Brasília
(17/12/2008) – Após inaugurar na sexta-feira
(12) a nova base do projeto Peixe-Boi no Piauí,
que fica no município de Cajueiro da Praia,
no litoral, o presidente do ICMbio, Rômulo
Mello, foi até Parnaíba, para ver
de perto o trabalho desenvolvido pelos gestores
da Área de Proteção Integral
(APA) e a Reserva Extrativista (Resex) do Delta
do Parnaíba. No dia seguinte, sábado
(13), ele esteve no Parque Nacional de Sete Cidades
e na Floresta Nacional (Flona) de Palmares.
No encontro com os servidores,
Rômulo deu um panorama do processo de estruturação
do Instituto Chico Mendes. Ele informou que Parnaíba,
no Piauí, vai sediar um dos onze núcleos
regionais do Instituto no País, que ficará
responsável ainda pelas atividades de preservação
ambiental nos estados vizinhos do Maranhão
e Ceará. A professora universitária
Conceição Lages será a coordenadora
do núcleo e a representante do ICMBio no
estado.
Na passagem pelo Parque Nacional
de Sete Cidades, cuja entrada fica a 26 quilômetros
do centro de Piripiri, no Norte do estado, Rômulo
defendeu mais investimentos no parque para ampliar
a visitação. Hoje, a unidade é
visitada por turistas do Brasil e do exterior, que
ficam encantados com as formações
rochosas muito peculiares que pontuam o local. Ele
disse também que o Instituto vai contratar
mais vigilantes para reforçar a proteção
do parque.
Na Flona de Palmares, situada
às margens da BR-343, em Altos, Rômulo
anunciou que o Instituto vai investir na construção
do Centro de Visitantes, que terá um espaço
para os servidores que atuam na unidade. Ele recomendou
que seja fortalecido o conselho deliberativo da
Flona, de modo que haja uma participação
cada vez maior dos moradores dos assentamentos e
dos representantes dos demais segmentos da sociedade
local.
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UCs na Amazônia obtêm
reconhecimento pela qualidade na gestão
Brasília (17/12/2008) –
Avaliadores independentes aprovaram a administração
de sete unidades de conservação da
Amazônia em 2008. Elas fazem parte do Programa
Nacional de Gestão Pública e Desburocratização
GesPública, do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão e tiveram sua avaliação
divulgada esta semana. Os primeiros resultados do
programa no MMA confirmam a expectativa de que tecnologias
gerenciais, como a gestão por processos e
a orientação para resultados, podem
ser aplicadas às unidades de conservação,
levando a melhorias significativas de seus resultados.
A administração
dos parques nacionais é uma das grandes preocupações
do Ministério do Meio Ambiente. Para o ministro
Carlos Minc, "não basta que se criem
unidades de conservação, é
preciso também que elas sejam bem administradas".
Em sua primeira fase, o PGR atuou no Parque Nacional
Montanhas do Tumucumaque (AP), Cabo Orange (AP),
Jaú (AM), navilhanas (AM), no Parque Estadual
do Cantão (TO) e nas Reservas Biológicas
do Rio Trombetas (PA) e Lago Piratuba (AP). Em 2009,
o Programa será estendido a outras nove novas
UCs federais e estaduais da Amazônia, de acordo
com os critérios estabelecidos pelo Programa
Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)
do MMA.
Unidades de conservação
como a Reserva Biológica do Rio Trombetas
e o Parque Estadual do Cantão chegaram a
obter 221,5 e 205 pontos, dos 250 pontos previstos
para essa fase da GesPública. A pontuação
credenciou as duas a serem avaliadas na segunda
fase do PGR, no ano que vem, podendo atingir 500
pontos. O novo critério é destinado
somente às organizações mais
maduras e com práticas de gestão mais
eficientes.
A entrada de parques e reservas
da Amazônia no programa de excelência
na gestão começou em 2006, por meio
do Programa de Gestão para Resultados. Desenvolvido
pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia
(Arpa) do MMA, com a Cooperação Técnica
Brasil-Alemanha (GTZ) e o Núcleo de Excelência
em Unidades de Conservação (Nexucs),
o PGR utiliza como referencial o Modelo de Excelência
em Gestão (MEG), que é a base do Prêmio
Nacional da Qualidade e o Prêmio Nacional
da Gestão Pública.
Para Alessandro Marcuzzi, chefe
do Parque Nacional do Jaú, a experiência
de passar por um controle externo dos serviços
prestados e das formas de atendimento aos cidadãos
é extremamente relevante. "Mais do que
qualquer resultado numérico, é uma
forma de maior transparência na administração
pública, bem como crescimento profissional
das pessoas envolvidas", afirma. O Parque Nacional
do Jaú obteve 172,75 pontos.
Segundo Marcos Antonio Reis Araújo,
consultor do Núcleo de Excelência em
Unidades de Conservação (Nexucs),
a avaliação de resultados em organizações
públicas não é fácil
e nos órgãos ligados à gestão
ambiental é mais complexa. Por isso, o programa
será ampliado.
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ICMBio inaugura base do projeto
Peixe-boi no Piauí
Brasília (17/12/2008) –
A nova base do Projeto Peixe-Boi no litoral piauiense
já é realidade. Inaugurada na última
sexta-feira (12), no município de Cajueiro
da Praia (PI), a sede proporcionará o desenvolvimento
de pesquisas científicas com espécies
da fauna aquática ameaçadas de extinção.
O projeto é mantido pelo Centro Nacional
de Pesquisas, Conservação e Manejo
de Mamíferos Aquáticos (CMA), do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), junto com vários parceiros.
“Com essa nova base de apoio ao
projeto, em pouco tempo vai ser possível
desenvolver em Cajueiro da Praia estudos avançados,
como o monitoramento de animais via satélite,
o que até então só é
feito com peixes-boi nos Estados Unidos. Isso vai
fazer da base um pólo de pesquisa internacional”,
afirmou o presidente do ICMBio, Rômulo Mello.
Além dele, participaram
da inauguração o governador do Estado,
Wellington Dias, o superintendente do Ibama, Romildo
Mafra, e uma comitiva de parlamentares. Na ocasião,
foi assinado um termo de cooperação
técnica entre o governo do Piauí,
o CMA e o Serviço Nacional da Indústria
(SESI) para a preservação da base
e a manutenção das atividades.
BASE – Construída em terreno
doado pela Marinha, por intermédio da Superintendência
do Ibama no Piauí e em parceria com o Governo
do Estado, a obra teve investimentos de R$ 300 mil.
A nova sede dispõe de um auditório,
laboratórios de pesquisa e alojamento. O
espaço será usado ainda pela comunidade
para a troca de conhecimento, por meio de cursos,
oficinas e feiras de artesanato.
A base do projeto peixe-boi deve
funcionar, no futuro, como o principal pólo
turístico para o município. A sede
está localizada em um dos mais belos cartões
postais de Cajueiro da Praia, à beira mar.
A construção foi desenvolvida com
matéria prima piauiense, em laje e madeira,
preservando a rusticidade e em harmonia com o meio
ambiente.
No litoral piauiense, um dos menores
do país com apenas 66 km de extensão,
três espécies marítimas estão
em grave ameaça de extinção:
o cavalo-marinho, a tartaruga e o peixe-boi. Este
último em grau de ameaça ainda maior
em relação aos outros dois.
Há três espécies
de peixes-boi no mundo, duas delas estão
no Brasil: o peixe-boi amazônico de água
doce e o peixe boi de água salgada encontrado
no litoral brasileiro. As estimativas apontam que
o Piauí, com 14 animais, está entre
os estados com o registro das maiores populações
de peixes-boi do País.
PEIXE-BOI – A bióloga Fábia
Luna, chefe do Centro Mamíferos Aquáticos
(CMA), do Instituto Chico Mendes, afirma que o peixe-boi
é um animal de difícil reprodução.
“A probabilidade é de que a fêmea em
idade fértil tenha um filhote a cada três
anos, sendo um ano de gestação e dois
para amamentação. Outro fator que
contribui para o pouco crescimento da população
é a caça predatória ao peixe-boi.
A carne do animal é usada no consumo humano,
são aproveitados a banha e o couro que é
três vezes mais resistente do que o couro
de boi”.
Fábia destaca ainda que
em Cajueiro da Praia, diferentemente de outros municípios
em que há a presença do animal, a
comunidade tem sido uma grande aliada no trabalho
de preservação da espécie.
"Aqui os moradores adotaram o animal com símbolo
do lugar, eles tem orgulho de receber a sede do
projeto, estão sempre interessados em preservar
o ambiente natural e em manter a praia limpa, e
são também acolhedores com os pesquisadores",
reforça a bióloga.
Ascom/ICMBio/Ibama-PI