25 de Agosto de 2008 - Minc nega
exploração de canaviais no Pantanal
e garante proteção do bioma - Isabela
Vieira - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, negou há pouco que o governo
esteja estudando alguma proposta para permitir o
avanço da cultura da cana-de-açúcar
no Pantanal Matogrossense. Ele negou que sejam verdadeiras
as informações veiculadas no jornal
O Globo, no último sábado (23), quanto
à exploração de canaviais e
a instalação de usinas no bioma.
“O Pantanal não vai virar
canavial. Não vai ter nenhuma usina de cana
no Pantanal. Ao contrário, todo o bioma do
Pantanal vai ser protegido”, afirmou o ministro
durante a inauguração de uma estação
para tratamento de esgoto, na zona oeste do Rio.
Para ele, a publicação foi “uma matéria
que não correspondeu [à verdade]”.
O ministro disse também
que em torno do Pantanal será feita uma faixa
de proteção do bioma, e os produtores
agrícolas que exploram terras fora dessa
dessa área deverão se adaptar. “As
atividades que existem há 10, 20 anos vão
ter que se adequar usando cada vez menos agrotóxicos
e menos manejo de terras, que acabam entupindo os
rios lá embaixo”, ressaltou.
Minc informou que o governo federal
estuda um projeto de zoneamento ecológico
para regular a plantação de cana próxima
ao bioma e reiterou que não haverá
“um pé de cana no Pantanal ou na Amazônia”.“Áreas
próximas a esses sistemas, que não
fazem parte deles, terão regras mais rigorosas
do que as que existem hoje”, garantiu.
+ Mais
Proposta de piso nacional para
cortadores de cana ainda não tem consenso
28 de Agosto de 2008 - Carolina
Pimentel - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Representantes dos cortadores
de cana-de-açúcar e dos usineiros
que integram o grupo de bioenergia do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)
ainda não chegaram a um consenso sobre a
instituição ou não de um piso
salarial para os trabalhadores.
Membro do grupo e advogado da
Federação dos Trabalhadores da Agricultura
de Pernambuco (Fetape), Bruno Ribeiro defende a
o piso nacional. Segundo ele, essa seria uma forma
de garantir um pagamento mais justo aos cortadores
de cana. Outra proposta é restringir o acesso
a empréstimos públicos, concedidos
por instituições como o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
apenas às indústrias que adotarem
o piso.
“A energia renovável tem
surgido como uma prioridade no mundo para melhorar
a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente
e não faz sentido produzir energia renovável
violando a qualidade de vida dos canavieiros”, disse
o advogado.
O presidente da União da
Indústria de Cana-de-Açúcar
(Unica), Marcos Jank, propõe um protocolo
nacional de livre adesão, uma espécie
de certificado para as empresas com as melhores
práticas trabalhistas, inclusive além
das exigidas pela lei. De acordo com ele, as indústrias
passariam por auditoria independente. “Não
é negociação de piso salarial
apenas, mas de uma série de boas práticas”,
justificou.
Jank rechaça vincular a
concessão de financiamentos ao cumprimento
de um acordo coletivo nacional. “Vincular empréstimo
do BNDES a um acordo coletivo nacional , onde não
existe consenso se vai ser um protocolo ou não,
não há por que colocar isso. Só
se já existisse”.
As relações entre
canavieiros e usineiros são discutidas ainda
na Mesa de Diálogo para Aperfeiçoar
as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar,
coordenada pelo ministro da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Luiz Dulci,
e composta por representantes dos dois lados.
De acordo com Jank, também
integrante da mesa, a meta do governo é um
fechar um acordo nos próximos dois meses,
antes do seminário internacional sobre biocombustíveis
que será realizado em novembro, em São
Paulo, com a participação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.