Satélite
- 30/07/2008 - 09:23
Mapa de nuvens no mês de junho
Foto: Divulgação Ascom/Inpe
O desmatamento na região amazônica
apresentou redução de 20% em junho,
de acordo com o sistema Detecção do
Desmatamento em Tempo Real (Deter). Segundo o sistema,
870 km2 da floresta foram mapeados como corte raso
ou degradação progressiva durante
o mês de junho, período em que 28%
do território esteve coberto por nuvens.
Mesmo com o aumento da área observada em
junho, pois 46% da Amazônia Legal não
pôde ser vista pelos satélites no mês
anterior, foram detectados 1.096 km2 desmatados,
20% menos que em maio.
Mato Grosso apresentou redução de
70% quando comparado ao mês de maio. Do total
detectado em junho, 197 km2 foram verificados no
Mato Grosso, contra 646 km2 no mês anterior.
Já o estado do Pará apresentou aumento
de 91% - 499 km2 em junho versus 262 km2 em maio.
Este acréscimo no Pará pode ser explicado
pela maior capacidade de observação
neste mês – enquanto em maio apenas 41% do
Pará pôde ser visto pelos satélites,
em junho a observação aumentou para
75% da área do estado. Os demais estados
da Amazônia Legal apresentaram desmatamento
pouco significativo.
O Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe/MCT), responsável pelo sistema
Deter, produziu um relatório com a qualificação
dos dados a partir de imagens dos satélites
Landsat e Cbers, que apresentam melhor resolução
espacial.
Para a qualificação
dos dados, o Inpe analisou 21 imagens Landsat, localizadas
nos estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia
e Amazonas, sendo 20 delas com data posterior a
25 de junho de 2008. Estas imagens permitiram a
avaliação de 304 polígonos
de desmatamento de um total de 568 alertas do sistema,
representando 454 km2 ou, aproximadamente, 52% da
área total dos polígonos do mês
de junho (870 km2).
Do total de polígonos avaliados,
92% foram confirmados como desmatamentos, sendo
66,7% do tipo corte raso, 25,3% de degradação
florestal e 8% foram considerados como desmatamentos
não confirmados. O relatório está
disponível aqui.
Pelo segundo mês consecutivo,
o Relatório de Avaliação apresenta
índice de acerto do Deter superior a 88%,
comprovando que o sistema, além de ser uma
importante ferramenta para fiscalização,
é também um indicador de tendências
do desmatamento anual. Os dados do sistema Deter
referentes ao mês de julho serão divulgados
no dia 29 de agosto.
Deter
Em operação desde 2004, o Deter foi
concebido pelo Inpe como um sistema de alerta para
suporte à fiscalização e controle
de desmatamento. São mapeadas tanto áreas
de corte raso quanto áreas em processo de
desmatamento por degradação florestal.
É possível detectar apenas polígonos
de desmatamento com área maior que 25 hectares
por conta da resolução dos sensores
espaciais (o Deter utiliza dados do sensor Modis
do satélite Terra e do sensor WFI do satélite
sino-brasileiro Cbers, com resolução
espacial de 250 metros). Devido à cobertura
de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que
25 hectares são identificados pelo sistema.
Assessoria de Imprensa do Inpe