23 de
Outubro de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília
- A organização não-governamental
Greenpeace demarcou com tinta amarela cerca de cinco
quilômetros do trajeto da Avenida Bonoco,
em Salvador, percorrido por caminhões carregados
de concentrado de urânio. O protesto ocorreu
na madrugada de hoje (23).
O objetivo da manifestação
era chamar a atenção para o assunto,
desconhecido por muitos moradores da cidade, além
de “provocar a discussão e mostrar como se
dá o ciclo [do urânio] no Brasil”,
afirmou Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de
energia do Greenpeace.
Além da demarcação
do trajeto com tinta, os manifestantes desenharam
símbolos da radiação e fixaram
placas em postes da avenida, para alertar sobre
o transporte de material radioativo pelo local.
“Não existem doses seguras
para a radiação. Há risco de
acidentes ou vazamentos que poderiam liberar o material
e contaminar o meio ambiente”, afirmou Rebeca.
A manifestação de
hoje (23) faz parte das atividades programadas como
seqüência da denúncia feita no
relatório Ciclo de Perigo – Impactos da produção
de combustível nuclear no Brasil divulgado
pelo Greenpeace na semana passada. O trabalho apontou
a contaminação da água por
urânio na cidade de Caetité (BA).
O documento foi encaminhado ao
Ministério Público Federal que marcou
para o dia 6 de novembro uma audiência pública
em Caetité para ouvir a população
local e representantes da estatal Indústrias
Nucleares do Brasil (INB). Também já
há um procedimento administrativo no MPF/BA
que apura o vazamento do material radioativo.
Em resposta ao relatório
da ONG, a estatal divulgou nota afirmando que a
organização “realiza aproximadamente
16 mil análises ambientais por ano e ao longo
de 8 anos de operação montou um banco
de dados que lhe permite assegurar que opera dentro
dos limites estabelecidos pelos órgãos
de licenciamento”.
Segundo a INB, o transporte feito
de Caetité até o porto de Salvador,
alvo do protesto realizado hoje, é uma operação
de rotina, acompanhada por órgãos
fiscalizadores.
+ Mais
Começam debates públicos
sobre Plano Nacional de Mudanças Climáticas
21 de Outubro de 2008 - Da Agência
Brasil - Brasília - O Ministério do
Meio Ambiente promove este mês dois debates
públicos para divulgar a consulta ao Plano
Nacional de Mudanças do Clima (PNMC). O primeiro
será realizado hoje (21), às 19h30,
no auditório da Faculdade de Tecnologia da
Universidade de Brasília (UnB), e o segundo
no dia 27, às 9h30, na Federação
das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Está prevista a participação
do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, nos dois
eventos.
O PNMC é resultado do trabalho
do Comitê Interministerial sobre Mudanças
do Clima (formado por sete ministérios e
pelo Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas). O plano recebeu contribuição
da Conferência Nacional do Meio Ambiente.
Entre os objetivos está
o de eliminar, até 2015, a perda da área
de cobertura florestal no Brasil. Desde 29 de setembro,
o PNMC já recebeu 18 sugestões, com
destaque para transporte e mobilidade urbana, resíduos
sólidos e energia.
O texto ficará em consulta
pública na internet até o dia 31 deste
mês. A expectativa é que o PNMC fique
pronto antes da Conferência do Clima da Organização
das Nações Unidas (ONU), marcada para
dezembro na Polônia.
+ Mais
Bispo de Barra recebe Prêmio
pela Paz pela defesa do Rio São Francisco
19 de Outubro de 2008 - Ana Luiza
Zenker - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O bispo de Barra, na Bahia,
dom Luiz Cappio, recebeu ontem (18) o Prêmio
pela Paz, da organização Pax Christi
Internacional, durante a Quinta Romaria das Águas,
em Sobradinho (BA). O prêmio também
foi entregue às organizações
sociais e comunidades tradicionais que lutam pela
revitalização e contra o projeto de
transposição do Rio São Francisco.
Segundo informações
da Articulação São Francisco
Vivo, que apóia a luta de dom Luiz Cappio,
participaram da celebração religiosa
cerca de 2,5 mil pessoas. Em seguida foi realizada
uma caminhada até a margem do rio. No caminho,
o bispo compartilhou a placa recebida com os fiéis,
afirmando que o justo é que o prêmio
seja de todos os que participam da luta em defesa
do São Francisco.
Dom Cappio convive há mais
de 30 anos com as comunidades do São Francisco.
De 1993 a 1994, ele fez uma peregrinação
de um ano entre da nascente à foz do rio,
denunciando a falta de preservação
do São Francisco e animando as comunidades
à luta em sua defesa. Em 2005 e 2007 fez
dois jejuns pela revitalização do
rio e contra o projeto de transposição.
O Prêmio pela Paz é
outorgado todos os anos, desde 1988, a pessoas que
defendem a paz e a não-violência. Dom
Cappio é o terceiro brasileiro a receber
o prêmio.
A sindicalista Margarida Alves
foi a primeira. O segundo foi Sérgio Vieira
de Mello, membro do Alto Comissariado da ONU para
os Direitos Humanos.
A Pax Christi Internacional é
um movimento católico de respeito aos direitos
humanos, justiça e reconciliação
em regiões devastadas por conflitos. Tem
mais de 100 membros e atua em mais de 50 países.
A instituição tem
status consultivo na ONU, na Unesco e no Conselho
da Europa. No Brasil, ela é representada
pela Comissão Pastoral da Terra.