07/10/2008
- Gisele Teixeira - Com uma visitação
de cerca de 400 mil pessoas por ano e candidata
ao título de Patrimônio da Humanidade
da Unesco, Paraty quer se tornar um modelo de destino
turístico sustentável para o mundo.
A cidade fluminense foi escolhida como destino piloto
da campanha internacional Passaporte Verde, do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma). É uma iniciativa que visa estimular
o turista a adotar uma atitude de consumo responsável,
de forma a reduzir os impactos negativos do seu
comportamento e de suas escolhas sobre o meio ambiente
e a cultura dos destinos que visita.
A campanha - que será lançada
oficialmente no Brasil em dezembro - faz parte do
projeto Férias Sustentáveis, desenvolvido
no âmbito da Força Tarefa Internacional
para o Desenvolvimento Sustentável, composta
por 20 países e liderada pelo governo francês.
Em solo nacional, o projeto é coordenado
pelos ministérios do Meio Ambiente, do Turismo
e pelo Pnuma, além de contar com diversos
parceiros.
Paraty foi escolhida devido às
características naturais e culturais da região,
bem como o compromisso dos envolvidos com o turismo
na cidade em preservar e conservar os ecossistemas
naturais, valorizar e proteger o patrimônio
construído pelo homem e manter a cultura
ancestral local.
A comunicação desenvolvida
pelo governo brasileiro em parceria com a ONU será
testada em Paraty. O site internacional do projeto
(www.unep.fr/greenpassport) será traduzido
para o português, com informações
sobre produção e consumo sustentável
no setor turístico, inclusão de "cases"
brasileiros e elaboração de conteúdo
específico sobre o projeto-piloto em Paraty.
Nele, os visitantes encontrarão dicas de
como se tornarem turistas sustentáveis"
desde o momento da escolha do destino, o que fazer
quando chegar lá, antes de ir embora e até
depois de voltar para casa.
Iniciativa pretende mobilizar
a comunidade - Em contrapartida, Paraty também
precisa se apresentar de forma estratégica
para o turista, oferecendo produtos e serviços
compatíveis com a proposta, pois os turistas
conscientes, que desejarem optar por ações
que impactam cada vez menos o meio ambiente, serão
levados a escolher destinos comprometidos com a
conservação e com o uso sustentável
dos recursos naturais e culturais.
"No caso específico
de Paraty, não é possível discutir
turismo sustentável sem falar da infra-estrutura
básica, como saneamento, por exemplo, que
ainda é precária em Paraty, ou ainda,
sem falar da relação do trade turístico
com as comunidades tradicionais locais, que possuem
imenso potencial turístico mas ainda estão
relativamente apartadas do processo", destaca
Liliana Salvo, assessora técnica do Ministério
do Meio Ambiente.
Entre as proposições das ações
estruturantes da campanha está o diagnóstico
da atividade turística local, identificando
quais são os obstáculos que impedem
uma mudança de comportamento na cadeia do
turismo, isto é, entre o turista, o comerciante
do turismo e poder público, criar e aplicar
soluções.
Para auxiliar a cidade nesse processo,
o MMA está planejando uma série de
ações, desde aquelas voltadas para
a capacitação do trade turístico
em gestão ambiental, como também o
fortalecimento dos fóruns de base, como a
Agenda 21 local, a implementação de
programas de educação ambiental e
ainda o fomento a projetos de ecoturismo de base
comunitária. "Teremos um plano de ação
para os próximos dois anos. É processo
que tem que ser construído. Não acontece
de um dia para o outro", completa Liliana.
+ Mais
Começa período do
defeso do camarão em quatro estados do Norte
06/10/2008 - A partir do dia 15
de outubro estará proibida a pesca de arrasto
de camarão das espécies rosa (Farfantepenaeus
paulensis, F. brasiliensis e F. subtilis), branco
(Litopenaeus schmitti ) e sete barbas (Xiphopoenaeus
kroyeri). A medida é válida para o
litoral do Maranhão, Pará, Amapá
e Piauí, a chamada "costa norte".
O objetivo é garantir a reprodução
do crustáceo. A proibição se
estende até o dia 15 de fevereiro de 2009.
A medida também passa a
valer para o litoral do Espírito Santo entre
15 de novembro e 15 de janeiro, segundo a instrução
normativa 189, de 23/09/2008, que define o defeso
do camarão no litoral das regiões
sul e sudeste do país. O Espírito
Santo tem data diferenciada dos demais estados essas
regiões. O defeso do crustáceo nas
áreas estuarinas e lagunares será
definido em outro dispositivo.
A IN estabelece períodos
de proibição da pesca utilizando arrasto
com tração motorizada do camarão
rosa, do camarão sete barbas, do camarão
branco e ainda das espécies santana ou vermelho
(Pleoticus muelleri) e do camarão barba ruça
(Artemesia longinaris).
Do extremo sul do país
até a divisa entre os estados do Rio de Janeiro
e Espírito Santo, o período de proteção
às espécies vai do dia 1º de
março até 31 de maio; no litoral capixaba,
a pesca do camarão fica proibida em dois
períodos, entre os dias 15 de novembro e
15 de janeiro, e no período de 1º de
abril a 31 de maio.
Os pescadores, beneficiadores
e comerciantes de camarão tem até
o sétimo dia útil após o início
dos períodos de proteção aos
camarões para fornecer ao órgão
ambiental declaração detalhada das
espécies de crustáceos proibidas que
tiver em estoque.