Efeito
Estufa - 29/09/2008 - 09:30
Texto ficará disponível para consulta
até outubro e prevê ações
como a ampliação do uso de energias
renováveis
Os ministros da Ciência e Tecnologia (MCT),
Sergio Rezende, e do Meio Ambiente (MMA), Carlos
Minc, apresentaram na quinta-feira (25), em Brasília
(DF), o Plano Nacional de Mudança Climática.
O documento ficará disponível para
consulta pública de hoje (29) a 31 de outubro
deste ano. A previsão do Governo Federal
é apresentar a versão definitiva do
Plano no final de novembro, antes da realização
da próxima Conferência do Clima da
Organização das Nações
Unidas (ONU), que será realizada em dezembro,
na Polônia.
O Plano Nacional reúne
ações que serão colocadas em
prática em todo o País e tem por objetivo
combater as mudanças globais do clima e enfrentar
as conseqüências dessas alterações.
O texto que será disponibilizado para consulta
foi elaborado pelo Comitê Interministerial
sobre Mudança do Clima (CIM), que é
formado por representantes de 16 ministérios,
entre eles o MCT, e por integrantes do Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas,
que são coordenados pela Casa Civil.
Entre as ações previstas
no Plano está o aumento da participação
das fontes renováveis e de energias limpas
na matriz energética do Brasil, redução
no consumo de energia - incluindo um programa de
troca de aparelhos de geladeiras, que também
permitirá a redução na emissão
de gases do efeito estufa -, redução
nas emissões de gases no setor de petróleo,
conservação de Biomas, aumento da
sustentabilidade da agropecuária, melhoria
do desempenho da indústria, gestão
de resíduos e melhoria do setor de transportes.
De acordo com o Plano, apenas
com a substituição do carvão
mineral pelo carvão vegetal renovável
é possível diminuir em 3 toneladas
a emissão de CO2, por tonelada de ferro processado
na siderurgia. Com essa medida, o que se pretende
é estimular o uso de carvão vegetal
renovável de origem legal na siderurgia nacional,
explica o ministro Carlos Minc. Ele também
destacou uma série de ações
de eficiência energética que integram
o Plano, como o Programa Brasileiro de Etiquetagem,
Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (Procel), Programa Nacional
de Racionalização do Uso dos Derivados
de Petróleo e Gás Natural (Conpet),
além de outros. Uma das principais medidas
dentro dessa linha é a substituição
de 10 milhões de geladeiras antigas, em 10
anos, por novos modelos. "Somente com essa
mudança, podemos economizar 14 terawatt-hora
(TWh) - 1 tera eqüivale a 1 trilhão
de watts - e reduzir em mais de sete milhões
de toneladas de CO2 a emissão de gases pela
não geração da energia elétrica,
além da retirada de cerca de cinco milhões
de toneladas de CFC, gás nocivo à
camada de ozônio", disse.
Para o ministro da Ciência
e Tecnologia (MCT), Sergio Rezende, a apresentação
do Plano Nacional é mais uma demonstração
da preocupação do Brasil com o meio
ambiente e com as mudanças que vêm
ocorrendo no clima. O ministro fez um resgate das
discussões sobre os efeitos da ação
do homem sobre o clima, lembrando a realização,
no Rio de Janeiro, da Eco 92. "Foi a partir
desta conferência que foram tomadas várias
decisões. Foi um momento importante e, a
partir desse encontro, passou-se a discutir mais
sobre o meio ambiente e os riscos causados pelas
mudanças climáticas", disse.
Rezende destacou que o MCT está
envolvido nesta discussão há vários
anos e lembrou a criação, em 1994,
da Coordenação Geral de Mudanças
Globais de Clima. Segundo ele, ao longo dos anos,
o MCT foi assumindo um papel importante neste debate.
O ministro falou ainda que o Plano de Ação
de Ciência, Tecnologia e Inovação
(PAC,T&I 2007/2010), lançado em novembro
do ano passado, tem entre suas quatro prioridades
uma específica, que trata da Pesquisa e Desenvolvimento
em Áreas Estratégicas. "Uma dessas
áreas estratégicas é justamente
a de mudanças climáticas. Além
desta, há no Plano outras seis áreas
co,mo biocombustíveis e Amazônia, que
tem relação direta com esse debate",
disse. Rezende citou também o lançamento,
no ano passado, da Rede-Clima de pesquisa, que vai
gerar e disseminar conhecimento para que o Brasil
possa responder às demandas e desafios provocados
pelas mudanças climáticas globais.
Outra ação do MCT
na área de mudanças climáticas
destacada por Rezende é o investimento feito
na compra de um supercomputador, que será
instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe/MCT). O novo equipamento dará ao País
a possibilidade de desenvolver um modelo climático
próprio, que, ao entender melhor o impacto
das mudanças climáticas em seu território,
abrirá caminhos para que políticas
públicas sejam elaboradas para diminuir os
efeitos sociais, ambientais e econômicos do
aquecimento global.
Rafael Godoi - Assessoria de Comunicação
do MCT