5 de Outubro
de 2008 - Luana Lourenço - Enviada Especial
- Pacaraima (RR) - O prefeito eleito de Pacaraima,
Altemir Campos (PSDB), que derrotou nas urnas o
líder arrozeiro Paulo César Quartiero
(DEM), disse que tem uma boa relação
com a comunidade indígena e que a tensão
entre agricultores e índios na região
por causa da disputa da Terra Indígena Raposa
Serra do Sol não representará impedimento
para a sua gestão.
“Tenho uma relação
muito boa, eu sou do meio das comundiades, meu vice
é índio. Somos irmãos. Eu não
tenho lado, não tenho briga. Eu vou governar
para todos. Todos são meus amigos, eu entro
em toda parte, nunca teve barreira para mim”, afirmou.
Questionado sobre seu posicionamento
contrário à manutenção
da demarcação contínua da Raposa,
Campos disse que vai aguardar a decisão do
Supremo Tribunal Federal. “Essa questão já
está quase definida, o STF deve anunciar
alguma decisão por esses dias. Como prefeito
eu tenho que aceitar o que a Justiça determinar",
ponderou.
Campos afirmou que uma das prioridades
de sua gestão será o fortalecimento
da agricultura nas comunidades indígenas.
“Ele [Quartiero] ganhou a eleição
passada como o maior produtor do estado e dizendo
que as comunidades indígenas iam ser beneficiadas
e produzir bastante. Mas nenhuma nunca produziu
em nenhum centímetro quadrado. Está
aí a resposta. Agora vamos fortalecer a agricultura”,
prometeu.
Educação e sáude
também foram listadas como prioridades pelo
novo prefeito, que acredita que o apoio do governador
do estado, José de Anchieta Júnior,
seu colega de partido, vai garantir mais investimentos
para a cidade. “Pacaraima passou quatro anos parada
por causa da falta de parceria. O governador está
muito disposto a investir no nosso município”,
comentou.
Em resposta à denúncia
de compra de votos com o apoio do governo estadual,
feita por Quartiero, Campos disse “que é
conversa de quem não foi eleito”.
+ Mais
Polícia Federal e Força
Nacional reforçam segurança em Pacaraima
5 de Outubro de 2008 - Luana Lourenço
- Enviada especial - Pacaraima (RR) - A Polícia
Federal e a Força Nacional de Segurança
acompanharão hoje (5) a eleição
municipal em Pacaraima (RR). Além das duas
corporações, as Polícias Civil
e Militar do estado atuarão na segurança
da região. De acordo com o chefe do cartório
eleitoral da cidade, Raimundo Marques, o município
"será um dos mais policiados do estado"
neste domingo.
A atuação da Força
Nacional será concentrada na Vila Surumu,
distrito de Pacaraima localizado no interior da
Terra Indígena Raposa Serra do Sol, palco
recente de conflitos entre agricultores e índios
pela demarcação da área de
1,7 milhão de hectares da reserva.
Cerca de 50 homens da PF estarão
na sede do município e nos locais de votação
no interior das Terras Indígenas Raposa Serra
do Sol e São Marcos. "Vamos atuar em
pontos fixos e volantes, dando segurança
para a população e para as urnas",
contou o delegado Fabiano Martins, responsável
pela equipe da Polícia Federal no município.
"Mesmo após o término
do horário de votação, a PF
continuará a postos. Há receio de
que, durante a comemoração, surja
algum conflito por causa da provocação
entre grupos opostos", adiantou Martins.
Na sede do município, um
dos principais focos da operação policial
será o transporte ilegal de eleitores, de
acordo com o titular da delegacia de Polícia
Civil da cidade, delegado Temair Carlos. A Justiça
Eleitoral cadastrou 28 veículos para transporte
autorizado, com rotas e horário definidos.
"Quem for pego com autorização
falsa vai responder por falsificação
de documento público para fins eleitorais.
É flagrante e a pena vai de dois a seis anos
de prisão", alertou.
Todas as ocorrências de
crimes eleitorais registradas em Pacaraima e nos
municípios vizinhos de Amajari e Uiramutã
– que compõem a mesma zona eleitoral – serão
lavradas na delegacia da cidade, que já recebeu
reforço de um escrivão e três
agentes de Boa Vista, capital do estado.
"Esperamos que seja um dia
tranqüilo, mas sempre há uma tensão
natural entre os candidatos", ponderou Temair
Carlos.
Nas últimas eleições
municipais, em 2004, cerca de 40 pessoas ficaram
detidas na delegacia do município no dia
do pleito, a maioria por boca-de-urna e transporte
ilegal de eleitores, de acordo com o delegado.