Panorama
 
 
 

INVENTÁRIO MINEIRO SOBRE EFEITO ESTUFA FOI APRESENTADO EM REUNIÃO DA ONU

Panorama Ambiental
Belo Horizonte (MG) – Brasil
Dezembro de 2008

02 de dezembro de 2008 - O Estudo realizado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) em parceria com o Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (CENTRO CLIMA/COPPE), que calculou as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) em Minas Gerais, será conhecido internacionalmente. A apresentação do Inventário faz parte da programação da 14ª Conferência das Partes da Convenção da ONU para Mudanças Climáticas (COP-14), que começou nesta segunda-feira (1°) em Póznan, na Polônia.

No painel reservado ao Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas durante a COP-14, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas, José Carlos Carvalho, que compõe a delegação brasileira, e o pesquisador do Centro Clima, Alexandre D' Avignon, irão apresentar os resultados do Inventário mineiro. O estudo aponta que em 2005 foram lançadas na atmosfera do Estado 122 milhões de toneladas de GEEs. O gás carbono (CO2) foi o gás emitido em maior quantidade, representado 60,6% do total. Na divisão do total de gases emitidos divido pela população, Minas teve a taxa de 6,4 toneladas de CO2 por habitante em 2005. Na Europa, o valor é 12 ton/hab e nos Estados Unidos o número é 23 ton/hab.

Uso do solo e desmatamento

A discussão de estratégias de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) será um dos temas de destaque na conferência. O assunto interessa particularmente ao Brasil, onde o desmatamento é responsável por quase 75% das emissões nacionais de GEEs. "Em Minas esse número está em cerca de 50%. Conseguimos reduzir em 29,5% o desmatamento no Estado no último biênio, fato que contribuiu para o melhor desempenho mineiro", informou José Carlos Carvalho.

Acordos em 2009

A COP-14 tem como objetivo principal articular a transição entre a fase de debates e a efetiva negociação de textos para o substituto do Protocolo de Kyoto. A posição brasileira é baseada no chamado "princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas", no qual os países desenvolvidos, que historicamente contribuíram mais para as emissões de gases do efeito estufa, devem ter mais responsabilidade no enfrentamento das mudanças do clima.

A conferência conta com cerca de onze mil participantes, incluindo delegações de 187 países e representantes de grandes empresas e indústrias mundiais. O encontro terá duração de duas semanas e é uma preparação para uma rodada de acordos sobre mudanças climáticas que será realizada na Dinamarca em 2009.

Ao final do evento será feita uma compilação com as principais propostas apresentadas para a mitigação, enfrentamento, adaptação e financiamento de novas tecnologias para o combate aos efeitos negativos das mudanças climáticas.
Ascom / Sisema

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Diálogos da Terra - Carta de Minas Gerais

01 de dezembro de 2008 - Adotada pela Conferência Internacional "Diálogos da Terra no Planeta Água"
Belo Horizonte, Minas Gerais, 26 a 28 de novembro de 2008
Adotada pela Conferência Internacional "Diálogos da Terra no Planeta Água"
Belo Horizonte, Minas Gerais, 26 a 28 de novembro de 2008

O Diálogos da Terra no Planeta Água, iniciativa do Governo de Minas Gerais, da Green Cross Internacional, Green Cross Brasil e Fundação Renato Azeredo, como apoio do poder público, da iniciativa privada e de entidades do terceiro setor, imprensa e comunidade dentro dos pressupostos das iniciativas no âmbito dos Diálogos da Terra, em benefício das populações e na busca da sustentabilidade da vida no planeta e do desenvolvimento sustentável,

Considerando as resoluções e os princípios estabelecidos no âmbito da Rio 92, visando a garantir a integridade de vida no planeta, em especial o Protocolo de Quioto, a Agenda 21 e a Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas,

Recordando os compromissos assumidos pelos países com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a necessidade de um esforço solidário pelo seu atendimento,

Tendo em mente os princípios éticos da Carta da Terra, que apontam para a necessidade de mobilizar a sociedade civil, empresários, cientistas, ambientalistas, movimentos sociais e governos e as pessoas, em particular, para debatê-la e divulgá-la,

Reafirmando a importância da solidariedade internacional e do aumento da eficácia da atuação de organismos multilaterais diversos,

Tendo em consideração que a água é uma dádiva da natureza e não uma mercadoria, aprendamos com os erros do passado e passemos a considerá-la um importante fator da globalização cultural,

Ressaltando a necessidade de, no atual contexto mundial de mudanças econômicas e políticas, planejar ações voltadas para um modelo sustentável de desenvolvimento, como compromisso com a qualidade de vida das populações, o respeito ao meio ambiente, à biodiversidade e à diversidade cultural, e que se busque a inclusão social e econômica e a erradicação da pobreza,

Considerando ainda a realidade grave da matriz energética global baseada em combustíveis fósseis esgotáveis, das mudanças climáticas e da iminente escassez de água, inclusive para as necessidades humanas básicas,

Admitindo a convicção de que esforços de mudanças estão acontecendo e que orientam para a necessidade de se discutirem experiências bem sucedidas, com avanços importantes na conservação e uso adequado dos recursos naturais para construção do desenvolvimento sustentável,

Recordando a necessidade de obtenção de informações e dados meteorológicos e hidrológicos de boa qualidade,

1. Decide atuar na aceleração do cumprimento das Metas do Milênio e da Agenda 21, proclamadas pela ONU;

2. Conclama a participação no esforço para a conclusão, em 2009, das negociações da Convenção Quadro da ONU para as Mudanças Climáticas, enfocando soluções para os problemas da água, com destaque para harmonização de seu ciclo;

3. Constata que o aprofundamento e a difusão da compreensão de que o desenvolvimento sustentável só é alcançável com mudanças de padrões de consumo e de produção, assim como a atuação para a eliminação da pobreza e desigualdade social, aproveitando a atual crise globalizada como oportunidade para correção de desvios;

4. Ressalta o incentivo às agendas setoriais de compromisso com o desenvolvimento sustentável, permitindo o estabelecimento de metas e o monitoramento de seus resultados, destacando o estabelecimento e a utilização de metodologia para a geração de indicadores de sustentabilidade;

5. Apoia a educação, a popularização da ciência, a comunicação em massa, assim como a divulgação de experiências exitosas, como instrumentos fundamentais para a formação dos cidadãos e o estímulo ao seu engajamento em práticas sustentáveis no seu cotidiano, incluindo conservação e uso adequado da água e valores voltados ao respeito aos seres vivos e ao ambiente;

6. Urge a garantia do planejamento territorial de forma a promover a biodiversidade, o uso adequado dos recursos naturais e, em especial, a água, vinculando as atividades humanas ao território de um modo democrático, participativo e promovendo o desenvolvimento sustentável;

7. Constata a necessidade e a promoção da pesquisa científica e tecnológica para identificar, evitar, mitigar e solucionar os riscos ambientais, facilitando a transferência de conhecimentos e adensando a colaboração Sul-Sul;

8. Reafirma a promoção de iniciativas de cooperação internacional de forma ampla, a gestão compartilhada de bacias hidrográficas, a exploração sutentável dos recursos do mar e da Antártida;

9. Solicita a mobilização de esforços para revitalização ou renaturalização de rios e bacias, bem como da preservação de nascentes, com o compromisso de metas de melhoria da qualidade e aumento da disponibilidade da água, bem como sua conservação nas diferentes fases do ciclo hidrológico, igualmente solicitando a implementação de pagamento por serviços ambientais;

10. Apoia igualmente a proposição de uma política de água para o planeta, dentro do processo multilateral, especialmente no âmbito da conferência de Istambul, tendo os princípios éticos, ambientais e econômicos como base;

11. Ressalta o desenvolvimento e a difusão dos resultados de estudos que esclareçam eventuais dúvidas sobre os impactos no aumento da produção de biocombustíveis sobre o meio ambiente e a produção de alimentos e ressalta ainda o auxílio ao desenvolvimento do relatório especial do IPCC - Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas - sobre as energias renováveis: biomassa, eólica, solar, hidráulica e demais e suas relações com as mudanças climáticas (o relatório deverá ficar pronto em dois anos);
12. Confirma o apoio a iniciativas e ao desenvolvimento de políticas voltadas a garantir o papel dos biocombustíveis na promoção de desenvolvimento sustentável, como elemento capaz de diminuir a emissão de gases que impactam as mudanças climáticas, sempre a partir de áreas já antropizadas;

13. Incentiva os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais a contribuirem com os esforços da Organização Mundial de Meteorologia em coletar dados e informações globais confiáveis;

14. Assegura a garantia da continuidade dos debates e da troca de conhecimentos sobre o desenvolvimento sustentável, o uso e a conservação da água, em comunidades das redes sociais na internet, abrindo à discussão os debates ocorridos neste Encontro;

15. Confirma igualmente levar esta "Carta de Minas Gerais" como uma conclusão do Diálogos da Terra no Planeta Água para fóruns internacionais da água e/ou que tratem do desenvolvimento sustentável, em especial ao Fórum Mundial das Águas de Istambul, em 2009, em suas recomendações com relação a conservação e ao uso e gestão das águas.

E afirma que o sonho de um desenvolvimento sustentável, economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado, se faz realidade se continuarmos unidos pelo diálogo, e fortalecidos pela certeza de que é possível mudar, cada um fazendo a sua parte, e acabando com a cultura de "esperar que os outros e o governo façam por nós".
Belo Horizonte, 28 de novembro de 2008.

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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