2 de Agosto
de 2008 - Lourival Macêdo - Enviada Especial
- Valter Campanato/Abr - Terra do Meio (PA) - Gado
apreendido na fazenda Lourilândia durante
a Operação Boi Pirata, do Ibama. O
rebanho de 3.146 cabeças vai a leilão
pela quarta vez na próxima terça-feira
(5)
Terra do Meio (Pará) - O coordenador da Operação
Boi Pirata, Weber Rodrigues Alves, afirmou que o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) refez os custos
de retirada do gado e baixou o valor do lance mínimo
a ser ofertado no próximo leilão,
marcado para terça-feira (5).
O arremate será das mais
de 3 mil cabeças de gado apreendidas na Operação
Boi Pirata, realizada na Estação Ecológica
da Terra do Meio. O órgão levou em
conta às péssimas condições
das estradas e o alto custo do deslocamento.
“O custo do gado estava em torno
de R$ 3 milhões e em função
dessa dificuldade [de locomoção] o
Ibama resolveu baixar para R$ 1,4 milhão
o preço mínimo”, explicou.
O coordenador, porém, não soube precisar
qual o custo da operação do Ibama,
mas informou que a equipe é formada por oito
agentes do Batalhão Ambiental do Pará
e por agentes do instituto, com o suporte de duas
caminhonetes e de um helicóptero, além
de um vaqueiro contratado para cuidar das 3.146
cabeças apreendidas.
Devido ao alto custo do deslocamento
e às más condições da
estrada, a alternativa dos pecuaristas é
guiar o gado às margens das vias. O preço
cobrado por um grupo de boiadeiros é de R$
350 por dia. Seis boiadeiros conseguem levar até
mil cabeças de gado estrada afora.
Com a retirada do gado da Estação
Ecológica da Terra do Meio, a paisagem lembra
a década de 50 e início da de 60,
no Centro Sul do Brasil, quando as boiadas passavam
pelas estradas rumo às fazendas de cria e
engorda ou aos frigoríficos.
O boiadeiro Marco Antônio
de Almeida Lima, lidera uma comitiva de seis vaqueiros,
levando 935 cabeças de gado entre vacas,
bezerros e novilhas, da Terra do Meio (PA) a uma
fazenda na Vila Taboca. O gado já está
na estrada há 18 dias. A previsão
é de mais 10 dias de caminhada. “O gado saiu
gordo e no primeiro dia andamos 22 quilômetros.
Depois a marcha vai ficando mais lenta, porque o
gado vai cansando e emagrecendo. Com isso a caminhada
cai para dez, oito e, às vezes, até
cinco quilômetros por dia”, explica Marco
Antônio.
+ Mais
Minc diz que leilão do
boi pirata dependerá de conversa com desembargadores
4 de Agosto de 2008 - Danilo Macedo
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse
que o próximo leilão das cerca de
3 mil cabeças de gado apreendidas na Estação
Ecológica Terra do Meio, no Pará,
dependerá da conversa que terá quarta-feira
(6) com desembargadores federais. “Nós vamos
mostrar nessa conversa com os desembargadores federais
que estamos seguindo a lei”, afirmou.
Minc disse estar confiante numa
solução rápida para a questão.
Para ele, o alto valor do preço mínimo
exigido foi a causa do fracasso dos três leilões
realizados até agora. Entretanto, o ministro
ressaltou que o objetivo principal da Operação
Boi Pirata está sendo cumprido.
“O objetivo dessa operação
era retirar 30 mil cabeças de gado que estavam
devastando a unidade de conservação.
Cerca de 20 mil foram retiradas, ou seja, a operação
foi um sucesso. Mas essa retirada provocou uma quebra
no preço do gado dessa região. Então,
no primeiro leilão não vendeu, pois
estava muito acima do preço praticado, no
segundo também não, e no terceiro
tinham cinco compradores. Só não foi
vendido porque um juiz federal deu, no sábado
à noite, uma liminar dizendo que o preço
de mercado era o primeiro preço do primeiro
leilão.”
Na primeira tentativa de leilão,
foi exigido R$ 4,9 milhões como preço
mínimo. No leilão seguinte, o valor
inicial foi R$ 3,1 milhões. Na terceira tentativa,
o Ibama tentou reduzir o preço mínimo
para R$ 1,4 milhões, mas uma liminar impediu
o deságio. O quarto leilão, que ocorreria
amanhã (5), foi cancelado.
Minc reconheceu, entretanto, que
a venda dos animais apreendidos é necessária.
“É importante também vender esse gado,
até para custear essa operação
e outros programas, como, por exemplo, o de proteção
a terras indígenas em unidades de conservação”.
Segundo cálculo do Ibama, até o dia
18 de julho os gastos com a operação
tinham sido de R$ 721.733,92.
+ Mais
Ibama adia leilão de "bois
piratas"
4 de Agosto de 2008 - Bianca Paiva
- Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - O Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) decidiu adiar o leilão das mais de
3 mil cabeças de gado apreendidas pela Operação
Boi Pirata, que estava marcado para amanhã
(5). Segundo a assessoria de imprensa, ainda não
há data prevista para uma nova tentativa
de venda do rebanho.
Não houve compradores nos
três primeiros leilões organizados
pelo Ministério do Meio Ambiente. Na primeira
tentativa de leilão, foi exigido R$ 4,9 milhões
como preço mínimo. No leilão
seguinte, o lance foi de R$ 3,1 milhões.
Na terceira tentativa, o Ibama tentou reduzir o
preço mínimo para R$ 1,4 milhões,
mas uma liminar impediu o deságio.
O gado foi apreendido na Operação
Boi Pirata, no início de junho. Os animais
eram criados ilegalmente na Estação
Ecológica da Terra do Meio, no município
de Altamira no Pará, e vão permanecer
lá até que sejam vendidos.
A reportagem da Agência
Brasil esteve na Estação Ecológica
da Terra do Meio e verificou que o gado sofre com
a estiagem. A equipe de repórteres visitou
três dos dez pastos da fazenda. Num deles,
avistou uma concentração de urubus.
No local, também havia duas carcaças
de animais.
O Ibama espera também que
o Tribunal Regional Federal da 1ª Região
derrube a liminar que impediu o deságio de
60% no último leilão. Na última
quinta-feira (30), a Procuradoria do Instituto entrou
com um pedido de reconsideração das
duas liminares concedidas pelo TRF ao fazendeiro
Lourival Novaes Medrado dos Santos, proprietário
dos animais. Mas, como como a decisão do
Tribunal ainda não saiu, o órgão
decidiu adiar o leilão.
Além de impedir o deságio
no terceiro leilão, o fazendeiro também
conseguiu suspender o perdimento do rebanho que
havia sido decretado pela Justiça Federal
em Altamira. Isso quer dizer que o gado fica sub
júdice, ou seja, ele pode ser vendido, mas
caso a Justiça entenda que o rebanho pertence
ao antigo dono, o governo terá que compensar
o prejuízo do fazendeiro.
Com isso, o dinheiro arrecadado,
caso os animais sejam vendidos, vai ter que ser
depositado judicialmente até que saia a sentença.
E o governo vai ter que esperar o resultado do julgamento
para que seja destinado ao Fome Zero.
No recurso apresentado ao TRF,
a Procuradoria do Ibama argumentou que “insistir
nas tentativas de alienar o gado apreendido a um
preço completamente inflacionado é
o mesmo que tornar inócua a própria
decisão que autorizou a realização
do leilão, já que, por óbvio,
jamais aparecerão compradores”.
+ Mais
Ibama adia leilão de "bois
piratas"
4 de Agosto de 2008 - Bianca Paiva
- Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - O Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) decidiu adiar o leilão das mais de
3 mil cabeças de gado apreendidas pela Operação
Boi Pirata, que estava marcado para amanhã
(5). Segundo a assessoria de imprensa, ainda não
há data prevista para uma nova tentativa
de venda do rebanho.
Não houve compradores nos
três primeiros leilões organizados
pelo Ministério do Meio Ambiente. Na primeira
tentativa de leilão, foi exigido R$ 4,9 milhões
como preço mínimo. No leilão
seguinte, o lance foi de R$ 3,1 milhões.
Na terceira tentativa, o Ibama tentou reduzir o
preço mínimo para R$ 1,4 milhões,
mas uma liminar impediu o deságio.
O gado foi apreendido na Operação
Boi Pirata, no início de junho. Os animais
eram criados ilegalmente na Estação
Ecológica da Terra do Meio, no município
de Altamira no Pará, e vão permanecer
lá até que sejam vendidos.
A reportagem da Agência
Brasil esteve na Estação Ecológica
da Terra do Meio e verificou que o gado sofre com
a estiagem. A equipe de repórteres visitou
três dos dez pastos da fazenda. Num deles,
avistou uma concentração de urubus.
No local, também havia duas carcaças
de animais.
O Ibama espera também que
o Tribunal Regional Federal da 1ª Região
derrube a liminar que impediu o deságio de
60% no último leilão. Na última
quinta-feira (30), a Procuradoria do Instituto entrou
com um pedido de reconsideração das
duas liminares concedidas pelo TRF ao fazendeiro
Lourival Novaes Medrado dos Santos, proprietário
dos animais. Mas, como como a decisão do
Tribunal ainda não saiu, o órgão
decidiu adiar o leilão.
Além de impedir o deságio
no terceiro leilão, o fazendeiro também
conseguiu suspender o perdimento do rebanho que
havia sido decretado pela Justiça Federal
em Altamira. Isso quer dizer que o gado fica sub
júdice, ou seja, ele pode ser vendido, mas
caso a Justiça entenda que o rebanho pertence
ao antigo dono, o governo terá que compensar
o prejuízo do fazendeiro.
Com isso, o dinheiro arrecadado,
caso os animais sejam vendidos, vai ter que ser
depositado judicialmente até que saia a sentença.
E o governo vai ter que esperar o resultado do julgamento
para que seja destinado ao Fome Zero.
No recurso apresentado ao TRF,
a Procuradoria do Ibama argumentou que “insistir
nas tentativas de alienar o gado apreendido a um
preço completamente inflacionado é
o mesmo que tornar inócua a própria
decisão que autorizou a realização
do leilão, já que, por óbvio,
jamais aparecerão compradores”.