11 de Setembro de 2008 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - Cerca de R$ 350 milhões serão
investidos pelo governo brasileiro nos próximos
cinco anos para atualizar e concluir o mapeamento
terrestre, geológico e náutico da
região amazônica. Os recursos vão
viabilizar a implementação do Projeto
Cartografia da Amazônia, que será coordenado
e executado pelo Centro Gestor e Operacional da
Amazônia (Censipam), em parceria com o Exército,
Marinha, Aeronáutica e Ministério
de Minas e Energia. O projeto
foi lançado ontem (10), em Manaus, durante
solenidade realizada para abertura da 4ª Feira
Internacional da Amazônia (Fiam).
Segundo a direção
do Censipam, o Projeto Cartografia da Amazônia
irá contribuir para o planejamento e a execução
de projetos de infra-estrutura para a região,
incluindo obras como a construção
de rodovias e hidrelétricas, bem como para
a demarcação de áreas de assentamentos
e de mineração e para o agronegócio
e a elaboração de zoneamento ecológico,
entre outros.
As informações fruto
desse projeto também servirão para
conhecimento da região e para a geração
de dados que possam ser utilizados no monitoramento
de segurança e defesa nacional, com atenção
especial para as áreas de fronteira. Além
disso, a atualização do mapeamento
náutico da região, por exemplo, deve
garantir mais segurança à navegação
local e ao volume de produtos transportados nas
hidrovias da Amazônia.
Na avaliação da
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o
projeto vai pôr fim aos vazios do mapeamento
e da cobertura da Amazônia. "Esses recursos
vão permitir que o país tome conhecimento
dessa área que não está mapeada
e que mede 1,79 milhão de quilômetros
quadrados. Com certeza isso vai garantir não
só projetos de infra-estrutura, mas também
o desenvolvimento e o monitoramento dessa região",
destacou a ministra durante a solenidade.
Do total de recursos que serão
aplicados no projeto, R$ 85,4 milhões serão
destinados a investimentos como a modernização
dos sistemas de aquisição e processamento
de dados de aeronaves especializadas em sensoriamento
remoto; software e hardware para o tratamento e
processamento dos dados e imagens; capacitação
de recursos humanos; e para a construção
de cinco navios hidrográficos para realizar
o mapeamento náutico.
De acordo com informações divulgadas
pela Secretaria de Imprensa da Presidência
da República, a previsão é
que o Projeto Cartografia da Amazônia seja
concluído em 2012. Atualmente, dos 5,2 milhões
de quilômetros quadrados que a Amazônia
possui, aproximadamente 34,6% não dispõem
de informações sobre seu mapeamento
terrestre.
+ Mais
Greenpeace comemora 37 anos e
elege Amazônia como prioridade
15 de Setembro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A restrição
à caça de baleias, o estabelecimento
de políticas para impedir o descarte de lixo
tóxico nos oceanos e que países mais
industrializados enviem resíduos para nações
mais pobres foram listados pelo diretor-executivo
da organização não-governamental
Greenpeace, Marcelo Furtado, como resultados de
ações da entidade, que completou 37
anos hoje (15). Com representações
em mais de 30 países, a ONG é conhecida
pelos protestos irreverentes em defesa de causas
ambientais.
Na avaliação de
Furtado, a participação de organizações
da sociedade civil como o Greenpeace são
fundamentais para a elaboração de
políticas públicas que “tenham a cara
do cidadão, e não de um burocrata”.
“Além do papel de mobilizar
o público, temos o desafio de participar
dos processos e mostrar que é possível
fazer política pública de qualidade,
seja as que partem de documentos da ONU [Organização
das Nações Unidas], do Congresso Nacional
ou da prefeitura de uma cidade”, apontou.
A ONG, que tem cerca de três
milhões de colaboradores em todo o mundo,
elencou o enfrentamento às mudanças
climáticas como um dos desafios principais
para os próximos anos de mobilização,
segundo Furtado.
“A questão ambiental se
tornou uma discussão absolutamente global
em um momento que o mundo está precisando
desse tipo de trabalho. E o aquecimento global coloca
um imperativo para o homem decidir: ou mudamos nosso
modelo de desenvolvimento ou não vamos ter
um planeta Terra para viver”, comparou.
No Brasil, onde a ONG tem representação
há 16 anos, as prioridades de atuação
são a defesa da preservação
da Amazônia e a da manutenção
da matriz energética baseada majoritariamente
em fontes renováveis, como a hidráulica.
“O diálogo [entre a ONG
e os governos] existe, o problema é que a
política ambiental brasileira hoje é
muito equivocada. O governo Lula está incentivando
uma intensificação da produção
do agronegócio na Amazônia e a construção
de usinas nucleares e térmicas. E essas políticas
vão na contramão da sustentabilidade”.