12 de
Dezembro de 2008 - Thais Leitão - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Os problemas
ambientais, como queimadas, desmatamento e assoreamento
de rios, lagos e lagoas são detectados em
nove de cada dez municípios brasileiros.
Apesar disso, faltam recursos para conter essa degradação.
Apenas 37,4% das prefeituras – o que corresponde
a 2.079 do total de 5.564 existentes no país
– contam com verba para a área do meio ambiente.
Além disso, somente 18,7%
das cidades no país têm, simultaneamente,
uma secretaria de meio ambiente ou órgão
similar, recursos específicos para a área
e conselho de meio ambiente ativo.
A constatação faz
parte da sétima edição da Pesquisa
de Informações Municipais (Munic),
divulgada hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Para realizar
o estudo, técnicos do órgão
investigaram a gestão pública e as
condições do meio ambiente, do transporte
e da habitação em todos os municípios
brasileiros durante 2008.
Na análise por regiões,
o estudo mostra que a incidência das queimadas
é maior no Norte (74,2% dos municípios)
e no Centro-Oeste (62,4%). O desmatamento também
foi constatado de forma expressiva no Norte (71%
dos municípios) e no Nordeste (64,8%). O
assoreamento foi predominante entre os municípios
do Centro-Oeste (63,3%) e do Sudeste (60,2%).
O levantamento também indica
que um outro problema ambiental, a poluição
da água, é mais freqüente nos
municípios localizados em regiões
mais urbanizadas e economicamente mais desenvolvidas:
Sudeste (43,6%) e Sul (43,2%). Nessa última
constatou-se também maior incidência
de escassez de água (53,5%), ao lado do Nordeste
(52,3%).
Nordeste (27,1%) e Sul (25,9%)
também lideram a lista de ocorrências
de contaminação do solo, enquanto
a poluição do ar predominou no Norte
(36,3%) e no Centro-Oeste (29%).
Os problemas ambientais, enfrentados
por mais de 90% dos municípios brasileiros,
causam prejuízos sobre as atividades econômicas
primárias em 35,7% das cidades. O maior impacto
observado refere-se à redução
da quantidade e diversidade ou perda da qualidade
do pescado, seguida dos impactos sobre a agricultura
e a pecuária.
Apesar de ser freqüente a
constatação desses problemas ambientais
em quase todos os municípios brasileiros,
a pesquisa do IBGE mostra que alguns deles se mantiveram
estáveis em 2008, na comparação
com 2002, como o assoreamento de rios, lagos e lagoas,
a poluição do ar e a degradação
de áreas legalmente protegidas. Os problemas
de poluição da água, porém,
foram mais citados este ano do que em 2002 e as
ocorrências de contaminação
do solo e alteração que tenha prejudicado
a paisagem diminuíram.
+ Mais
Projeções do Ibama
estimam desmatamento zero para o Amazonas em cinco
anos
16 de Dezembro de 2008 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Brasília - O índice de desmatamento
no Amazonas pode ser nulo ou estar muito próximo
disso em 2013. A projeção foi feita
hoje (16), em Manaus, pelo superintendente do Instituto
Brasileiro Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) no estado, Henrique Pereira,
durante a divulgação do relatório
anual de atividades do órgão.
"É uma projeção
com base nos dados de redução de novas
áreas de desmatamento. Em comparação
com os anos anteriores, desde 2003, utilizando uma
ferramenta estatística, projetamos os dados
com a mesma tendência até chegar à
taxa zero. Se a situação que temos
hoje for mantida nos próximos anos, muito
em breve a nossa taxa de desmatamento em floresta
primária atingirá um valor próximo
de zero", disse Pereira.
De acordo com as informações
apresentadas pela direção do Ibama
no Amazonas, em 2008, durante a operação
de fiscalização Guardiões da
Amazônia, a redução do desmatamento
no Amazonas foi a mais significativa para os estados
da região. Em toda Amazônia, contudo,
a taxa de desmatamento de 2008 foi maior que 2007.
Este ano, a região teve 11.968 quilômetros
quadrados de novas áreas desmatadas contra
11.532 em 2007.
Do ponto de vista da queda do
desmatamento, conforme o relatório, 2008,
em comparação com o ano anterior,
foi melhor para os estados do Amazonas e de Rodônia,
que registram queda de 315 e 550 quilômetros,
respectivamente. Na outra ponta estão os
estados do Mato Grosso, Roraima e Maranhão,
com alta total superior a 1,3 mil quilômetros
quadrados.
Segundo a direção
do Ibama, apesar do Amazonas apresentar uma redução
contínua dos níveis de desmatamento,
o estado ainda precisa concentrar esforços
para reverter o quadro do município de Novo
Aripuanã. Segundo o Ibama, o acesso facilitado
aos estoques florestais, aliado a uma situação
de grilagem de terras no município, têm
contribuído para o dado negativo no local.
Em 2008, o município registrou 40,3 quilômetros
quadrados de desmatamento. A maior redução
foi verificada em Lábrea - no sul do estado
-, que caiu de 110,74 em 2007 para 43,33 em 2008.
"Novo Aripuanã é
o município que tem se revelado como o mais
problemático nessa questão ambiental",
disse Pereira. "Essa é, sem dúvida,
uma área que precisa de um trabalho mais
intenso dos órgãos de fiscalização",
assinalou Pereira.
O oficial de planejamento do Comando
Ambiental da Polícia Militar, major Denis
Sena, afirmou à Agência Brasil que,
nos últimos meses, durante a operação
Guardiões da Amazônia, o trabalho conjunto
de fiscalização do Ibama, PM e outros
órgãos públicos consolidou
técnica, logística e inteligência.
"A principal conquista da
operação é a redução
do desmatamento no Amazonas. Essa redução
vem sido percebida desde 2003, quando a PM também
passou a trabalhar em conjunto com o Ibama nas operações
de fiscalização. Isso mostra que a
harmonia entre as instituições nos
leva a um resultado positivo".
Ainda como resultado da operação Guardiões
da Amazônia, o Ibama aplicou este ano R$ 382,1
milhões em multas; embargou mais de 19,4
mil hectares de terras a aplicou 132 autos de infração.
O custo total da operação foi de R$
1.078.463, 69.