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BA: SALAMINA PUTUMUJU É RECONHECIDO TERRITÓRIO QUILOMBOLA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

09/12/2008 - “Trocava o trabalho pela comida”. Assim define a própria adolescência, nos anos 60, o remanescente de quilombo Egídio Borges, 57, um dos membros do Território Quilombola Salamina Putumuju, beneficiado pela Portaria de Reconhecimento nº. 394/08, publicada no Diário Oficial da União (DOU), nesta terça-feira (09). Situado no município de Maragogipe, região do Recôncavo da Bahia, o território possui 2.061 hectares, onde residem 40 famílias.

A publicação da Portaria significa o reconhecimento final do território como remanescente de quilombo. A partir desta etapa, a Superintendência Regional do Incra na Bahia (Incra/BA) poderá executar as demais fases do processo que compreendem a aquisição das seis propriedades rurais que integram o território, a arrecadação das terras públicas e, posteriormente, a titulação do território. “O reconhecimento é mais um passo para a reparação histórica aos remanescentes quilombolas que tanto trabalharam, foram explorados e perseguidos”, frisa o superintendente regional do Incra/BA, Luiz Gugé.

A titulação facilitará o acesso das famílias às políticas de crédito disponibilizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) aos agricultores familiares e pescadores.

Atualmente, os remanescentes de quilombos de Salamina Putumuju sobrevivem do extrativismo da piaçava, produzindo vassouras, esteiras e cestos. Trabalham, ainda, com a agricultura de subsistência, por meio do plantio de mandioca, melancia, milho, feijão e inhame. As famílias ainda pescam na Bacia do Iguape e fabricam, artesanalmente, o dendê. As mulheres também fazem crochê.

A luta ancestral pela sobrevivência baseada na troca do trabalho pela comida, como relata Egídio, é ressaltada no significado da palavra de etnia bantu Salamina. As sílabas “sala” estão relacionadas a trabalho e “mina”, a engolir. Putumuju, por sua vez, é uma espécie de madeira nativa encontrada na região. O território está inserido em área remanescente de Mata Atlântica.

Em 2004, a Fundação Cultural Palmares realizou a certificação da comunidade quilombola do Salamina Putumuju. No ano seguinte, o Incra/BA iniciou a elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), documento que reúne peças técnicas com delimitação da área e aborda os aspectos antropológicos, agronômicos, sócio-ambientais, fundiários e geográficos. O relatório foi publicado em 2007.

Brasil Quilombolas

Para Egídio, o fim da escravidão veio com o Programa Brasil Quilombolas, lançado pelo Governo Federal. “Lutamos por muito tempo contra a exploração”. Egídio conta que foi “escravizado” por um dos proprietários rurais. “Tínhamos que trabalhar e comprar na venda dele. Quem se negasse, apanhava. Quando o proprietário faleceu, no final dos anos 60, assumiu o filho que nos tratava um pouco melhor”, disse referindo-se ao período em que tinha a mão-de-obra explorada como trabalhador rural.

Relembrando os difíceis tempos, Egídio conta que muitos remanescentes de quilombo do território morreram sem nunca ter conhecido o município de Maragogipe. Para isso, bastava fazer a travessia de 15 minutos do Rio Cachoerinha, que separa as terras do território da cidade.

Casas

A maioria das habitações em Salamina é de adobe, uma técnica rudimentar de alvenaria que utiliza tijolos de terra crua, água e palha e, algumas vezes, outras fibras naturais. Salamina Putumuju está inserido no programa de crédito para moradia e assistência técnica desenvolvido com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) do Ministério das Cidades, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do estado da Bahia (Sedur).

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Sergipe tem primeiro território quilombola reconhecido pelo Incra

10/12/2008 - As 101 famílias da comunidade quilombola Lagoa dos Campinhos, em Sergipe, agora podem dizer que moram em território quilombola. No dia 9 de dezembro, a portaria 395, assinada pelo presidente do Incra, Rolf Hackbart, reconheceu a comunidade, nos municípios de Amparo de São Francisco e Telha.

Com a portaria, o governo brasileiro reconhece e declara oficialmente que a área de 1.263 hectares é, de fato, território quilombola. Com isso, o Incra poderá desapropriar terras e regularizar a situação das famílias. A autarquia iniciará vistorias e avaliações das 45 pequenas e médias propriedades rurais inseridas no território demarcado.

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, traduziu o significado do reconhecimento para a comunidade da Lagoa dos Campinhos. “O reconhecimento desta e de outras comunidades quilombolas é a reparação de uma dívida histórica, é garantir cidadania a milhares de famílias”.

O superintendente Regional do Incra em Sergipe, Jorge Tadeu, disse que o Incra vai empreender todos os esforços possíveis para que as famílias da comunidade recebam os títulos de posse de terras brevemente, e comemorou o ineditismo da ação. “Este é um momento ímpar na história do Incra e da comunidade negra, especialmente em Sergipe, uma vez que essa é a primeira comunidade quilombola oficialmente reconhecida no estado”, disse.

O presidente da Associação Comunitária Remanescente do Quilombo da Comunidade Lagoa dos Campinhos, Edmilson dos Santos, disse que o ato representa a luta das famílias de remanescentes de quilombos de todo o País. “Estamos muito felizes com essa conquista, e, agora, esperamos que o processo de titulação venha o mais rápido possível”, destacou.

Histórico de luta

A Comunidade Lagoa dos Campinhos luta pela regularização fundiária desde 2003. Em agosto de 2006, o Incra/SE iniciou o processo de identificação, delimitação, demarcação e reconhecimento do território, que culminou com a assinatura da portaria 395. O processo será encerrado com a titulação e registro da área como remanescente de quilombos nos cartórios de registros de imóveis.

Essa fase de reconhecimento é a segunda de todo o processo. Ela é antecedida pela elaboração de Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID). Depois do reconhecimento, segue a etapa de desintrusão, na qual são identificados os imóveis rurais dentro do perímetro da comunidade quilombola.

Nesta fase, os imóveis particulares são desapropriados. As famílias não-quilombolas que se enquadrarem no Plano Nacional de Reforma Agrária poderão ser reassentadas pelo Incra. A quarta e última fase é a titulação, na qual a comunidade quilombola recebe um título coletivo correspondente à área total.

Com o reconhecimento da área, as famílias passam a traçar planos para o futuro, como ampliar as relações comunitárias, adequar a infra-estrutura local (com saneamento básico, água e luz) e iniciar oficinas de geração de renda para a comunidade. O reconhecimento da área deixa o quilombo a um passo da titulação.

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MG: Incra recebe três licenças ambientais

10/12/2008 - O Incra/MG recebeu nesta semana três licenças ambientais. São duas de Autorização Ambiental de Funcionamento (AAFS) e uma de Licença de Operação Corretiva (LOC). Com as licenças, o Instituto pode iniciar o desenvolvimento das áreas, o parcelamento do imóvel e o assentamento de famílias.

As AAFs foram expedidas para as fazendas Sete Irmãos, em Uberlândia (MG), e Quinta das Palmeiras, em Januária (MG), que estão na posse do Incra/MG. A AAF é fornecida às áreas onde serão instalados assentamentos considerados de impacto ambiental não-significativo, isto é, com o número máximo de 50 famílias.

A LOC foi emitida para o assentamento 1º de junho, em Tumiritinga (MG). Essa licença é emitida para assentamentos instalados antes da vigência da Deliberação Normativa 44/2000 do Copam. As LOC e a AAF têm validade de seis e quatro anos, respectivamente. Para que o órgão estadual realize a renovação do documento, o Incra precisa implementar ações e atender condicionantes em cumprimento à legislação ambiental, como efetuar isolamento e recuperação de áreas de reserva legal e regularizar o uso dos recursos hídricos.

Com as licenças, os PAs podem solicitar a Autorização de Exploração Florestal (Apef) e promover a ampliação da área de cultivo de forma sustentável, utilizando qualitativamente os recursos naturais disponíveis. A Apef é uma licença emitida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) para corte de árvores, eliminação de vegetação, uso do solo, coleta de material, dentre outras intervenções ambientais.

O licenciamento das áreas é fruto do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em agosto entre o Incra-MG e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O acordo padronizou os procedimentos necessários à solicitação da AAF pelo Incra.

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Incra/TO assina convênio para recuperação ambiental de cinco assentamentos

10/12/2008 - A recuperação e a conservação ambiental de cinco projetos de assentamento no Tocantins foi assegurada com a assinatura de convênio nesta quarta-feira (10) entre o Incra/TO e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) - órgão estadual de extensão rural.

A parceria vai assegurar o reflorestamento de áreas degradadas com espécies nativas e a realização de oficinas sobre manejo racional dos recursos naturais e educação ambiental das famílias assentadas.

Os trabalhos de preservação beneficiarão 225 famílias nos assentamentos Araguaia (Caseara), Barranco do Mundo, Floresta e Toledo II (Pium) e Santa Tereza (Dueré). O convênio terá duração de um ano e o investimento do Incra será de R$ 595 mil. A contrapartida do Ruraltins será de R$ 101 mil.

Segundo o superintendente regional do Incra/TO, José Roberto Ribeiro Forzani, a parceria entre os institutos vai conciliar a preservação dos recursos naturais com o desenvolvimento sustentável das famílias nos assentamentos selecionados.

Ele explica que o investimento em conservação e em educação atende às exigências de licenciamento ambiental dos cinco projetos. “O Ruraltins é um dos nossos principais parceiros e como já atua nesses assentamentos e conhece a realidade dos mesmos, pode desenvolver esse trabalho com as famílias”.

O presidente do Ruraltins, Sebastião Pelizari Júnior, destaca que o trabalho de extensão rural do órgão com os agricultores familiares abrange também as questões ambientais e que o convênio vai incentivar atividades que respeitem o meio ambiente.

 
 

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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