Brasília
(30/10/08) – Em entrevista coletiva ontem no MMA,
o ministro Carlos Minc, ao lado do diretor de Proteção
ambiental do Ibama, Flavio Montiel da Rocha, e o
coordenador-geral de Fiscalização
Ambiental, Luciano Evaristo, comentou a queda em
22,3% no indicativo de desmatamento da Amazônia
no mês de setembro, em comparação
com agosto deste ano, quando foi registrada uma
área destruída de 756 quilômetros
quadrados.
A área desmatada apontada
pelo sistema de alerta do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) em setembro foi de 587
km2. O ministro destacou o índice como o
menor obtido em setembro nos últimos três
anos.
Nos quatro primeiros meses da
gestão Minc (de junho a setembro), foram
derrubados 2.539 km2 de floresta contra os 3.256
km2 desmatados no mesmo período em 2007,
uma redução de 22%.
“A queda é expressiva pois
esses meses são o pior que há, que
têm estiagem, quando mais se queima e se desmata”,
observou Minc. “É melhor que tenha caído,
mas não nos contempla. É demais. Queremos
desmatamento zero. Estamos avançando pra
isso”.
Mato Grosso figura como o estado
com a maior devastação, seguido do
Pará. No MT, foram desmatados 216 quilômetros
quadrados em setembro, o que representa 36,7% do
total destruído na Amazônia. O estado
do Amapá, grande parte do Pará e parte
do Amazonas estavam cobertos por nuvens e não
foram observados integralmente.
Atuação forte da
Fiscalização - O ministro disse que
o Governo tem conseguido derrubar os índices
de desmatamento com muita fiscalização,
monitoramento e combate à impunidade. Minc
atribuiu a queda ao maior rigor imprimido nas operações
do Ibama que concentrou os esforços de fiscalização
na origem do desmatamento. “A queda não foi
por acaso. Os fiscais do Ibama, guiados pelo olho
do Deter, podem chegar em campo para impedir que
a degradação leve, média ou
acentuada vire corte raso. Reverter a situação
onde conseguem chegar”, ressaltou o ministro.
O Ibama deflagrou, em agosto e
setembro, 37 operações no chamado
Arco do Desmatamento. Os agentes do Ibama que atuam
nas operação na Amazônia aplicaram
720 Autos de Infração no valor total
de mais de R$ 212 milhões. Embargaram 36.852
hectares de áreas desmatadas e apreenderam
cerca de 18.178 metros cúbicos de madeira
explorada ilegalmente.
O próprio ministro já
participou de sete operações na amazônia.
Na última, na Transamazônia, no município
de altamira, presenciou invasão de terras
públicas por grileiros, um plano de manejo
queimado por grupo de 60 pessoas liderado por prefeito
da região e os acusados pelo assassinato
da missionária Doroty Stang ajudando grileiros.
Na ocasião, participou de cerimônia
de doação de mais de 6 mil metros
cbicos de madeira apreendida pelo Ibama para o Governo
do Estado do Pará, Serviço Floresta
Brasileiro e Ministério do Desenvolvimento
Social. Ele revelou que participará a cada
dez dias das operações de fiscalização.
“Em novembro, estaremos em Rondônia, Mato
Grosso e amazonas”.
O ministro reconheceu o esforço
da fiscalização do Ibama ao enfrentar
situações inóspitas nessas
regiões. “O Ibama faz das tripas coração.
Corre atrás a cada mês”. Me mostraram
os carros do Ibama com bala, ponte com prego para
furar pneus dos veículos da fiscalização.
A situação é pesada”, desabafou
Minc.
Minc determinou a intensificação
da fiscalização de barcos infratores
que recolhem de madrugada madeira extraída
sem autorização dos quintais de ribeirinhos
que desmatam o equivalente a 5 campos de futebol.
“Essa madeira ilegal é esquentada e vai parar
na China ou São Paulo”, comentou o ministro.
E acrescentou: “ “O Fundo Amazônia, inaugurado
na última sexta, vai dar alternativa econômica
a esses ribeirinhos, vai financiar o bom extrativismo”.
Já começamos a receber projetos. Há
indícios de que empresas privadas brasileiras
e outros países além da Noruega contribuam
com o Fundo. Não há sinais de que
a crise tenha mudado o humor dos doadores”, concluiu.
O ministro prometeu ampliar de
dois para oito o número de portais de fiscalização
nas rodovias da Amazônia e de rodovias que
dão acesso ao outros estados. Também
reforçou que vai passar um pente-fino nos
mais de 2 mil planos de manejo autorizados pelos
estados do Mato Gosso e Pará. E disse que
vai intensificar as operações de apreesão
de madeira, bois e grãos. “ As pessoas vão
parar de enriquecer com o crime ambiental”.
Kezia Macedo
Ascom Fiscalização Ibama
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Workshop iniciará discussão
para subsidiar Observatório do Meio Ambiente
Brasília (30/10/2008) -
A Diretoria de Qualidade Ambiental do Ibama – Diqua
realizará de 03 a 05 de novembro o I Workshop
do Observatório do Meio Ambiente – “Em Busca
de Conceitos”, com o objetivo de iniciar discussões
que irão colher subsídios para a elaboração
do Projeto do Observatório do Meio Ambiente.
O presidente do Ibama, Roberto
Messias Franco, fará a abertura do Workshop
com as presenças da diretora de Qualidade
Ambiental, Sandra Klosoviski e do diretor da Elabora
e ex-presidente do Ibama, Eduardo Martins. Estarão
presentes, ainda, Regina Gusmão, CGEE-Observatórios,
Fábio Braga Coelho, Observatório Nacional
e Plínio Alexandre Vargas, Observatório
da Cidade de Porto Alegre (Observa POA).
No segundo dia participarão:
Luciana Brenner, do Observatório Regional
Base de Indicadores de Sustentabilidade (ORBIS),
prof. Dr. Dilvo Ristoff - diretor do DEB-Capes e
prof. Dr. José André Peres Angotti
- Capes-DEB-CGC, do Observatório de Educação,
dr. Maurício Galinkin, do Observatório
do Agronegócio, prof. Dr. Renato Alves, da
Rede de Observatórios de Direitos Humanos
e Rita de Cássia do Vale Caribe da Diqua/Ibama.
Nos dias 03 e 04 o evento será
aberto ao público a partir da 9h no Auditório
do Ibama, já no encerramento, dia 05, as
atividades serão desenvolvidas no Centre
(Centro de Treinamento do Ibama), com atividades
direcionadas apenas ao corpo técnico do instituto.
Verbena Fé
Ascom/Ibama
+ Mais
Maior desmatamento individual
registrado pelo Ibama, de mais de 11 mil hectares,
é autuado no PI
Brasília (30/10/2008) –
O Ibama no Piauí autuou Gilmar Chinelli Pereira,
por desmatar a corte raso, sem autorização,
11.673 hectares de cerrado na localidade de Serra
do Quilombo, no município de Bom Jesus, a
cerca de 200 km da capital Teresina. A multa aplicada
foi de R$ 5.836.500,00. O auto de infração
do Ibama está pendente de julgamento, e o
autuado tem direito à defesa.
Esse é o maior desmatamento
individual registrado no Sistema de Cadastro de
Arrecadação e Fiscalização-Sicafi,
que existe desde 2006, onde são cadastrados
todos os autos de infração lavrados
pelos fiscais do Ibama. O autuado tem contra si
outros três autos de infração
do instituto por desmatamentos, e dois deles, lavrados
em 2005, estão sendo cobrados judicialmente.
Os fiscais foram ao local e constataram
a área destruída. A multa foi encaminhada
ao autuado pelo correio no dia 17/10. A Superintendência
do Ibama no Piauí encaminhou representação
ao Ministério Público Federal, para
abertura de ação contra o autuado
na Justiça.
O superintendente do Ibama no
Piauí, Romildo Mafra, determinou que as atividades
na área sejam embargadas, apesar dela ter
sido adquirida por um “terceiro de boa fé”,
e lamenta que “ainda existam pessoas que tem coragem
de desmatar uma área desse tamanho, apostando
na impunidade”.
Christian Dietrich
Ascom/Ibama