26/09/2008
- Sem diretrizes claras, o plano do governo federal
consiste em um amontoado de citações
a programas já em andamento como o Próalcool
e o de eficiência energética com a
troca de geladeiras antigas. O CFC retoma o papel
de vilão em lugar do desmatamento, responsável
por 75% das emissões brasileiras de carbono.
Debaixo de críticas da
sociedade civil, os ministros do Meio Ambiente e
da Ciência e Tecnologia, Carlos Minc e Sergio
Rezende, apresentaram nesta quinta-feira (25/9)
o Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
Com processo participativo “caótico” e pouco
conteúdo deliberativo, as 150 páginas
do plano mostram a irresponsabilidade do governo
em relação ao tema. Não há
diretrizes claras para a redução das
emissões brasileiras e resume-se a um arrazoado
de citações ao outros programas em
andamento como o Proálcool e o programa de
eficiência energética com a troca de
geladeiras antigas. O CFC volta a ser o vilão
do meio ambiente, não mais o desmatamento
brasileiro que gera 75% das emissões do País.
Para o físico nuclear e
professor José Goldenberg o plano não
deveria ter sido apresentado. "Não vejo
utilidade em levá-lo à Comissão
Interministerial onde poderá ser usado para
legitimar as atuais políticas que o Governo
Federal tem conduzido e que me parecem insuficientes
para enfrentar a gravidade do problema das mudanças
climáticas tanto no País como no mundo",
escreveu ele em carta ao secretário-executivo
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas,
Luiz Pinguelli Rosa. Em entrevista à Folha
de São Paulo, Pinguelli declarou ter sugerido
ao governo refazer o plano. "Não existe
ainda um plano. Há matéria-prima boa
para um plano, mas como dar a redação
final é o problema", disse ao jornal.
O plano não diz, por exemplo,
a quantidade de emissões carbono que será
evitada caso seja implementado e também não
menciona fundos para contenção de
desmatamento, embora o governo da Noruega tenha
anunciado há duas semanas a doação
de recursos para o Fundo Amazônia. Carlos
Minc lembrou o valor do apoio prometido durante
a entrevista coletiva de ontem: “São um bilhão
de dólares para evitar o desmatamento que
o governo brasileiro vai receber e será usado
no plano”. A declaração do ministro
aumenta a polêmica, já que a utilização
dos recursos do Fundo ainda será definida
a partir de um Comitê Orientador que contará
com a participação de diferentes segmentos
da sociedade.
No capítulo sobre a energia
limpa, o plano cita as hidrelétricas na Amazônia
que ainda estão em fase de estudo de viabilidade
como exemplos de emissão baixa de carbono
que poderiam gerar ainda créditos nos Mecanismos
de Desenvolvimento Limpo (MDL) . “Atualmente estão
sendo inventariadas as bacias dos rios Aripuanã,
Trombetas, Juruena, Araguaia, Sucunduri, Branco,
Itacaiunas, Jarí, Jatapu e Tapajós,
em um total de 32.950 MW.”, diz o plano na página
35. Não há menção aos
processos judiciais em andamento questionando a
viabilidade de algumas dessas usinas com a do Juruena
no Mato Grosso. Sua realização é
dada como certa.
Sobre a energia eólica
o documento é ainda mais genérico.
“Na linha de se buscar a diversificação
da matriz energética, pela valorização
de soluções de cunho regional, tendo
em vista os aspectos socioambientais, técnicos
e econômicos, o Ministério das Minas
e Energia também estuda a realização,
ainda no primeiro semestre de 2009, de um leilão
específico para a fonte eólica”.
A energia nuclear, desconsiderada
pela gestão anterior do Ministério
do Meio Ambiente, também aparece como solução
energética limpa com mais informações
específicas do que a energia eólica,
mas com plano de uso não menos genérico.
“Alguns setores entendem que, neste cenário
a energia nuclear toma um importante papel no plano
de expansão de energia elétrica brasileiro,
e os citados estudos de planejamento indicam um
crescimento do parque nuclear instalado de 2.007
MW para 3.087 MW em 2013, com a entrada de Angra
III, já licenciada, e uma perspectiva de
entrada de mais 4.000 MW a 8.000 MW até 2030”,
diz o plano na página 39.
O coordenador da Iniciativa Mudanças
Climáticas do ISA, Márcio Santilli,
avalia que o plano só tangencia a questão
dos impactos da mudança climática
sobre o país e a população.
"Precisamos identificar áreas críticas,
populações sob maior grau de risco
e construir agendas que permitam evitar o que for
possível e proteger em relação
ao que for inevitável".
"Praticamente todos os 174
itens são genéricos e se limitam a
exortação e não vejo realmente
como este documento pode ser muito útil ao
Comitê Interministerial sobre Mudanças
do Clima para a fixação de políticas”,
conclui Goldenberg na carta que enviou a Pinguelli
Rosa. Para Rubens Born, do Instituto Vitae Civilis,
que integra o Grupo de Trabalho de Clima do Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (Fboms),
o plano deveria representar a responsabilidade do
país nas emissões mundiais de carbono
e traçar métodos objetivos para acabar
com o desmatamento.
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Indígenas e quilombolas
avaliam a aplicação do direito de
consulta livre, prévia e informada
22/09/2008 - Em relatório
alternativo, povos indígenas e quilombolas
apresentam à Organização Internacional
do Trabalho – OIT, avaliação independente
sobre a aplicação - pelo Estado brasileiro
- da consulta prévia, conforme estabelecido
pela Convenção 169, ou seja, antes
de serem tomadas decisões que possam afetar
seus bens ou direitos.
Foi protocolado no início
de setembro, na sede da OIT em Brasília,
informe sobre a aplicação da Convenção
169 sobre povos indígenas e tribais, que
faz parte do sistema regular de controle de normas
da OIT, já que o Brasil é signatário
da Convenção.
Encaminhado à OIT pela
CUT, com apoio da Central Sindical das Américas,
o documento traz avaliação do movimento
indígena e quilombola sobre a aplicação
da Convenção 169 pelo Estado brasileiro,
que deveria também apresentar seu informe
oficial sobre a aplicação desta mesma
Convenção.
O Comitê de Peritos em Aplicação
de Convenções e Recomendações
da OIT analisará o documento e fará
observações sobre aplicação
da Convenção pelo governo ou pedirá
mais informações e esclarecimentos.
A análise dos peritos costuma ser publicada
entre os meses de fevereiro e março. Portanto,
só em 2009 é que se poderá
saber o resultado. Entre os casos já publicados
no mundo, 25 serão debatidos na Comissão
de Normas da Conferência Internacional do
Trabalho – CIT, que se reúne todo mês
de junho, em Genebra, na Suíça.
As recomendações
feitas pelas organizações que assinaram
o relatório apontam as medidas que consideram
necessárias à efetiva aplicação
da Convenção 169 no País.
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Pedido de vista suspende julgamento
do STF sobre Terra Indígena dos Pataxó
25/09/2008 - Ministro Carlos Alberto
Menezes Direito se manifesta pedindo vista do processo
– como fez em agosto no questão da Raposa-Serra
do Sol (RR) – e suspende o julgamento de ação
sobre a terra dos índios Pataxó Hã-Hã-Hãe,
no sul da Bahia. Nos dois casos, os votos dos relatores
foram favoráveis aos direitos indígenas.
Teve início nessa quarta-feira
(24/9), no Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento
da Ação Cível Originária
(ACO) 312, que, há 26 anos, busca garantir
a posse permanente aos índios Pataxó
Hã-Hã-Hãe sobre a Reserva Indígena
Caramuru-Catarina Paraguaçu e colocar fim
aos conflitos entre índios e fazendeiros.
Atualmente, de acordo com a Assessoria de Imprensa
do Conselho Indigenista Missionário (CIMI),
cerca de 4 mil índios vivem na região,
que abrange três municípios baianos:
Pau Brasil, Camacã e Itajú do Colônia,
além da Reserva Fazenda Baiana, com 304 ha,
no município de Camamu, baixo-sul da Bahia.
A reserva indígena com
área de 54 mil hectares foi criada pelo então
Serviço de Proteção aos Índios
(SPI), em 1926, em terras devolutas do Estado da
Bahia, para “gozo dos índios Pataxós
e Tupinambás” (Lei Estadual nº 1916/26.
Diário Oficial. Salvador, 11/08/1926. Pp.
9935.). Nos anos 1940, o próprio SPI passou
a promover o arrendamento dessas terras. Como conseqüência,
muitas famílias foram expulsas, índios
viraram empregados dos fazendeiros ou foram agredidos
e assassinados. Nas décadas de 1960 e 1970,
o Estado da Bahia conferiu títulos aos arrendatários,
gerando e acirrando ainda mais os conflitos entre
índios e não-índios.
Em 1982, a Funai protocolou ação
no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a anulação
dos títulos de propriedade de terras concedidos
pelo governo a cerca de 400 fazendeiros e agricultores
e a retirada dos não-índios da reserva,
por meio da ACO 312.
O voto do relator e o pedido de
vista
O ministro Eros Grau, relator
da ação, reconheceu ser a terra indígena
e anulou os títulos e propriedade incidentes.
O ministro Menezes Direito pediu vista do processo
após a leitura do voto dos relator, da mesma
maneira que fez no julgamento da Raposa-Serra do
Sol, no dia 27 de agosto, após a leitura
do voto do relator ministro Carlos Ayres Britto,
que foi favorável à demarcação
da terra indígena.
A justificativa do ministro Menezes
Direito é de que quer analisar o processo
juntamente com outro - o Recurso Extraordinário
204647, que cuida de uma ação ajuizada
pela Fundação Nacional do Índio
(Funai) e que teve decisão favorável
em primeira instância, confirmada pelo Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF-1)
-, do qual é relator, e com a Petição
(PET) 3388, que discute a demarcação
da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol. Ele
afirma que as questões tratadas nesses processos
têm ligação e que partem, necessariamente,
independentemente da questão dos títulos,
da conceituação de terras indígenas:
“Nós todos estamos, aqui no STF, a procurar
uma definição concreta para estabelecer,
em definitivo, essa conceituação,
considerando todo o histórico dos múltiplos
precedentes que existem nesta Corte”, afirmou.
No final de agosto, o Supremo
suspendeu o julgamento da ação que
contesta a legalidade do decreto assinado pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, que estabeleceu
a demarcação da Terra Indígena
Raposa-Serra do Sol, após voto do relator
da ação, ministro Carlos Ayres Britto,
favorável à demarcação.
Saiba mais aqui.
Cerca de 200 pessoas dos povos
Pataxó Hã-Hã-Hãe, Tupinambá
(Bahia), Xakriabá (Minas Gerais) e Makuxi
(Roraima) vieram a Brasília acompanhar o
julgamento e ficaram satisfeitos com o resultado
parcial: “A gente estava preparado para tudo. Foi
bom ter começado, por que são 26 anos
de sofrimento. Agora, os mais velhos estão
mais tranqüilos, vendo que podemos ter a nossa
terra. Estamos confiantes, porque o primeiro voto
foi muito bom”, contou a cacique do povo Pataxó
Hã-Hã-Hãe, Ilza Rodrigues.
Ainda não há previsão
de data para retomar o julgamento da Caramuru-Catarina
Paraguaçu. Já o caso da Raposa-Serra
do Sol deve retornar à pauta do plenário
até o início de dezembro deste ano.
+ Mais
Fórum de ONGs critica plano
de mudanças climáticas que governo
divulgará
25/09/2008 - Grupo de Trabalho
(GT) de Clima do Fórum Brasileiro de ONGs
e Movimento Sociais (Fboms) publica nota sobre o
conteúdo e o atraso na divulgação
do plano de mudanças climáticas do
governo brasileiro, a ser apresentado hoje (25/9).
O GT considera o documento genérico e debatido
de forma "caótica".
Para Rubens Born, do Instituto
Vitae Civilis, que integra o Grupo de Trabalho de
Clima do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos
Sociais (Fboms), o plano a ser divulgado nesta quinta-feira
(25/9) pelo governo federal deveria representar
a responsabilidade do país nas emissões
mundiais de carbono e traçar métodos
objetivos para acabar com o desmatamento. "O
Brasil emite duas vezes mais que a Inglaterra e
eu temo que o plano final não inclua metas
de estabilização e redução
de emissões de gases de efeito estufa. As
consultas setoriais com a sociedade ocorreram rapidamente,
com pouco aviso prévio e de forma caótica
como assumiu o próprio secretário-executivo
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas,
Luiz Pinguelli Rosa, na reunião com ONGs
e movimentos sociais em 7 de agosto", explica.
"Agora querem lançar o plano nessa correria
para a reunião da COP-14 na Polônia.
Isso pode prejudicar muito a qualidade do conteúdo
do plano". O Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas é vinculado à Casa
Civil da Presidência da República.
Leia abaixo a carta do Fboms.
Nota do Grupo de Trabalho de Mudança
do Clima (FBOMS) sobre o conteúdo e o atraso
da divulgação do Plano Nacional sobre
Mudanças Climáticas
CIM ou Não para o Plano
Nacional sobre Mudanças Climáticas?
O governo federal, mais uma vez,
demonstra que não está preparado para
lidar seriamente com os desafios brasileiros de
um problema global: o aquecimento planetário
e as mudanças climáticas. O próprio
governo, por intermédio do ministro de Meio
Ambiente Carlos Minc e do Comitê Interministerial
de Mudança de Clima (CIM), chefiado pela
Ministra-Chefe da Casa Civil Dilma Rousseff havia
anunciado e reiterado que no dia 23 de setembro
tornaria pública a primeira versão
do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas.
Essa versão, segundo o governo, ficaria aberta
para comentários através de consulta
pública por 30 dias para, depois, ser lançado
pelo presidente Lula em evento anterior à
14ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (UNFCCC), em Poznan, Polônia.
Apesar de, nas negociações
internacionais, o Brasil desempenhar um papel importante;
no campo interno, o governo federal tem políticas
setoriais e programas que aprofundam a crise ambiental
e social, uma vez que dão prioridade ao crescimento
econômico irresponsável; desconsiderando
os impactos ecológicos e a necessidade da
integridade de nossos ecossistemas para permitir
um desenvolvimento sustentável e digno para
todos e todas. Isso se traduz em agressiva dedicação
a obras e iniciativas altamente questionáveis
como as usinas hidrelétricas no Rio Madeira
e outras, as usinas nucleares, a expansão
da fronteira agrícola e pecuária,
transposição de águas do rio
São Francisco e outras iniciativas incluídas
no Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC).
Nos últimos anos, o governo
federal ignorou a responsabilidade brasileira, diferenciada
dos países industrializados e de outros países
em desenvolvimento mais pobres, no tocante a compromissos
apropriados referente a suas emissões de
gases de efeito estufa. É sabido que a maior
parte das emissões brasileiras provém
do desmatamento e de mudança do uso do solo,
mas as tendências da evolução
do setor energético apontam para aumento
de emissões pelo uso de combustíveis
fósseis (seja para termoelétricas
ou transportes). A mera expansão do uso de
etanol e de biocombustíveis não é
resposta adequada e de longo prazo para uma política
séria de transporte e mobilidade sustentável.
Além disso, não é suficiente
para responder aos desafios globais de mitigação
de gases de efeito estufa e, portanto, não
é a única contribuição
que o Brasil, como quarto emissor global, pode oferecer.
Um plano sério em qualquer
tema ou área deve ter objetivos e ações
que possam ser mensuráveis, verificáveis
e relatáveis. Isso se traduz em metas e compromissos
para os diferentes setores da economia e da sociedade,
bem como responsabilidades e atribuições
para os diferentes níveis de governo. O Brasil
não pode, em função de sua
responsabilidade comum e diferenciada, fugir do
debate sobre a adoção de compromissos
nacionais que sinalizem na direção
da desaceleração do crescimento das
emissões, estabilização e posterior
redução, em prazos compatíveis
com a necessidade mundial de conter o aquecimento
global nos níveis indicados pelo IPCC. Isso
significa que o país deve urgentemente ter
um plano com ações e objetivos que
permitam de hoje, e ao longo da próxima década,
ampliar a sustentabilidade socioambiental do nosso
desenvolvimento, por um lado, e contribuir efetivamente
para os esforços mundiais de mitigação
do aquecimento global, por outro.
O atraso na divulgação
de um rascunho do Plano é sinal também
da incapacidade do governo de conduzir um processo
participativo e bastante abrangente para a pactuação
de ações em mudança de clima.
O CIM, criado pelo Decreto no. 6.263 de novembro
de 2007, tinha inicialmente até 30 de abril
de 2008 para apresentar uma versão preliminar
do Plano, prevendo consultas públicas. Nem
o prazo, nem o processo de consultas, foram levados
a cabo pelo governo federal. Algumas consultas só
foram realizadas por iniciativa do Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas
(FBMC), com apoio financeiro estrangeiro, e em parceria
voluntária com entidades de diversos setores
da sociedade, entre eles o Fórum Brasileiro
de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento (FBOMS).
Em 11 de setembro, na apresentação
da síntese das consultas setoriais feitas
pelo FBMC, percebeu-se que alguns setores privados
e do governo se mostram resistentes à adoção
de compromissos nacionais para limitação
ou estabilização das emissões
brasileiras, apesar desses setores muitas vezes
declararem publicamente que são favoráveis
a metas. Nas consultas, representantes governamentais
afirmavam que o plano conteria somente ações
de curto prazo já em curso e, portanto, não
é surpresa, conforme noticiado pela mídia,
que o resultado desse processo seja um simplório
apanhado de várias ações esparsas
e desconexas que o Governo pretende chamar de "Plano"
ou talvez, queira fazer a sociedade acreditar que
há "estratégia": Não
há!
Temos um governo deslumbrado com
o petróleo do pré-sal, com o crescimento
econômico e insensível, imaturo, em
face ao cataclisma climático que se anuncia.
Quem se preocupa com o futuro do país deve
organizar sua agenda para preparar-se, evitar, mitigar
e - inclusive - aproveitar as oportunidades da nova
realidade crítica que se agiganta. Fomos
abençoados, "gigantes pela própria
natureza", mas não podemos viver "deitados
em berço esplêndido". Nosso governo
- deslumbrado com a expansão agrícola
no Cerrado, com a produção de carne
na Amazônia, com o crescimento das colunas
de fumaça das fábricas, dos escapamentos
dos automóveis e das motocicletas - ainda
não consegue envidar esforços para
gerar uma estratégia nacional para as mudanças
climáticas. A competência para elaborar
este Plano é do CIM, presidido pela Ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff que, como divulgado
pela mídia, pressiona o quanto pode (e não
pode) por novas usinas hidrelétricas, novas
usinas nucleares, por novos projetos concentradores
de capital; porém não quer se empenhar
com questões sócio-ambientais. O ministro
do Meio Ambiente, que coordena o Grupo Executivo
do CIM, não consegue articular a elaboração
do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas.
E assim, nós do GT Clima/FBOMS nos manifestamos
com veemência em repúdio à inépcia
do CIM. Aqui estamos, e pressionamos, pois como
sabemos todos: "O clima vai esquentar e é
bom se planejar para o que virá!"
Grupo de Trabalho de Mudança do Clima - GT
Clima/FBOMS