(19/08/2008)
Parceria. Essa é a palavra-chave para que
iniciativas conjuntas entre sociedade, política
e ciência repercutam e efetivamente beneficiem
o cerrado, segundo maior bioma brasileiro e um dos
mais comprometidos pela dinâmica da ocupação
humana e pelo mau aproveitamento de seus recursos
naturais.
Em tom de alerta, o pesquisador
da Embrapa Cerrados, José Felipe Ribeiro,
conversou com o público na noite desta segunda-feira
(18) , durante o lançamento da publicação
Cerrado: Ecologia e Flora Volume I, na 20a. Bienal
Internacional do Livro de São Paulo.
“Ações individuais
não funcionam”, ressaltou ele, lembrando
que o ritmo acelerado de atividades -, como a agropecuária
-, sobre o bioma têm antecipado as previsões
científicas. “Cenários esperados para
vinte ou cinqüenta anos já estão
sendo observados hoje”, disse.
Segundo Felipe Ribeiro, que é
biólogo, PhD em Ecologia e um dos autores
do livro, a Embrapa tem trabalhado com o conhecimento
desenvolvido em suas unidades de pesquisa, na busca
de estratégias e na produção
de tecnologias que contribuam com a conservação
e o uso racional da biodiversidade do Cerrado.
A disponibilização
das informações científicas
para a sociedade, especialmente para produtores
rurais, também foi um dos assuntos abordados
pelo pesquisador. “É preciso que se compreenda
que é possível obter ganhos econômicos
e sociais com sustentabilidade ambiental”, completou.
Entre as formas de disseminação
do conhecimento e a divulgação dos
resultados das pesquisas, ele destacou os programas
Dia de Campo na TV e de rádio Prosa Rural,
que atualmente levam informação a
agricultores de todas as regiões do Brasil.
O gerente-geral da Embrapa Informação
Tecnológica, responsável pela realização
dos programas, Fernando do Amaral Pereira, também
participou do encontro.
Para o coordenador de Ciências do Programa
de Conservação das Savanas Centrais
da organização mundial The Nature
Conservancy (TNC) e autor de um dos capítulos
da publicação, Leandro Baumgarten,
muitas ações desenvolvidas em comunidades
agrícolas já têm obtido resultados.
“Temos grandes projetos na região
do Cerrado, orientando comunidades sobre como utilizar
seus recursos naturais, sem comprometer a biodiversidade”,
comentou. A TNC garantiu o apoio financeiro e elaborou
parte do conteúdo da obra.
Interesse ambiental – O casal Juscelino e Rita de
Cássia Rebouças estava passando pelo
estande da Embrapa e resolveu parar para saber mais
sobre o cerrado. “Temos muita preocupação
com o meio ambiente e é sempre bom ter acesso
a informações”, comentou o Juscelino,
que é empresário e pretende adotar
um sistema de aproveitamento doméstico da
água da chuva. “Concordo com o pesquisador:
acho que as pessoas ainda não entendem muito
bem a importância do cerrado”, concluiu.
O lançamento do segundo
volume da publicação Cerrados: Ecologia
e Flora também foi anunciado pelos pesquisadores
na noite desta segunda-feira, como mais uma parte
dos estudos relacionados ao bioma.
Programação do dia
Para a noite desta terça-feira,
está confirmado o terceiro lançamento
da Embrapa Informação Tecnológica
na Bienal. Peixes do Pantanal: Manual de identificação
2a. Edição será apresentado
ao público a partir das 19h, no Café
Universitário, no estande da Associação
Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu),
com a presença dos biólogos Heraldo
Britisk, do Museu de Zoologia da Universidade de
São Paulo, e Agostinho Catella, da Embrapa
Pantanal, e do ilustrador científico Álvaro
Nunes. O estande da Embrapa Informação
Tecnológica fica na Avenida 4, Rua N e o
Café Universitário na Avenida 1, Rua
K.
Kátia Marsicano
Embrapa Informação
+ Mais
Cerrado é tema de novo
livro
(18/08/2008) O pesquisador da
Embrapa Cerrados, José Felipe Ribeiro, e
o coordenador de Ciências do Programa de Conservação
das Savanas Centrais da organização
mudial The Nature Conservancy (TNC), Leandro Baumgarten,
participam nesta segunda-feira ( 18) do lançamento
do livro Cerrado: Ecologia e Flora – Volume I.
Trata-se do resultado do trabalho
de quase 50 especialistas de diversas instituições
parceiras, dedicadas ao estudo de um dos mais importantes
biomas brasileiros. O objetivo da obra foi reunir
conhecimento e contribuir com a implantação
de modelos de desenvolvimento sustentável,
por meio de tecnologias que possibilitem a conservação
e o uso racional da biodiversidade do Cerrado.
Editada pela Embrapa Informação
Tecnológica, com o apoio financeiro da TNC,
a publicação - de 408 páginas,
impressas em papel reciclado e capa dura - reúne
as principais tecnologicas que têm sido desenvolvidas,
como a criação, a ampliação
e a manutenção de bancos de germoplasma
para o uso em programas de melhoramento genético,
caracterização florística,
fitossociológica e morfológica, agronômica
e a domesticação de espécies
com potencial econômico.
Participaram dos estudos pesquisadores
das áreas de Engenharia Agronômica
e Florestal, Biologia, Botânica, Geologia,
Economia, Farmácia, entre outros.
Pela linguagem e diversidade de conteúdo,
o livro Cerrado: Ecologia e Flora – Volume I atende
não só a cientistas, como a professores,
administradores, técnicos, estudantes e à
sociedade interessada em saber mais sobre o perfil
do bioma e suas espécies, o tipo de clima,
solos, fitofisionomias, ecorregiões e unidades
de conservação e sua representatividade
ecológica.
Valorização
Segundo maior bioma do Brasil,
o Cerrado tem mais de 1,9 milhão de quilômetros
quadrados de área que se estende por 12 estados
e pelo Distrito Federal. Nele está concentrada
cerca de um terço da biodiversidade do País,
5% da fauna e flora mundiais, além de ser
o nascedouro dos rios que formam as três mais
importantes bacias hidrográficas brasileiras
(Amazônica, São Francisco e Paraná-Paraguai).
Apesar disso, em pouco mais de
três décadas, metade da vegetação
nativa já se perdeu na dinâmica da
ocupação humana, resultante principalmente
das atividades agropecuárias, do desenvolvimento
urbano, da produção de carvão
e de mais uma série de outras ações
que avançam sobre a região.
Sobre os autores:
José Felipe Ribeiro é biólogo,
Ph.D em Ecologia, pesquisador da Embrapa Cerrados
(Planaltina/DF) e autor de outros livros, entre
os quais Cerrado: Caracterização e
recuperação biodiversidade das Matas
de Galeria e Cerrado: ambiente e flora. Atualmente
é assessor da Diretoria Executiva da Embrapa,
em Brasília.
Leandro Baumgarten é biólogo,
doutor em Ecologia e coordenador de Ciências
do Programa de Conservação das Savanas
Centrais da The Nature Conservancy
Futuro climático no Brasil
atrai a atenção na Bienal do Livro
(18/08/2008) Ações do documento
A importância da busca por alternativas para
a agricultura brasileira, como forma de prevenir
os efeitos das mudanças climáticas
enfrentadas pelo planeta
Esse foi o alerta feito pela pesquisadora
Raquel Ghini, uma das autoras do livro "Mudanças
Climáticas: impactos sobre doenças
de plantas no Brasil', durante o lançamento
da publicação, na noite de sexta-feira(15)
, segundo dia da 20a. Bienal Internacional do Livro
de São Paulo.
Durante o encontro que teve com
o público – formado por estudantes, especialistas
e professores – ela chamou a atenção
para o assunto, atualmente considerado estratégico
não só para o Brasil, mas para todo
o mundo, em função dos riscos que
as alterações do clima podem trazer
para os mais diversos cultivos, principalmente de
alimentos.
“As discussões já
estão acontecendo em muitos países,
como Austrália, Inglaterra, Canadá
e Estados Unidos – a preocupação é
a mesma”, ressaltou ela. O trabalho que resultou
na publicação, editada pela Embrapa
Informação Tecnológica (Brasília-DF)
e Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP),
foi desenvolvido por 34 profissionais da área
de Fitopatologia, responsáveis por analisar
os dados do terceiro relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC), da Organização das Nações
Unidas. Também participaram do lançamento
do livro, a pesquisadora e também autora
da publicação Emília Hamada,
do Laboratório de Geotecnologias e o pesquisador
Wagner Betiol, ambos da Embrapa Meio Ambiente.
Prefaciada por um dos maiores
especialistas no assunto, o pesquisador Sukumar
Chakraborty, da Commonwealth Scientific and Industrial
Research Organisation (CSIRO), da Austrália,
a publicação traz projeções
climáticas para o Brasil para os anos de
2020, 2050 e 2080.
“São informações
úteis para profissionais de várias
especialidades também para o agricultor que
poderá saber se na região em que mora
a tendência é de que chova mais ou
menos no futuro”, completou. “O interesse não
é só acadêmico”.
Preocupação ambiental
Para a ex-professora de Práticas
Agrícolas Maria da Conceição
Sousa -, respnsável por um projeto de agricultura
orgânica em comunidades de São Sebastião,
no litoral de São Paulo -, o tema é
uma preocupação constante. “Nós
que trabalhamos sem defensivos agrícolas,
temos que nos prevenir contra as doenças
que poderão atingir as plantas, em função
das mudanças do clima”,comentou. “Se os riscos
podem aumentar, precisamos saber como defender a
produção”.
O lançamento do livro Mudanças
Climáticas.. foi o primeiro promovido pela
Embrapa Informação Tecnológica
durante a edição deste ano da Bienal
do Livro de São Paulo. Os próximos
serão Cerrado Ecologia e Flora – volume I
e Peixes do Pantanal: Manual de Identificação
2a. edição, nos dias 18 e 19 (segunda
e terça-feiras), às 19h, no Café
Universitário, que fica no estande da Associação
Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU),
no Anhembi. Estão confirmadas as presenças
dos autores. O Café Universitário
fica na Avenida 1, Rua K, e o estande da Embrapa
na Avenida 4, Rua N.
As publicações Mudanças
Climáticas, impactos sobre doenças
de plantas no Brasil, Peixes do Pantanal: Manual
de Identificação 2a edição
e Cerrado: Ecologia e Flora – volume I custam, respectivamente,
R$ 42,00; R$ 90,00 e R$ 70,00, mas durante a Bienal
de São Paulo estarão à venda
com 30% de desconto. Pedidos também pode
ser feitos diretamente pelo endereço eletrônico
da Livraria Virtual da Embrapa: www.sct.embrapa.br\liv.
Kátia Marsicano
Embrapa Informação
+ Mais
Sustentabilidade do bioma é
um dos desafios da nova chefia da Embrapa Cerrados
(21/08/2008) Superar desafios
que se apresentam no cenário nacional e internacional,
como a conservação da biodiversidade,
o combate ao aquecimento global, a dependência
de insumos importados e aumento dos custos dos alimentos,
é uma das metas da nova Chefia da Embrapa
Cerrados (Planaltina-DF), uma das Unidades da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
A posse do Chefe-Geral da Embrapa
Cerrados, José Robson Bezerra Sereno, ocorreu
na manhã de hoje (21), com a presença
do diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana;
dos diretores José Geraldo Eugênio
de França e Tatiana Deane de Abreu Sá;
do deputado federal e membro do Conselho Assessor
Externo (CAE) Rodrigo Rollemberg; do secretário
para inclusão social do Ministério
da Ciência e Tecnologia Joe Vale; do presidente
da Emater-DF Carlos Magno; e representantes de instituições
de ensino e do setor produtivo.
A importância da região
do Cerrado no desenvolvimento da agropecuária
brasileira foi destacada em todos os pronunciamentos.
A conquista do cerrado na década de 70 foi
alcançada em parte por mérito da Embrapa
Cerrados que gerou tecnologias que permitiram o
estabelecimento da agricultura em áreas onde
os solos apresentavam baixíssima fertilidade.
Passados mais de 30 anos, o centro de pesquisa é
desafiado a buscar alternativas que garantem alimentos
nas mesas de brasileiros e de toda a população
mundial.
“Precisamos dar um salto da competitividade
para a sustentabilidade. Mais uma vez a região
do Brasil que deverá liderar esta mudança
é o Cerrado. É como renascer. No passado
não priorizamos a questão ambiental,
mas hoje temos esse desafio. Devemos encontrar maneiras
de minimizar os efeitos das mudanças climáticas
e gerar plantas adaptadas às alterações
climáticas”, enfatizou o diretor-presidente
da Embrapa.
Crestana destacou que a Embrapa
Cerrados já mostrou resultados, entre outros,
nas culturas de café, trigo e maracujá
e em tecnologias como integração lavoura-pecuária,
as quais devem ser intensificadas. Contudo é
preciso identificar qual é o grande negócio
da Unidade. Para a nova gestão, o diretor-presidente
alertou sobre a necessidade de renovar o quadro
de recursos humanos com escolha de profissionais
com perfis apropriados ao atendimento às
novas demandas para que se possa no futuro repetir
a história de sucesso do passado.
Projetos prioritários
O novo chefe da Embrapa Cerrados
considera de fundamental importância uma reflexão
estratégica que alinhe a prática institucional
da Unidade aos novos desafios colocados. Neste contexto,
o seu planejamento estratégico deve contemplar
aspectos prioritários como projetos sobre
biotecnologia, agroenergia, mudanças climáticas,
recursos naturais, dinâmica de uso da terra
no Cerrado, e avaliação de impactos
socioeconômicos e sociambientais decorrentes
das atividades agropecuárias.
A participação da
Unidade nos espaços de diretrizes e subsídios
para a elaboração de políticas
públicas caracteriza-se como outro aspecto
fundamental. Fóruns nacionais e internacionais
que discutem o Cerrado, a produção
e pesquisa sobre transgênicos, a biotecnologia,
a conservação de recursos naturais,
agricultura familiar, o desenvolvimento sustentável
e agroenergia devem ser ocupados por técnicos
da Unidade, de forma a propiciar alinhamentos estratégicos
e trabalhos conjuntos com outras instituições.
Internamente, a Embrapa Cerrados
deve fortalecer seus processos de captação
de recursos e planejamento estratégico, bem
como suas atividades de prospecção
de demandas. As práticas de diagnóstico,
planejamento, execução e avaliação
devem ser aperfeiçoadas na Unidade, de forma
a garantir a constância de propósito,
o pensamento e intervenção sistêmica,
o aprendizado organizacional, a valorização
das pessoas e das competências, o conhecimento
sobre o cliente e o mercado, o desenvolvimento de
parcerias, a responsabilidade social, a geração
de valor e a cultura de inovação.
Uma das características
mais marcantes da gestão, de acordo com Sereno,
será a de propiciar a participação
de todos os colaboradores e assim gerar resultados
de forma eficiente em um ambiente propício
ao crescimento, inovação e desenvolvimento
dos potenciais individuais e coletivos. “Pretendo
atuar como líder empreendedor e incentivador
de indivíduos e equipes para juntos viabilizarmos
a missão da Unidade”,enfatizou.
Na solenidade, o pesquisador Roberto
Teixeira Alves, que foi Chefe-Geral da Embrapa Cerrados,
por quatro anos e meio (2003-2008), recebeu das
mãos do diretor da Embrapa, José Geraldo
Eugênio de França, uma placa em agradecimentos
aos relevantes serviços prestados para o
desenvolvimento da agropecuária brasileira.
O novo Chefe-Geral da Embrapa
Cerrados é veterinário e há
21 anos é empregado da Embrapa. Começou
sua carreira na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-
MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá- MS), onde
ocupou cargo de Chefe de Comunicação
e Negócios no período de 2003 a 2005.
Está na Embrapa Cerrados desde 2006, foi
gestor do Núcleo de Produção
Animal por um ano. Também é professor
do programa de Pós-Graduação
em Veterinária da Universidade Federal de
Goiás. É Mestre em Reprodução
Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais
e doutor em veterinária pela Universidade
de Córdoba, na Espanha.
A Chefia da Embrapa Cerrados é
formada, além do Chefe-Geral, do Chefe Adjunto
de Pesquisa e Desenvolvimento, Fernando Antônio
Macena Silva; da Chefe Adjunto de Comunicação
e Negócios, Evie dos Santos de Sousa; e do
Chefe Adjunto de Administração, José
Barbosa Rodrigues Neto.
Liliane Castelões
Embrapa Cerrados