Especialistas
brasileiros e estrangeiros em recuperação
de áreas degradadas reúnem-se em Curitiba
a partir desta quinta-feira (09), no maior evento
sobre o tema da América Latina: o VI Simpósio
Nacional sobre Recuperação de Áreas
Degradadas. Cerca de 400 pessoas participarão
do encontro que tem como um dos objetivos promover
a troca de experiências e discutir formas
de restauração de áreas impactadas
por atividades como mineração, agricultura
e pecuária.
O evento, que conta com apoio
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
é promovido pela Sociedade Brasileira de
Recuperação de Áreas Degradadas
(Sobrade), em conjunto com a Universidade Federal
do Paraná (UFPR), Embrapa-Florestas e a Fundação
de Pesquisas Florestais do Paraná (FUPEF).
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, explicou
que, por lei, áreas degradadas como as cavas
de exploração de areia na Região
Metropolitana de Curitiba devem ser recuperadas
pelo responsável pelo impacto. “De acordo
com a legislação ambiental, a área
degradada é um passivo ambiental que deve
ser restaurado para que suas funções
ambientais e ecológicas voltem a ficar próximas
do que eram originalmente”, completou.
Segundo o presidente da Sobrade
e professor do Departamento de Ciências da
UFPR, Maurício Balensiefer, cada especialista
irá contribuir com a experiência adquirida
em seu bioma. “Serão apresentados trabalhos
com informações importantes para a
solução dos vários problemas
em ambientes degradados de cada região brasileira.
Participarão especialistas mineiros, paulistas
e africanos, de Moçambique. Isso irá
enriquecer o evento”, disse.
Para o técnico da Coordenadoria
de Biodiversidade e Florestas da Secretaria do Meio
Ambiente, Paulo Roberto Castella, a divulgação
de novos métodos e conceitos para a recuperação
é fundamental. “É preciso disseminar
as informações para restaurarmos o
maior número possível de áreas
e colocá-las em atividade novamente. Assim,
evitaremos a degradação de novos ambientes”,
afirmou.
O simpósio será
realizado no Centro de Eventos da FIEP, Avenida
Comendador Franco (Av. das Torres), 1.341, no bairro
Jardim Botânico. Mais informações
sobre o evento em www.sobrade.com.br
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3º Fórum Nacional
de Recursos Hídricos traz discussões
sobre qualidade da água nos rios brasileiros
Intensificar ações
para melhorar a qualidade da água nos rios
brasileiros e garantir o uso sustentável
dos recursos hídricos para as próximas
gerações foram os principais assuntos
discutidos nesta quarta-feira (08), durante a abertura
a 3ª Reunião Ordinária do Fórum
Nacional dos Órgãos Gestores das Águas.
O evento continua nesta quinta-feira e está
sendo realizado pela Agência Nacional de Águas
(ANA), com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos e Superintendência
de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental (Suderhsa).
Para o secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues,
o Fórum é a oportunidade de reforçar
as políticas públicas e de fazer um
intercâmbio de experiências que deram
certo nos estados. “E isto é o que o Paraná
fará. Temos 16 grandes bacias e falar da
quantidade, abundância dos recursos hídricos,
priorizando a qualidade é para nós
um tema importante”. Segundo ele, a unificação
das políticas públicas voltadas aos
recursos hídricos pode acelerar iniciativas
ainda modestas para proteção e despoluição
de rios.
O representante da Unesco, Silneito
Fávero, disse que a entidade trabalha no
sentido de estimular uma maior cooperação
dos estados no setor, por meio de publicações
de casos de sucesso dos estados e um prêmio
de boas práticas para as secretarias estaduais
que se destacarem nos relatórios unificados.
“O futuro do meio-ambiente está condicionado
a biocivilização, que é o consumo
consciente. Ele começa com simples práticas
do dia-a-dia até as grandes políticas
públicas”, afirmou Fávero.
A Unesco está elaborando
um documento que será apresentado no Fórum
Mundial de Recursos Hídricos, que acontecerá
em março na Turquia. A representação
da Unesco está presente em seis estados brasileiros
e tem sua sede em Brasília, onde existe uma
Coordenação de Ciências Naturais.
Experiências - Em março
de 2001 a Agência Nacional de Águas
(ANA) criou o Programa Despoluição
de Bacias Hidrográficas para reduzir os níveis
de poluição dos rios no país
e para garantir a implementação de
um banco de um grande banco de dados, o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Temas como este, além da definição
de estratégias e diretrizes para a fiscalização
dos recursos hídricos também estão
sendo discutidos no evento.
A coordenadora de Recursos Hídricos
do Acre, Madeleine Gomes, disse que o seu estado
está desenvolvendo o monitoramento dos rios
por bacias. “Nosso principal desafio é a
conscientização ambiental da população.
Jogar agrotóxicos e despejar esgotos diretamente
nos rios ainda tem sido os principais fatores de
poluição”, afirmou.
De acordo com a vice-presidente
do Fórum de Recursos Hídricos do Nordeste
e Secretária do Meio Ambiente de Alagoas,
Ana Catarina Pires de Azevedo Lopes, o maior desafio
das Secretarias de Meio Ambiente dos estados do
nordeste ainda é o saneamento. “Temos a questão
que envolve o rio São Francisco, que depende
fundamentalmente das chuvas, principalmente em algumas
regiões onde as secas são mais severas.
Ao longo do baixo São Francisco percebemos
o grave assoreamento e redução da
qualidade da água do rio”, afirmou. Ela avaliou
o Fórum como uma escola para técnicos
de estados que começaram a implantar seus
órgãos gestores de recursos hídricos,
apesar de a lei federal de criação
de coordenadorias de recursos hídricos nos
estados já ter completado 11 anos.
O presidente da Suderhsa, João
Lech Samek, também acredita que o Fórum
é uma grande oportunidade para a troca e
experiências. “No caso do Paraná estamos
avançados no gerenciamento das águas
e criação do Plano de Gerenciamento
de Bacias – que partiu de um mapeamento e diagnóstico
dos recursos hídricos”. O próximo
passo é ampliar os conhecimentos sobre o
enquadramento (classes) em que se encontram os rios
do Paraná.
“É muito importante tanto
para o monitoramento atual, como para prever as
condições futuras. O enquadramento
leva em consideração a quantidade
e a qualidade das águas. O Artigo que está
sendo proposto no Fórum vai apresentar um
retrato dos estados em relação ao
seu gerenciamento das águas, e pautar as
ações federais sobre o assunto”, afirmou.
Entre os estados presentes às
discussões estão Bahia, Goiás,
Acre, Rio Grande do Norte, São Paulo, Amazonas,
Paraíba, Distrito Federal e São Paulo.
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Encontro nacional de órgãos
gestores de águas começa nesta quarta-feira
em Curitiba
O Paraná sediará
nesta quarta-feira (8) e quinta-feira (9) a III
Reunião Ordinária do Fórum
Nacional dos Órgãos Gestores das Águas,
que discutirá o novo estatuto do Fórum,
integração de um banco de dados, estratégias
e diretrizes para a fiscalização dos
recursos hídricos no Brasil. Já confirmaram
participação representantes da Bahia,
Goiás, Acre, Rio Grande do Norte, São
Paulo, Amazonas, Paraíba, Distrito Federal
e São Paulo.
A abertura do evento será
feita pelo secretário nacional de Recursos
Hídricos, Vicente Andreu Guillo; pelo secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná,
Rasca Rodrigues; e pelo presidente da Superintendência
de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental, João Lech Samek.
O coordenador do Fórum,
Julio César de Sá da Rocha, explicou
que o Paraná foi escolhido para sediar a
reunião devido ao êxito que o governo
estadual tem obtido em suas iniciativas. “Não
foi à toa que escolhemos o Paraná
para receber o evento, mas sim por causa da competência
da equipe técnica paranaense para tocar a
política das águas”, comentou.
Uma das atividades programadas
para a reunião é a 4a Sessão
Técnica para discutir de forma conjunta os
planos estaduais de recursos hídricos, classificação
e enquadramento de rios – ambos instrumentos de
gestão de recursos hídricos.
“A primeira sessão, realizada
em Belém do Pará, abordou a outorga.
Depois fomos a Minas Gerais discutir monitoramento.
A terceira sessão, organizada em Salvador,
focou a fiscalização e agora no Paraná
serão discutidos os planos e enquadramento,
dois instrumentos fundamentais para a gestão”,
detalhou Julio.
Além da discussão
técnica, o evento também contará
com a participação de representantes
da Unesco, Banco Mundial e Ministério do
Meio Ambiente – entidades que atuam na área
de projetos e financiamentos com as secretarias
e órgãos estaduais de recursos hídricos,
segundo o coordenador do Fórum.
A representante do Estado do Amazonas,
Maria do Carmo Santos, já está no
Paraná e falou sobre a expectativa para a
reunião. “O Estado do Amazonas tem uma realidade
bem diferente, temos mais problemas urbanos, como
lançamentos de efluentes da cidade industrial.
Estamos buscando as experiências de outros
Estados para ajudar a melhorar o nosso”, disse a
regente de Recursos Hídricos e Minerais do
Instituto de Proteção Ambiental do
Estado do Amazonas.
FÓRUM - O Fórum
Nacional de Órgãos Gestores das Águas
do Brasil foi criado no IX Fórum Nacional
de Comitês de Bacia, realizado em outubro
do ano passado, em Foz do Iguaçu. Na ocasião,
foi elaborado um documento - a “Carta de Foz do
Iguaçu” - justificando a criação
da rede e a sua importância. Ele é
composto por 18 instituições estaduais
e, além da troca de experiências entre
os órgãos gestores, tem como atribuição
o fortalecimento da gestão compartilhada,
descentralizada e integrada dos recursos hídricos
visando a efetividade do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos.