Meio Ambiente
/ Ecossistema - 29/09/2008 - 14:54
O sistema Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), apontou em agosto
756 km2 de desmatamento na Amazônia Legal.
Deste total, 435 km2 no Pará e 229 km2 no
Mato Grosso.
O registro em Agosto é
mais que o dobro apontado em julho, quando o desmate
ficou em 323 km2. Mas o número é menor
do que o verificado nos meses de junho, maio e abril
- considerado o pior mês de 2008 segundo o
Deter, quando a Amazônia perdeu em 30 dias
1.124 km2.
Estes números, que consideram
áreas que sofreram corte raso (desmate completo)
ou degradação progressiva, devem ser
analisados em conjunto com os dados sobre a ocorrência
de nuvens, que impedem o monitoramento por satélite.
Em agosto, 74% da Amazônia
Legal pôde ser vista, porém ficaram
encobertos 99% do Amapá e 77% de Roraima.
O Mato Grosso ficou livre das nuvens em agosto,
enquanto o Pará teve 24% de sua área
encoberta. Esta cobertura é para o conjunto
de imagens Modis que foram utilizadas. (Veja aqui
o relatório completo)
Avaliação
Com imagens dos satélites
Landsat e Cbers, que apresentam melhor resolução
espacial (20 e 30 metros), o Inpe faz a qualificação
dos dados do Deter, que usa sensores cuja baixa
resolução (250 metros) é compensada
pela capacidade de observação diária.
O Relatório de Avaliação mostra
que 89% das áreas apontadas pelo Deter foram
confirmadas como desmatamento. Foram avaliados 420
Alertas, que representam 446 km2 ou 59% da área
total dos polígonos (756 km2) indicados pelo
Sistema no mês de agosto.
Os Alertas indicaram principalmente
desmatamentos por corte raso (67,5%) e por degradação
florestal de intensidade alta (17%), categorias
em que a resposta do solo é predominante
sobre a cobertura florestal escassa. O Sistema foi
preciso, principalmente, na detecção
de polígonos maiores que 1 km2.
Os polígonos não
confirmados como desmatamento (11%) eram na maioria
menores que 2 km2. Para os técnicos do Inpe,
estes resultados comprovam que os Alertas do Deter
são eficientes para orientar a fiscalização
e indicar as áreas prioritárias para
a vistoria de campo.
Deter
Em operação desde
2004, o Deter foi concebido pelo Inpe como um sistema
de alerta para suporte à fiscalização
e controle de desmatamento. São mapeadas
tanto áreas de corte raso quanto áreas
em processo de desmatamento por degradação
florestal. É possível detectar apenas
polígonos de desmatamento com área
maior que 25 hectares por conta da resolução
dos sensores espaciais (o Deter utiliza dados do
sensor Modis do satélite Terra e do sensor
WFI do satélite sino-brasileiro Cbers, com
resolução espacial de 250 metros).
Devido à cobertura de nuvens, nem todos os
desmatamentos maiores que 25 hectares são
identificados pelo sistema.
Assessoria de Imprensa do Inpe
+ Mais
Órgãos ambientais
se mobilizam contra as queimadas no semi-árido
paraibano
Meio Ambiente - 01/10/2008 - 14:20
O Museu Interativo do Semi-Árido (Misa),
em parceria com o Instituto Nacional do Semi-Árido
(Insa/MCT), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
e Exército (31º Batalhão de Infantaria
Motorizada), realiza hoje (1º), uma mobilização
na Praça da Bandeira, em Campina Grande (PB),
contra o desmatamento e as queimadas que estão
aumentando potencialmente a desertificação
no Semi-Árido paraibano.
De acordo com informações
do 2º Batalhão Bombeiro Militar da Paraíba
(BBM), foram registrados este ano cerca de 100 incêndios
em matagais da região do 2º BBM. O mês
que registrou maior número de focos de incêndio
foi fevereiro, com 36 ocorrências. A preocupação
dos bombeiros é que a partir de agora, com
a temperatura mais alta, aumente a ocorrência
de incêndios na mata. Na mobilização
o museu distribuirá mudas de plantas e sacolas
ecológicas.
De acordo com o coordenador do
Misa, Vicente de Paulo Albuquerque Araújo,
a iniciativa objetiva ajudar a preservar as belezas
naturais do Semi-Árido e conscientizar a
população para os problemas decorrentes
das queimadas e o desmatamento para o meio ambiente.
A mobilização faz
parte da programação da Primavera
dos Museus realizada pelo Misa e reúne vários
órgãos e ONG's de proteção
ao meio ambiente, numa antecipação
ao Dia Mundial dos Animais, Dia da Natureza e o
início da Semana de Proteção
à Fauna, no dia 4. O evento tem o apoio de
instituições como o Corpo de Bombeiros,
Ministério Público Estadual e o 1º
Grupamento Florestal de Campina Grande Guardiões
da Natureza, entre outras.
O processo de desertificação
na Paraíba já atinge 70% do estado,
de acordo com informações da Associação
de Proteção Ambiental do Estado (Apam).
Na região da Borborema a desertificação
já ultrapassa 80%.
De acordo com especialistas, o
açude de Bodocongó está com
apenas 30% de sua capacidade de água devido
ao assoreamento provocado pelo desmatamento. O mesmo
estaria ocorrendo com o açude de Boqueirão,
que já está com 15% de assoreamento.
Os especialistas alertam aos órgãos
ambientais, considerando que a desertificação
está mudando o curso dos rios e riachos e
assoreando os mananciais.
Desertificação é
o fenômeno que ocorre em regiões de
clima árido, semi-árido e sub-úmido
seco, destruindo cerca de 60 mil km de terra no
mundo todo. Além de tornar a região
vulnerável à seca causando prejuízos
diretos na agricultura e pecuária, a desertificação
causa perda da biodiversidade, dos solos por erosão
e diminuição dos recursos hídricos
levando ao abandono das terras pela população.
Cerca de metade da paisagem da
Caatinga já foi deteriorada pela ação
do homem. De 15 a 20% do bioma estão em alto
grau de degradação.
Aline Guedes - Departamento de Comunicação
do Insa