6 de Dezembro
de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência
Brasil - José Cruz/Abr - Brasília
- Exposição de produtos que a Embrapa
usa para produzir biocombustível.
Brasília - O Brasil já
é mundialmente conhecido pela produção
de etanol a partir da cana-de-açúcar.
Agora, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) estudam uma nova fonte
de produção de álcool combustível:
a mandioca açucarada.
Durante a Exposição
Tecnológica Mundial (Expowec 2008), realizada
em Brasília, a pesquisadora da Embrapa Agroenergia
Sílvia Belém mostrou que a mandioca
açucarada pode substituir a cana-de-açúcar
na produção do etanol. O evento termina
hoje (6).
“A nossa idéia é
oferecer uma opção à cana,
onde ela não pode ser cultivada, como em
áreas da Amazônia e também onde
o solo não favorece a plantação
de cana-de-açúcar”, explicou a pesquisadora.
Segundo ela, a mandioca poderia ser cultivada no
estado do Pará, onde o clima e o solo são
favoráveis.
Segundo ela, a espécie
da mandioca analisada pode apresentar, inclusive,
uma vantagem em relação à cana.
Isso porque a mandioca possui açúcar
em forma de glicose. Já o da cana é
em forma de sacarose. “O processo de fermentação
da cana-de-açúcar é um pouco
mais demorado”, explicou.
Silva Belém ponderou que
a produção de etanol a partir da mandioca
açucarada ainda está em fase de estudos.
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Embrapa desenvolve motor movido
a lixo e sobras da agricultura
Ivan Richard - Repórter da Agência
Brasil - José Cruz/Abr - Brasília
- O pesquisador da Embrapa Luiz Guilherme Wadt fala
sobre o motor multicombustivel, apresentado pela
estatal durante o Congresso Mundial de Engenharia
Brasília - Um motor que utiliza até
lixo e sobras da agricultura como combustível
para funcionar. Essa foi uma das novidades apresentadas
por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) na Exposição
Tecnológica Mundial (Expowec 2008), realizada
em Brasília. O evento termina hoje (6).
De acordo com o pesquisador da
Embrapa, Luiz Guilherme Wadt, o equipamento poderia
ser uma boa ferramenta para conciliar a produção
de energia elétrica à preservação
do meio ambiente.
“É um motor de combustão
externa, ou seja, a fonte de energia que faz ele
trabalhar fica do lado de fora. Com isso, pode-se
usar qualquer tipo de combustível, como o
biodiesel, etanol, resíduos da agricultura,
madeira, carvão, combustíveis fósseis
como carvão mineral e derivados de petróleo”,
explicou.
Segundo o pesquisador, restos
de animais oriundos da criação de
frangos e dejetos da criação de porcos
também poderiam ser utilizados como fonte
de combustível do motor. O funcionamento
consiste em equilibrar ondas de calor e frio que
fazem os pistões funcionarem de forma constante.
“Imagine uma casa no campo em
que um agricultor de baixa renda more lá
e não tenha energia elétrica. Ele
poderia ter um pequeno motor desse colocado no fogão
de lenha. Enquanto a dona de casa faz a comida,
esse motor geraria energia suficiente para carregar
a bateria que, mais tarde, propiciaria que ele tivesse
iluminação na casa”, exemplificou
Wadt, ressaltando que o motor não serviria
para uso em automóveis e caminhões.
“É um motor que tem algumas
características próprias. Ele não
serviria para o uso automotivo. Ele tem o torque
constante, ou seja, faz força sempre do mesmo
jeito e na mesma velocidade”, afirmou.
“Ele é muito útil
para um duplo gerador produzindo energia elétrica,
para movimentar uma bomba d’água, em sistemas
de ventilação, como em granjas, em
sistemas de troca de calor, como nos aparelhos de
ar condicionado. Porque ele sempre vai trabalhar
na mesma velocidade e na mesma potência”,
complementou o pesquisador.
A principal preocupação
com o desenvolvimento do novo motor, disse Wadt,
é a preservação do meio ambiente.
“A nossa visão é a de aproveitar os
resíduos. Aquilo que ia ser jogado fora,
de repente, pode ser usado como combustível.
Então, não estamos preocupados com
o uso nobre do combustível. Quando se tem
um bom combustível, como o etanol, claro
que será usado em um motor automotivo. Nesse,
vamos aproveitar os resíduos, que iriam para
o lixo ou para o meio ambiente”, destacou.