Panorama
 
 
 

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Outubro de 2008

Onde a vaca vai, o desmatamento na Amazônia vai atrás

29 de Setembro de 2008 O desmatamento verificado pelo sistema Deter do Inpe no mês de agosto foi alavancado pelos municípios na Amazônia com os maiores rebanhos de gado.
Manaus (AM), Brasil — Devastação da floresta em agosto foi 3 vezes maior em comparação ao mesmo mês de 2007, segundo dados do Inpe. Pecuária é a principal atividade econômica nos municípios que mais desmataram.

Após a queda registrada no mês de julho, o desmatamento da floresta amazônica voltou a subir em agosto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), 756,7 quilômetros quadrados de floresta foram destruídos no período – índice três vezes maior do que o registrado em agosto de 2007, de 230 quilômetros quadrados.

"Lamentavelmente não é nenhuma novidade. Há meses, o Greenpeace vem alertando para a tendência de aumento do desmatamento na Amazônia, confirmada novamente pelos dados do Inpe divulgados nesta segunda-feira", disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.

Repetindo a tendência dos últimos quatro meses, o Pará voltou a ser o estado que mais destrói a Amazônia, com 435 quilômetros quadrados de florestas derrubados, seguido por Mato Grosso, com 229 quilômetros quadrados desmatados. O desmatamento do mês de agosto foi alavancado pelos municípios com os maiores rebanhos de gado. Para o Greenpeace, a retomada do desmatamento está ligada à diminuição da presença da fiscalização nos últimos meses na região. Como prova disso, em agosto, o Greenpeace transmitiu, ao vivo, imagens de destruição da floresta para alertar a opinião pública sobre o problema.

Queimadas recentes dentro e no entorno de áreas protegidas na área de influência da BR-163, no Pará, e também no Mato Grosso, foram documentadas pela organização para expor a falta de governança na região, o que incentiva a destruição da maior floresta tropical do planeta. Além disso, o aumento do desmatamento coincide com pressão dos governadores dos estados amazônicos, capitaneados por Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, para rever medidas estruturantes de combate ao desmatamento, como o corte de crédito para quem destrói a floresta.

"É preciso mudar a política de incentivos financeiros para atividades predatórias e passar a investir em atividades responsáveis, que considerem a floresta em pé. É possível zerar o desmatamento na Amazônia até 2015, associando desenvolvimento econômico na região com proteção das florestas", diz Adario.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, também divulgou nesta segunda-feira uma lista dos 100 maiores desmatadores do país, em que o Incra lidera como o campeão da destruição da floresta. Conheça nosso relatório Assentamentos de Papel, Madeira de Lei - Parceria entre Incra e madeireiros ameaça a Amazônia.

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Sujou! Leilões de energia priorizam usinas térmicas a óleo combustível

01 de Outubro de 2008 - Usinas termelétricas a carvão, como essa da Alemanha, são as principais fontes de emissões de gases do efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global.
São Paulo (SP), Brasil — Brasil terá 34 termelétricas fósseis nos próximos cinco anos. De renováveis, foi comercializada energia de apenas duas usinas.

Sujaram a matriz elétrica brasileira. Leilões realizados no último dia 17 de setembro e nesta terça-feira (30/9), para comercializar energia que deve entrar no sistema interligado em 2013.

Na terça-feira, foram contratados 5.566 MW e apenas 5% desse total será gerado por empreendimentos renováveis. O preço médio final ficou em R$ 145,23 por MWh para a energia térmica e R$99/MWh para a energia hidrelétrica. De 24 empreendimentos que venderam energia às distribuidoras, 17 deles foram térmicas a óleo combustível, quatro térmicas a gás natural liquefeito e uma térmica a carvão mineral importado. De energias renováveis, apenas uma usina a bagaço de cana e uma hidrelétrica.

No leilão realizado no dia 17, o resultado foi ainda pior. Toda a energia contratada foi de empreendimentos termelétricos, com 10 termelétricas a óleo combustível e duas a gás natural. O leilão comercializou 1.935,39 MW de potência a um preço médio de R$ 128,42 por MWh. Essa energia deve integrar o Sistema Interligado Nacional já em 2011.

"Ainda que o leilão de energia de biomassa ocorrido em agosto vá contribuir para a geração futura de eletricidade limpa, o resultado destes últimos leilões reforça a tendência de poluição da matriz elétrica brasileira nos últimos anos", afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil.

"O país está contrariando as medidas de mitigação de mudanças climáticas e aumentará e muito suas emissões de gases de efeito estufa. O potencial de geração por energias renováveis e de baixa emissão é enorme no país e a viabilização dessa energia depende de vontade política", afirma Baitelo.

Por enquanto, a energia eólica ainda aguarda a realização de um leilão exclusivo, programado para o início de 2009, e a Comissão Especial de Energias Renováveis, da Câmara dos Deputados, trabalha na elaboração de um novo marco regulatório para as energias renováveis. Uma análise sobre as políticas nacionais para energias renováveis pode ser vista no relatório A Caminho da Sustentabilidade Energética.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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