22/09/2008
- Daniela Mendes - O cacique Raoni, líder
indígena da etnia caiapó, solicitou
apoio do ministro Carlos Minc para a aprovação
da proposta de homologação de uma
terra indígena, em São José
do Xingu (divisa do Mato Grosso com o Pará),
de aproximadamente 400 mil hectares, que tramita
na Casa Civil. Ele esteve reunido com o ministro
nesta segunda-feira (22), no Ministério do
Meio Ambiente.
Raoni também apresentou
ao ministro o trabalho da primeira brigada indígena
de combate a incêndios. Formada por 35 caiapós,
ao longo de um ano, com apoio do Corpo de Bombeiros,
a brigada desenvolveu técnicas próprias
para identificar os focos de calor na mata. Desde
que iniciaram suas operações, há
2 meses, houve uma redução de 80%
nos focos de incêndio na reserva do Parque
do Xingu, uma área de 11,2 milhões
de hectares, afirmou o cacique.
Minc se entusiasmou com a idéia
da brigada indígena e defendeu sua ampliação,
inclusive com a possibilidade de apoio financeiro
por parte do Ministério do Meio Ambiente.
"Esse resultado que eles obtiveram é
muito significativo e como há muitas queimadas
e desmatamento em terra indígena e em parques
nacionais essa experiência é muito
boa e deve ser passada para outras comunidades indígenas",
disse Minc.
Eles também pediram ao
ministro que interceda junto ao ministro da Justiça,
Tarso Genro, para solicitar que sejam incluídos
no curso de formação da brigada indígena
módulos de vigilância e segurança.
Atualmente, os índios são capacitados
em três módulos de 45 dias cada com
lições de primeiros-socorros e de
confecção de abafadores e bombas costais
para apagar focos de incêndio.
Desmatamento - no encontro com
os caiapós, o ministro Carlos Minc afirmou
que a preservação da floresta e o
combate aos crimes ambientais são uma preocupação
constante do ministério e que, independentemente
do período eleitoral, quando há uma
redução nas fiscalizações
por parte dos governos estaduais, é preciso
ação. "Nós temos que criar
outros mecanismos de cooperação que
não dependam somente do apoio dos governos
estaduais", defendeu.
Como exemplo, ele adiantou que
está em articulação com a Advocacia
Geral da União uma operação
pente-fino para punir os cem maiores desmatadores
do país. "A gente quer fazer um trabalho
conjunto com a AGU e o MP Federal para que seja
uma ação exemplar contra os desmatadores",
disse Minc.
+ Mais
Minc assina termo de adesão
da A3P com AGU
24/09/2008 - Carlos Américo
- A Advocacia Geral da União (AGU) é
o 34º órgão público a
aderir à Agenda Ambiental da Administração
Pública (A3P). Nesta quarta-feira (24), o
ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o advogado-geral
da União, ministro José Antonio Dias
Toffoli, assinaram termo de adesão à
A3P durante abertura da Semana de Conscientização
Ambiental da AGU.
O ministro Carlos Minc ressaltou
a importância da implementação
da A3P em órgãos públicos e
privados e o papel do governo como propagador da
prática da reciclagem. "A nossa idéia
é que o setor público dê o exemplo.
Nós não podemos cobrar da sociedade
aquilo que nós não fazemos".
Um dos objetivos da A3P é
contribuir para a ampliação do debate
institucional e social sobre a questão ambiental.
"Já são 400 órgãos
públicos ou particulares que participam da
rede dessa agenda ambiental. Isso significa muita
energia e muito papel economizados. Isso, inclusive,
estará como meta no primeiro plano de mudança
climática", destacou o ministro Minc.
Entre os projetos da AGU estão
as compras verdes. Neste primeiro momento, a AGU
fará um diagnóstico ambiental da instituição,
mapeando gastos de energia, água, papel e
outros materiais, para, em seguida, definir projetos
e atividades que reduzam o desperdício no
ambiente de trabalho.
Segundo o ministro José Toffoli, a implementação
da A3P será um trabalho sério, permanente
e consciente. "Não é uma carta
de intenção. Aqui temos metas com
especificações de etapas, início
e fim", enfatizou Toffoli.
Também participaram do
evento o reitor do UniCeub, Getúlio Américo
Moreira Lopes, o advogado-geral da União
substituto, Evandro Costa Gama, e a senadora Marina
Silva.