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REVISÃO DE DECRETO AUMENTA PRAZ PARA CUMPRIMENTO DE REGRA AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

11 de Dezembro de 2008 - Luana Lourenço* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os proprietários rurais ganharam mais um ano de prazo para registrar o cumprimento da reserva legal, percentual de vegetação nativa que deve ser mantido nos imóveis. A extensão do prazo, de janeiro para dezembro de 2009, é a principal flexibilização do decreto de regulamentação da Lei de Crimes Ambientais, revisado para atender interesses do agronegócio.

A nova versão do decreto foi publicada na edição de hoje (11) do Diário Oficial da União. Regulamentada em julho, a lei pretendia aumentar o controle sobre as infrações ambientais.

A reserva legal determina os percentuais de vegetação nativa que devem ser conservados nas propriedade rurais: 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e de 20% nos outros biomas.

A nova redação também anistia os produtores rurais de embargos impostos por ocupação irregular de áreas de reserva legal não registradas, desde que o dono do imóvel apresente pedido de regularização ambiental.

Em nota, o subprocurador do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou que “o Ministério do Meio Ambiente ouviu e aceitou a demanda dos ruralistas, que querem tempo para se ajustar ao decreto”.

Na ocasião do anúncio das mudanças, em agosto, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que as mudanças não representariam “afrouxamento” da lei, mas aperfeiçoamentos para que a norma seja efetivamente cumprida.

Outra flexibilização no decreto é a criação de mais uma instância de recurso contra as autuações do Ibama. O texto inicial previa recurso ao superintendente estadual do órgão e depois um recursos ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Com a nova redação, os recursos poderão ser encaminhados ainda ao presidente do Ibama, antes de apelar ao Conselho.

O embargo de propriedades irregulares ficará restrito apenas aos locais nos quais estiver caracterizada a infração ambiental, e não em toda o imóvel. Além disso, a derrubada de fornos ilegais ou serrarias, por exemplo, também foi flexibilizada.

“Não será aplicada a penalidade de demolição quando, mediante laudo técnico, for comprovado que o desfazimento poderá trazer piores impactos ambientais que sua manutenção”, de acordo com a nova redação do texto.

As mudanças foram negociadas pela área ambiental com o Ministério da Agricultura e a bancada ruralista do Congresso Nacional. No entanto, apesar das flexibilizações, o novo texto não agradou os representantes do agronegócio. De acordo com o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), “das 108 modificações, apenas duas contemplam integralmente acordo formado com o governo”.

Em comunicado, o parlamentar argumenta que a atual legislação ambiental, mesmo após a revisão, pode reduzir em mais de 60% a área agricultável do país.

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Patrus defende mais flexibilidade para uso de recursos de políticas sociais

9 de Dezembro de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, defendeu hoje (9) que os recursos destinados a políticas sociais como saúde, educação, assistência social, habitação e transporte, sejam alocados em uma única rubrica no Orçamento da União.

“Isso daria aos prefeitos, governadores e ao governo federal uma maior flexibilidade, com a mais ampla participação da sociedade”, disse, ao participar de uma reunião com prefeitos.

O ministro criticou a necessidade da vinculação de receita do orçamento dos governos a áreas como saúde e educação, e sugeriu que seja criado um único conselho para cuidar das políticas sociais. “Ninguém dá conta de tantos conselhos”, disse Patrus.

Segundo ele, as diferentes necessidades de cada local devem ser levadas em conta na hora de distribuir os recursos. “Nós temos uma legislação que coloca rigorosamente no mesmo nível todos os estados e municípios. O que vale para São Paulo vale para um pequeno município da Amazônia ou do Nordeste, ou do Vale do Jequitinhonha", avaliou o ministro.

A proposta de Patrus foi bem recebida pelos prefeitos presentes ao encontro. O prefeito de Varginha (MG), Mauro Tadeu Teixeira, propôs a criação de um fundo para que os municípios possam utilizar livremente. Ele contou que foi punido pelo Ministério Público por usar recursos excedentes destinados ao combate a epidemiologias para capinar terrenos. “Para mim, isso é prevenção. Se eu estou capinando, estou tirando mosquito da dengue”, explicou.

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Governo reafirma que mudança na Usina de Jirau não vai aumentar impactos da obra

10 de Dezembro de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Agência Nacional de Águas (ANA) disseram hoje (10) que a mudança do local da construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), não vai aumentar os impactos ambientais e econômicos do empreendimento.

Em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, o presidente do Ibama, Roberto Messias, reconheceu que todo projeto como esse gera impactos ambientais, mas garantiu que a mudança não vai agravar o problema.

“É evidente que um empreendimento deste porte tem impactos importantes. Alguns são positivos, outros negativos, em um local ou outro. Desse balanço, a conclusão é que não há agravantes nos impactos”, afirmou.

Depois de ter sido anunciado como vencedor da disputa para construção da usina, o consórcio Energia Sustentável do Brasil anunciou que a barragem seria construída 9,2 quilômetros abaixo do ponto original. Segundo os empreendedores, isso vai possibilitar que sejam feitas menos escavações, diminuindo os impactos ambientais e os custos, além de antecipar o cronograma da obra.

O assessor da Superintendência de Concessões de Geração da Aneel, Humberto Cunha dos Santos, lembrou que o deságio entre o preço final do megawatt-hora da usina em relação ao teto estipulado para o leilão foi de 21,6%. “Durante os 30 anos de vigência do contrato, o consumidor terá esse benefício, representado na modicidade tarifária”, afirmou.

Santos disse que o consórcio que perdeu o leilão para a construção da Usina tinha condições para oferecer uma proposta mais baixa. Ele lembrou que o grupo, formado pelas empresas Odebrecht e Furnas, foi o responsável pelos Estudos de Impacto Ambiental do empreendimento.

“Se alguém tinha mais informação nesse processo era de fato quem está há mais tempo estudando o Rio Madeira, que é o consórcio que ofereceu o lance maior”, disse. Segundo ele, o edital impõe alguns balizamentos, mas não fala onde a obra deve ser construída.

O superintendente de Outorga e Fiscalização da ANA, Francisco Lopes Viana, afirmou que, mesmo se não houvesse nenhuma mudança no eixo, o projeto seria analisado novamente. “As características que nos foram colocadas para análise foram alteradas, e estão sendo analisadas de maneira total. Mas, mesmo se não tivesse mudado nada, nós faríamos uma auditoria técnica novamente”, disse.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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