Representantes da Ambev, indústria
que recentemente lançou a embalagem de cerveja
“Skol Litrão”, apresentaram nesta terça-feira
(16) à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos as ações que serão
desenvolvidas para orientar os consumidores que
a nova garrafa é retornável. Entre
elas, a mudanças no
rótulo e na campanha de divulgação
- dando destaque para a palavra “retornável”
- e o treinamento de 180 promotoras que estarão
nos principais pontos de venda no Paraná
informando que as garrafas não são
descartáveis.
A iniciativa da indústria
só aconteceu depois do secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, classificar a nova embalagem como “cacareco”
ambiental e alertar a sociedade sobre os prejuízos
que poderia trazer à natureza.
Segundo o secretário, o
produto vinha sendo oferecido nos pontos de venda
como embalagem descartável. “O rótulo
da cerveja não esclarecia se a embalagem
era retornável ou não. Os consumidores
ficaram confusos com relação à
correta destinação da embalagem da
cerveja”, comentou Rasca. “Com estas mudanças
e o início da troca das embalagens em mais
de 20 redes de supermercados esta garrafa passa
ser realmente retornável”, acrescentou.
A inclusão dos grandes
geradores de resíduos nos processos de coleta
e reciclagem dos produtos que disponibilizam no
mercado – como determina a Lei Federal 6.938/81,
que aborda, entre outros temas, a responsabilidade
solidária na destinação final
dos resíduos sólidos, e a Lei Estadual
12.493/99, que dispõe sobre a destinação
final dos resíduos no Paraná – é
uma ação do programa Desperdício
Zero, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente.
Para o coordenador do programa,
Laerty Dudas, a negociação feita com
a Ambev deve servir de exemplo a outras empresas,
para que adotem a política ambiental aliada
às ações de venda. “As ações
comerciais e de marketing das grandes empresas têm
que estar alinhadas com as corretas políticas
ambientais, inclusive em relação à
preocupação com a destinação
final dos resíduos, que no caso são
as embalagens, para que todos ganhem com a preservação
do meio ambiente”, concluiu.
+ Mais
IAP e Ministério Público
Estadual vão trocar informações
para punir crimes ambientais
O Instituto Ambiental do Paraná
(IAP) e o Ministério Público Estadual
uniram esforços para acelerar a punição
dos infratores ambientais. Nesta terça-feira
(16), o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, e o
procurador-geral de Justiça do Paraná,
Olympio de Sá Sotto Maior Neto, assinaram
protocolo de intenções para integrar
as instituições e agilizar a troca
de informações, o que tornará
mais rápida a conclusão dos processos
encaminhados à Justiça.
Segundo Burko, a expectativa é
reduzir para seis meses o tempo entre a autuação
e a conclusão do processo – o que podia levar
até cinco anos. Ele também destacou
que este trabalho conjunto já era realizado
por meio do envio ao Ministério Público
das multas emitidas pelo IAP e Batalhão de
Polícia Ambiental Força Verde, que
dão origem a processos administrativos no
Instituto, com o objetivo de embasar processos criminais
e ações civis públicas para
reparação dos danos causados ao meio
ambiente.
“O Ministério Público
necessita das informações do IAP para
fundamentar os processos e ingressar com os processos
ou ações que vão resultar na
punição do infrator. Isso envolvia
a troca de inúmeros ofícios e acabava
por comprometer a agilidade dos processos”, explicou
Burko.
Segundo o presidente do IAP, será
implantado até o final deste ano um novo
software para acompanhamento dos processos administrativos,
que poderão ser consultados via internet
pelos promotores do Ministério Público.
“As diversas ações ambientais existentes
no Estado serão unificadas, desburocratizando
o acesso às informações e potencializando
a proteção do patrimônio natural”,
disse.
Para o procurador-geral de Justiça,
a iniciativa conjunta vai trazer resultados positivos
para a sociedade paranaense. “Sem dúvida
vai propiciar que se possa unificar o conhecimento
técnico do IAP com o conhecimento jurídico
do Ministério Público não só
na perspectiva da formulação de políticas
públicas, mas principalmente na implementação
desta política e das leis ambientais”, afirmou.
Além do acesso direto às
informações, o protocolo de intenções
também prevê a realização
de seminários regionais visando esclarecer
as atividades das duas instituições
e a definição conjunta de ações
prioritárias para implementar as políticas
ambientais no Estado.
O coordenador do Centro de Apoio
Operacional às Promotorias de Meio Ambiente
do Ministério Público, Saint-Clair
Honorato Santos, destacou a importância da
cooperação. “Como todos trabalhamos
prestando serviço à sociedade, é
muito importante que as instituições
estejam integradas, com políticas definidas
e ações concretas. Essa união
de forças tem como objetivo melhorar estes
serviços”, concluiu.
+ Mais
Governo doa detergente feito com
óleo reciclado para Hospital Erasto Gaertner
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, doou
nesta sexta-feira (19) ao Hospital Erasto Gaertner,
em Curitiba, mais de 80 litros de detergente produzidos
a partir da reciclagem do óleo de cozinha.
A entrega foi feita durante a abertura do II Seminário
de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços
de Saúde.
O detergente é proveniente
da troca de 850 litros de óleo usado que
foram entregues nos últimos três meses
no ponto de recebimento instalado na sede da Secretaria.
“Com atitudes simples e a participação
da comunidade, o óleo vegetal teve um destino
final adequado, a reciclagem, beneficiando o meio
ambiente e também o hospital, que é
referência no tratamento de câncer e
precisa de colaborações como esta”,
afirmou.
A diretora do hospital, Claudiane
Ligia Minari, agradeceu a ajuda da Secretaria e
elogiou o trabalho realizado pelo programa Desperdício
Zero para estimular o recolhimento de óleo
vegetal. “A Secretaria tem se mostrado incansável
na busca por um meio ambiente melhor e vem fazendo
isso de uma forma muito interessante, mobilizando
toda a sociedade paranaense em suas ações”,
afirmou.
“Ficamos muito gratos por receber
este presente, que, além de colaborar com
a qualidade da nossa natureza, vai possibilitar
a utilização dos recursos que seriam
gastos com detergente em benefício dos pacientes”,
completou.
PREJUÍZOS – Durante a abertura
do evento, o secretário Rasca ainda destacou
os danos que o óleo de cozinha pode provocar
ao meio ambiente, como a perda de qualidade dos
rios - principais receptores do óleo descartado
em ralos e bueiros, por exemplo.
“O potencial de contaminação
do óleo é impressionante: um litro
de óleo pode poluir até um milhão
de litros de água”, informou. Outro prejuízo
causado pelo óleo é o comprometimento
da vida aquática, pois a substância
cria uma película na superfície que
dificulta a entrada de luz e a troca de oxigênio.
“Isso sem falar do problema que
pode acarretar para o tratamento dos esgotos. O
óleo pode fazer com que haja entupimento
dos encanamentos prejudicando o tratamento. E isso
prejudica a própria residência, pois
pode causar o retorno desse esgoto e a manutenção
dos mesmos”, explicou.
TROCA - O programa de recolhimento
de óleo de cozinha é uma iniciativa
do programa Desperdício Zero, que incentiva
a reutilização máxima dos resíduos
– diminuindo, assim, o volume de materiais que chega
aos aterros sanitários.
Em Curitiba, a Secretaria do Meio
Ambiente realiza a troca do óleo coletado
por produtos de limpeza da empresa Ambiental Santos,
que aproveita o material para produzir detergente,
água sanitária, sabão em pasta
e pedra. Apenas empresas licenciadas pelo IAP podem
fazer o recolhimento do óleo usado e assim
fazer a troca por produtos fabricados a partir do
próprio resíduo.