Panorama
 
 
 

MINISTRO AFIRMA QUE REDUÇÃO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA AINDA NÃO É SUFICIENTE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

29 de Agosto de 2008 - Roberta Lopes - Repórter da Agência Brasil - Valter Campanato/Abr - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fala sobre a venda dos " bois piratas" e a destruição de 80 carvoarias no Nordeste
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou hoje (29) que, apesar da queda do índice de desmatamento na Amazônia Legal no mês de julho em relação ao mês de junho, ainda não há motivo para comemorar.

“Não estamos contentes. O desmatamento tem de cair mais ainda e as condições de desenvolvimento sustentável tem de melhorar”, disse.

O índice foi divulgado hoje de manhã pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No mês de julho a área desmatada foi de 323 quilômetros quadrados, o que representa uma redução de cerca de 60% em relação ao mês de junho, quando 827 quilômetros quadrados foram devastados.

De acordo com o ministro, o principal fator que provocou esta queda foi o aumento da fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Dobrou a intensidade da fiscalização do Ibama, entrou em vigor a resolução do Banco Central que tirou o crédito dos desmatadores ilegais. Esses fatores em conjunto levaram a uma queda dos desmatamento”, explicou.

Minc afirmou que, no ano passado, o Ibama tinha 20 equipes para fazer a fiscalização na região. Este ano, o número aumentou para 40. A Amazônia Legal – que inclui os estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, de Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão – tem 5.217.423 quilômetros quadrados.

O ministro voltou a negar a possibilidade de o governo apresentar uma proposta que aumente a área cultivada pela cana-de-açúcar no Pantanal matogrossense.

“Hoje nós plantamos 7 milhões de hectares de cana-de-açúcar. Nós queremos um etanol verde, que não seja boicotado lá fora porque destrói a Amazônia ou destrói o Pantanal”, argumentou.

A preocupação de Minc diz respeito à possível criação de barreiras para a exportação do etanol com o argumento de que o Brasil estaria desmatando áreas de preservação para ampliar a área de plantio de cana.

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Julgamento sobre Raposa discute concepção étnica do país, diz Tarso

28 de Agosto de 2008 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou hoje (28) que o julgamento sobre a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) não se trata de “uma vitória de índio contra branco e nem de uma vitória de índio contra arrozeiro”. Segundo Tarso, o que está em discussão é a concepção de território e de pluralidade étnica e social do país, declarada pela Constituição Federal.

Para o ministro, o debate demonstra que o “Estado de Direito” está se firmando na região. “Não adianta estourar pontes, não adianta ações violentas contra o Estado, não adianta fazer mobilizações que levam para a violência e uma alteração de conduta dos agentes policiais que estão lá.”

O julgamento da continuidade da demarcação contínua da reserva foi suspenso ontem (27), depois de o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pedir vista do processo. A expectativa da Corte é retornar a análise da ação ainda neste semestre.

Ao ressaltar que o debate ainda não terminou, ele disse acreditar que a solução “está bem encaminhada” e que a linha de voto do ministro do STF Carlos Ayres Britto reafirma os valores fundamentais que preservam os ideais indígenas. O membro do Supremo deu parecer favorável à manutenção da demarcação da terra indígena em área contínua.

Questionado sobre a possibilidade de envio de reforço policial para a área, ele afirmou que isso acontecerá apenas se necessário e disse que até agora não há focos de violência.

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Resultado do julgamento no STF deve ser equilibrado, afirma deputado

27 de Agosto de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O resultado do julgamento sobre a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal (STF) deve mostrar equilíbrio entre as duas posições já firmadas, a favor e contra a demarcação contínua da área. A expectativa é do deputado Márcio Junqueira (DEM-RR).

“Não teremos um resultado talvez o mais esperado por um lado ou outro. Acredito em um resultado de consenso”, afirmou Junqueira, durante intervalo da sessão.

O deputado, que está acompanhando o julgamento no Supremo, defende a demarcação das terras em ilhas. Isso porque, segundo ele, as áreas não são efetivamente ocupadas pelos índios. “Na verdade, são áreas pretendidas, requeridas, mas não são áreas tradicionalmente ocupadas pelos indígenas.”.

Posição semelhante é defendida pelo presidente da Associação dos Produtores da Gleba Suiá-Missu, no Vale do Araguaia, Renato Teodoro. “Se eles [produtores rurais não-indígenas] estão lá instalados, com investimento, produzindo, eles vão para onde? Então, nós entendemos que vai ser um desastre também”, destacou.

Para Teodoro, que veio a Brasília em apoio aos produtores de arroz que ocupam áreas na terra indígena, o interesse maior nas terras que são demarcadas como indígenas é o fato de serem locais em cujo subsolo há grande riqueza mineral. “E1es etão impedindo o Brasil de fazer suas riquezas crescerem”, defendeu.

Nesse aspecto, Teodoro destacou a ação das organizações não-governamentais estrangeiras. “As ONGs financiadas pelos países do Primeiro Mundo querem impedir o crescimento da nossa nação, porque nós somos um país que tem a maior riqueza no subsolo.”

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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