 milhões de dólares”,
afirmou.
Ele explicou que esses recursos
vão ser utilizados na Gestão das florestas
públicas de áreas protegidas; Controle,
Monitoramento e Fiscalização Ambiental;
Manejo Florestal Sustentável; Atividades
Econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável
da floresta; Zoneamento Ecológico Econômico;
Ordenamento da Regularização Fundiária,
Conservação e Uso Sustentável
da Biodiversidade e recuperação das
áreas desmatadas.
Para o Ministro, essa é
uma resposta antecipada a alguns dos clamores feitos
na manhã de sexta, pelos presentes no lançamento
da Agenda Ambiental. “Como eu sabia que essas questões
iriam ser levantadas, eu me antecipei e já
trouxe a resposta: os recursos para fazer o que
foi dito aqui. A regularização fundiária,
o Zoneamento Ecológico Econômico. O
financiamento dessas atividades. Porque palavras
e boas intenções sem o recurso viram
apenas boas intenções. Então,
nós fazemos questão de assinar um
acordo, mas assinar outros três que garantam
o ‘cumpra-se’ do que assinamos”, disse.
Minc também falou de outro
ponto importante que o Ministério tem sido
implacável que é o combate ao desmatamento.
Ele disse que os infratores estavam acostumados
com a impunidade de tantos anos, mas que, agora,
essa situação será diferente.
“Da mesma forma que estamos assinando acordos importantes
com a soja, com o minério, com a madeira,
com os bancos, do outro lado está a mão
pesada do Ibama e da Polícia Federal no combate
aos crimes ambientais. Não haverá
complacência com os criminosos ambientais”,
garantiu.
Luciana Almeida
Ascom/Ibama/PA
Foto: Luciana Almeida
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Pesquisa latino-americana discutirá
futuro da mamona
Brasília (21/07/08) - O
3º Congresso Brasileiro de Mamona, que ocorre
no período de 4 a 7 de agosto em Salvador
(BA) vai se transformar num espaço estratégico
para a pesquisa científica e tecnológica
sobre a cultura da mamona na Américas Latina.
Dentro do evento ocorrerá a primeira “Reunión
Latino-americana sobre Investigación y Promoción
de Higuerilla”.
“O mundo todo está procurando
alternativas para substituir os combustíveis
fósseis e esta busca está ainda mais
intensa nos últimos meses devido ao alto
preços que o petróleo atingiu. O Brasil
se destaca no cenário mundial por ter desenvolvido
um ambicioso e bem sucedido programa de produção
de etanol e por estar atualmente implementando um
novo projeto para produção de biodiesel”,
comenta o pesquisador da Embrapa Algodão
e um dos organizadores da reunião no Brasil,
Liv Soares Severino.
Em vários países
da América do Sul, América Central
e Caribe a mamona também foi escolhida como
uma das culturas agrícolas para fornecimento
de óleo e por esta razão o 3º
CBM abre espaço para a internacionalização
da troca de informações sobre as pesquisas
agropecuárias nesse campo.
Entre os participantes da reunião
estarão o agrônomo Cesar Adams Urbina
Oviedo, pesquisador do Centro Nacional de Tecnologia
Agropecuária y Forestal e coordenador do
Programa de Promoção de Mamona em
El Salvador, e a agrônoma Alina Alexandra
Villalobos Camacho, pesquisadora do Instituto Nacional
de Investigación Agrícola e coordenadora
do Programa de Pesquisa da Mamona na Amazônia
Peruana, na região de Pucallpa, no Peru.
“Estes dois programas de promoção
são apoiados pelo Brasil através da
Agência Brasileira de Cooperação,
ligada ao Ministério das Relações
Exteriores. Além de Peru e El Salvador, estarão
presentes pesquisadores, agricultores e empresários
da Colômbia, Venezuela e Chile”, adianta Liv.
Ele diz que o crescimento da produção
de biodiesel nos países da região
é um fato importante para o futuro do programa
brasileiro deste biocombustível, pois ajuda
a torná-lo uma commodity internacional, o
que facilita a comercialização entre
os países e aumenta a segurança de
suprimento e equilíbrio dos preços.
“Uma das dificuldades para o crescimento das exportações
de etanol é que poucos países além
do Brasil são fornecedores deste produto
e nenhuma nação quer se tornar dependente
de um combustível que somente um país
pode fornecer. Por isso, desde já estamos
incentivando outros países a entrarem neste
mercado”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão.
Ano passado um grupo de empresários
e técnicos de El Salvador e do Peru esteve
no Brasil para conhecer de perto a experiência
do país com a cultura dessa oleaginosa. Entre
os visitantes estava José Roberto Ugarte,
diretor técnico de uma empresa salvadorenha
chamada “Bioenergia”, de capital misto, sendo 55%
da iniciativa privada e 45% do governo daquele país.
“Deveremos ocupar cerca de 25 mil hectares com o
cultivo da mamona, principalmente em terras menos
valorizadas”, revela o empresário.
Outro visitante estrangeiro empolgado
com as perspectivas da mamona em El Salvador era
o representante da Confederação Nacional
das Cooperativas Campesinas, Eleazar de Jésus
Benties. “Temos 50 cooperativas associadas que podem
produzir mamona em mais de cinco mil hectares inicialmente”,
garantiu o produtor na ocasião.
Para o Peru o cultivo da mamona
vai além da questão meramente econômica.
O país pretende incentivar os agricultores
que fazem cultivos ilegais, como o de coca, a substituírem
pela mamona. “O desenvolvimento da cultura da mamona
pode representar uma excelente alternativa às
economias ilegais no Peru”, garante Juan Del Aguila,
da Comissão Nacional de Desenvolvimento de
Vida Sem Drogas do país andino.
Mais informações
sobre o 3° Congresso Brasileiro de Mamona podem
ser obtidas no telefone (83) 3315-4380. Na internet,
o endereço é www.cnpa.embrapa.br/cbm.
Dalmo Oliveira
Ascom Embrapa