Cerca
de 1,8 mil hectares da região agrícola
de Castro, nos Campos Gerais, serão recuperados
com plantio de espécies nativas. A iniciativa
faz parte de um termo de cooperação
técnica firmado, no fim do mês passado,
pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP)
com as cooperativas Batavo e Castrolanda.
De acordo com o presidente do
IAP, Vitor Hugo Burko, esse tipo de parceria assegura
vida digna na cidade e condições de
produção para o campo. “Meio ambiente
saudável é uma garantia para a população
em geral e para o produtor, que vai conseguir continuar
produzindo por muito tempo”, comentou.
O órgão ambiental
será responsável por fornecer às
cooperativas 60 mil mudas, produzidas nos viveiros
do Programa Mata Ciliar. Cada cooperativa receberá
30 mil mudas e caberá a elas organizar os
plantios e prestar assistência técnica
aos agricultores. Ao todo serão mais de 1,2
mil propriedades beneficiadas.
Para Natália Couto, analista
ambiental da Cooperativa Batavo, o trabalho conjunto
será importante para toda região.
“São muitos os pontos positivos do acordo,
mas um dos principais é que esperamos nos
aproximar ainda mais e melhorar nosso relacionamento
com os associados, além de conscientizá-los
sobre a importância do cumprimento da legislação
ambiental para sua produção”, afirmou.
As mudas irão recuperar
as matas ciliares – Área de Preservação
Permanente (APP) - destas propriedades e serão
plantadas até o final do próximo ano,
quando termina o prazo do termo de cooperação.
Mas segundo o chefe do escritório regional
do IAP em Ponta Grossa, Reginato Bueno, a intenção
é renovar continuamente a parceria para promover
a regeneração da cobertura florestal
no maior número de propriedades possível.
Na Castrolanda a prorrogação
já está garantida. “As ações
ambientais não são fixas, mas sim
contínuas, por isso certamente o renovaremos.
Nossa idéia é prorrogá-lo até
2013”, antecipou Patrícia Lucena, assistente
técnica de Meio Ambiente da cooperativa Castrolanda.
+ Mais
Encontro no Litoral reuniu 300
catadoras de materiais recicláveis de todo
o Brasil
Mais de 300 mulheres participaram
no final de semana do I Encontro Nacional de Mulheres
Catadoras de Materiais Recicláveis, realizado
no balneário Praia de Leste, em Pontal do
Paraná. O objetivo do encontro, promovido
pelo Fórum Lixo e Cidadania, com apoio da
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
foi destacar o papel desempenhado pelas mulheres
no Movimento Nacional de Catadores de Material Reciclável
e promover a discussão sobre novas fontes
de renda.
Na abertura do evento, o secretário
do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, destacou que,
diferentemente de outros Estados, no Paraná
não se busca a implantação
de tecnologias que “desapareçam” com os resíduos.
“Estimulando tecnologias quem somem com os materiais
estaríamos incentivando o consumo exacerbado
e a falta de preocupação com o meio
ambiente”, comentou.
Segundo Rasca, no Paraná
se faz o contrário. “Estimulamos a separação
dos resíduos e a reciclagem, para que homens
e mulheres que vivem desta atividade tenham sempre
o que recolher. Aqui lixo reciclável é
para catadores e catadoras”, afirmou.
Ao ouvir a explanação
do secretário, a representante paranaense
no Movimento Nacional de Catadores, Marilza Aparecida
de Lima, agradeceu a participação
dele no encontro e elogiou a política ambiental
desenvolvida no Paraná.
As ações que Governo
do Paraná e Ministério Público
vem promovendo em conjunto para estimular a reciclagem
– como a integração de grandes geradores
no processo de recolhimento de resíduos –
também foram apresentadas no encontro.
O coordenador do Centro de Apoio
Operacional das Promotorias de Meio Ambiente, Saint
Clair Honorato dos Santos, fez questão de
reforçar o posicionamento defendido pelo
secretário. “Este é o coro que fazemos
no Paraná: lutamos pela mudança, queremos
que a sociedade reconheça todos os dias a
importância do trabalho honrado destes homens
e mulheres”, resumiu.
A idéia de realizar um
encontro nacional para discutir o tema entre as
mulheres partiu da necessidade de fortalecer as
lideranças femininas no movimento. “Esse
encontro foi uma reivindicação das
próprias mulheres porque há é
urgente a igualdade com os homens”, explicou a coordenadora
do Fórum Lixo e Cidadania no Paraná,
a procuradora do Trabalho, Margaret de Matos Carvalho.
Além de representantes do Paraná,
catadoras de outros 11 Estados brasileiros participaram
do encontro.
OFICINAS – Nos dois dias de atividades
foram promovidas oficinas visando ao melhoramento
da qualidade de vida e da auto-estima das mulheres
catadores de material reciclável. Uma das
atividades, oferecida pelo programa Desperdício
Zero, as ensinou a construir um aquecedor solar
com materiais recicláveis como garrafas PET
e embalagens longa vida.
A carioca Elizabeth de Assis dos
Santos, da Associação Crioula que
atua com 48 mulheres de comunidades do Rio de Janeiro,
foi uma das 40 mulheres que participaram da oficina.
Ela se mostrou impressionada com o sistema. “Já
fiquei pensando em como posso aproveitá-lo
na minha casa e garanti material para levar às
outras mulheres da associação”, disse.
“Estou louca para mostrar a elas essa novidade”,
disse.
+ Mais
Força-tarefa multa 43 propriedades
de que poluem Bacia dos Apertados em Arapongas
Quarenta e três propriedades
rurais da bacia hidrográfica do Ribeirão
dos Apertados, em Arapongas, foram multadas por
poluir o manancial que abastece Arapongas, no Norte
do Estado. Entre os crimes ambientais estão
o lançamento de dejetos orgânicos diretamente
em córregos e ribeirões, a falta de
proteção com vegetação
em córregos e nascentes, carcaças
de animais a céu aberto, desvio de curso
hídrico, disposição inadequada
de embalagens de agrotóxicos e a presença
de gado em Área de Preservação
Permanente (APP). Nessas propriedades, o Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) e a Polícia
Ambiental – Força Verde emitiram 58 multas,
que totalizam R$ 481 mil. Nos próximos dias,
outras multas deverão ser emitidas.
As autuações foram
resultado da força-tarefa que vistoriou a
bacia, entre 15 e 25 de setembro, para identificar
focos de poluição no manancial. Participaram
do trabalho a Sanepar, o IAP, a Força Verde,
Emater, Defesa Civil, Polícia Civil, Suderhsa
(Superintendência de Desenvolvimento de Recursos
Hídricos e Saneamento Ambiental), Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, Vigilância Sanitária,
ong Olho d´Água, Corpo de Bombeiros
e Ibama. O resultado foi apresentado na reunião
realizada sexta-feira (26), com representantes desses
órgãos, do promotor de Meio Ambiente
de Arapongas, Elcio Sartori, e da delegada de Proteção
ao Meio Ambiente do Paraná, Leonídia
Hecke. A força-tarefa foi criada em função
de focos de poluição que levaram a
Sanepar a interromper o abastecimento de água
em Arapongas em 14 de agosto e 14 e 21 de setembro.
O gerenciamento da qualidade de
água do Ribeirão dos Apertados agora
será feito por um grupo gestor, formado por
órgãos governamentais, dentro do Programa
de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias.
No Paraná, existem outros 38 grupos gestores
que fazem esse trabalho. Até 17 de outubro,
o grupo apresenta um diagnóstico da bacia,
que irá pautar as ações de
curto, médio e longo prazos, a fim de assegurar
a qualidade da água do manancial. A Bacia
dos Apertados está numa área de 114
quilômetros quadrados.
ANALISES – Segundo a diretora
de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa,
a Sanepar irá fazer o monitoramento da qualidade
da água bruta, da água tratada e das
condições do solo. Para as análises
laboratoriais, a empresa firmou uma parceria com
o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
A Sanepar já apresentou ao grupo um plano
de monitoramento que vai possibilitar uma visão
geral de qualidade da bacia para uma atuação
nas áreas mais críticas. Foram indicados
13 pontos da bacia – sete nos Apertados e seis no
Ribeirão dos Frouxos – para a coleta de amostras
quinzenais em três campanhas programadas e
mais duas campanhas que vão ser realizadas
depois da ocorrência de chuvas. A Sanepar
também irá intensificar o programa
Viva a Natureza! Se Ligue na Rede!, com vistorias
das ligações residenciais, industriais
e comerciais na rede coletora de esgoto de Arapongas,
uma vez que a poluição da bacia também
ocorre com resíduos urbanos.
De acordo com o promotor de Meio
Ambiente de Arapongas, os processos de crimes ambientais
que chegam à Promotoria precisam ter continuidade.
“A denúncia chega até nós,
mas ninguém dá prosseguimento à
ação para saber se as irregularidades
estão sendo sanadas ou não”. Devido
a essa situação, a diretora da Sanepar
ressalta que o desafio é conseguir que o
grupo gestor tenha agilidade em suas ações
e que permita um controle social do trabalho. “Serão
realizadas audiências públicas, convocadas
pela Promotoria, com produtores rurais, cooperativas
e revendas agrícolas, para exposição
do trabalho do grupo gestor e de atribuições
de responsabilidades”, afirmou.