29/09/2008
- O Fórum Paulista de Mudanças Climáticas
Globais e de Biodiversidade promoveu em 29.09, com
a presença de aproximadamente 80 pessoas,
o workshop “Alternativas para os créditos
temporários nas atividades de projeto de
florestamento/reflorestamento dentro do Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo”, na sede da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente.
De acordo com o secretário
executivo do Fórum, Fábio Feldmann,
o objetivo do encontro foi proporcionar um panorama
geral das negociações dos projetos
de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL pelo
mundo e apresentar o que é realizado no Brasil.
“O fórum é uma tentativa de diálogo
entre o governo, a sociedade civil e os meios acadêmicos
e empresariais”, declarou. Para o secretário
de meio ambiente, Xico Graziano, presente na abertura
do evento, a agenda das mudanças climáticas
globais está chegando e logo estará
na base da sociedade. “As mudanças são
difíceis, mas elas estão chegando.
A meta do Estado de São Paulo é termos,
em 2025, 1.700.000 hectares de áreas de floresta
recuperadas”, anunciou.
O presidente do Bali Road Map,
Luiz Alberto Figueiredo Machado, afirmou que o ano
de 2009 será decisivo para as negociações
internacionais relacionadas às mudanças
climáticas. “O Road Map é um processo
de negociação para agora e o objetivo
é que se possa concluir esse contrato até
dezembro de 2009, em Kopenhagen”, declarou. Figueiredo
esclareceu a razão do imediatismo da negociação.
“Necessitamos elaborar novas metas para os países
desenvolvidos, pertencentes ao anexo 1, do Protocolo
de Kyoto até o início de 2013, elas
devem passar por processos legislativos nos seus
países de origem. Esse tempo é o ideal
para que em 2010, 2011 e 2012 os países consigam
as aprovações parlamentares”, revelou.
O workshop contou com a apresentação
de José Domingos Gonzáles Miguez,
coordenador geral de mudanças globais de
clima do Ministério da Ciência e Tecnologia
e secretário executivo da Comissão
Interministerial de Mudanças Globais do Clima,
a respeito do panorama atual e das perspectivas
dos projetos brasileiros de MDL. De acordo com Miguez,
dos 3.828 projetos de MDL no mundo, o Brasil está
em terceiro lugar, com 8% dos projetos, antecedido
por China e Índia, com 35% e 28%, respectivamente.
“Os projetos de MDL têm que reduzir as emissões
e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
A diferença de projetos brasileiros, em comparação
com os chineses e indianos, se deve à nossa
matriz energética, considerada limpa em relação
aos dois países”, explicou. Miguez também
afirmou que o MDL já é uma das 20
pautas de exportação do Brasil.
Marcelo Theoto Rocha, pesquisador
do Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada – CEPA, vinculado à Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ, apontou
que o fato dos projetos florestais de MDL gerarem
reduções certificadas de emissões
temporárias provoca uma baixa demanda por
esse tipo de plano no mercado. “As empresas e os
investidores estão em busca de soluções
definitivas, ou seja, de reduções
certificadas permanentes”, assinalou. Para Marcelo,
as modalidades e procedimentos para as atividades
de florestamento e reflorestamento em MDL também
determinam os créditos de carbono dos projetos
florestais que são considerados temporários
para Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima.
Texto: Valéria Duarte Fotografia: José
Jorge
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Parceria inovadora para monitoramento
ambiental aéreo do Estado de São Paulo
29/09/2008 - Com a segunda maior
frota do mundo, com 484 helicópteros registrados
e quase 20 mil viagens em 2007, a cidade de São
Paulo só perde para Nova York em número
de aeronaves. Agora, os helicópteros paulistas
estarão a serviço do meio ambiente.
Uma idéia desenvolvida pelo Instituto Ecofuturo,
pilotos que sobrevoam o Estado de São Paulo
transmitirão informações para
a Polícia Militar Ambiental sobre possíveis
crimes ecológicos. A ação que
deverá receber o nome de “Colibri”, tem a
participação dos pilotos da Associação
Brasileira dos Pilotos de Helicóptero - ABRAPHE
e da Polícia Ambiental, com apoio da Secretaria
de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
As instituições selam a parceria no
próximo dia 1º de outubro, quarta-feira,
às 11 horas, no Campo de Marte, na Zona Norte
da cidade.
O projeto garantirá que
todo o território do Estado de São
Paulo seja monitorado. Inicialmente, serão
cerca de 60 pilotos participantes que ajudarão
a proteger ambientalmente toda a área do
Estado. A idéia é que durante os vôos
os pilotos transmitam informações
para a Polícia Ambiental, sobre possíveis
ações de degradação
ambiental.
A parceria acontece justamente
quando a SMA aperfeiçoa o seu Disque Ambiente
- 0800 11 35 60 - para receber denúncias
de crimes ambientais. O serviço, que no primeiro
semestre recebeu mais de 40 mil ligações,
passa a atender 24 horas por dia, todos os dias
da semana, com atendimento feito por especialistas
da área ambiental e com um menu simplificado,
para não confundir o cidadão que quiser
fazer uma denúncia. Desmatamento, queimadas,
fumaça preta, emergências químicas,
comércio e criação ilegal de
animais silvestres, são alguns dos crimes
que podem ser denunciados pela população.
Os pilotos “fiscais da natureza” receberão
treinamento para a identificação de
possíveis crimes ambientais e para que eles
acompanhem a efetividade dessa ação,
mensalmente será enviado um relatório
para ABRAPHE, mostrando os resultados da operação.
Texto: Evelyn Araripe e Instituto Ecofuturo