22 de
dezembro de 2008 - O projeto ‘Revitalização
da Bacia do Rio das Velhas - Meta 2010' encerra
o ano de 2008 com resultados expressivos. A comprovação
da volta dos peixes ao rio é o principal
e mais visível indicador da melhoria da qualidade
da água. O biomonitoramento realizado pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por
meio da Ong Projeto Manuelzão, constatou
que peixes que subiam somente 250 km na bacia em
2000, hoje já são identificados ao
longo de 580 km, chegando bem próximos às
áreas consideradas mais degradadas do rio.
Outro indicador positivo é
o volume de esgoto tratado pela Companhia de Saneamento
de Minas Gerais (Copasa), que passou de 41 milhões
de m3 em 2003 para 80 milhões m3 em 2008.
Em Belo Horizonte, principal município gerador
de esgoto na bacia, o volume tratado subiu de 25%
em julho de 2003 para 60% em julho de 2008. "O
objetivo é que, até 2010, 85% do esgoto
coletado na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH) receba tratamento", observa
o gerente adjunto da Meta 2010 pela Copasa, Ronaldo
Matias.
O Projeto Estruturador Meta 2010
tem como principal objetivo elevar a qualidade das
águas do rio das Velhas para Classe II. Essa
melhoria significa que a água poderá
ser destinada ao abastecimento doméstico,
após tratamento convencional, a atividades
de lazer (natação, esqui aquático
e mergulho), à irrigação de
hortaliças e plantas frutíferas e
à criação de peixes (aqüicultura).
Obras e mobilização
Somente em 2008 foram investidos
pelo Estado, sem contar com recursos da Copasa,
cerca de R$ 2,3 milhões em ações
de saneamento, ordenamento do uso do solo, manutenção
e recuperação da cobertura vegetal,
além de ações de mobilização,
educação e extensão ambiental.
O valor total de recursos previstos
para investimentos do Governo de Minas no projeto
é R$ 1,2 bilhão aplicados na implantação
de estações de tratamento de esgoto
(ETEs) em municípios da RMBH, interceptores
e ampliação de redes coletoras, além
de empreendimentos e intervenções
conjuntas com as prefeituras do trecho metropolitano
da bacia, entre Itabirito e Jequitibá. 19
ETEs já estão em funcionamento, com
previsão de instalação de mais
11 estações até o final do
prazo proposto pelo projeto.
Para 2009 estão previstos
investimentos de R$ 1,05 milhão em ações
de saneamento e intervenções em fundos
de vale, educação e mobilização
ambiental, integração das informações
da rede de monitoramento da qualidade da água,
projetos de intervenções para municípios
fora da concessão da Copasa, viabilização
da navegação turística, trabalhos
de extensão ambiental e a elaboração
do plano de saneamento ambiental da Bacia do Ribeirão
da Mata.
Segundo a coordenadora executiva
da Meta 2010 pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Myriam
Mousinho, o grande foco de recuperação
da bacia é o saneamento, mas também
estão sendo realizadas ações
de manutenção e recuperação
da cobertura vegetal com ênfase em matas ciliares
e áreas de recarga hídrica, ações
de mobilização, educação
e extensão ambiental, integração
da rede de monitoramento da qualidade da água
e estudos de viabilidade para a implantação
de navegação turística no trecho
compreendido entre Sabará e a Fazenda Jaguara
Velha, em Matozinhos.
Em parceria com a UFMG, por meio
do Projeto Manuelzão e do Instituto de Ciências
Biológicas (ICB), o Instituto Estadual de
Florestas (IEF) também vem atuando na recuperação
de áreas degradadas e da cobertura vegetal
com o plantio de 1.800 hectares entre 2008 e 2010.
Em 2008, cerca de 2.000 pessoas
participaram dos 17 seminários de mobilização
realizados pelo projeto com o objetivo de envolver
a sociedade do entorno da bacia em ações
de educação ambiental e promover a
sensibilização, a mobilização
e a participação da comunidade nas
atividades da Meta 2010. Foram realizados também
três seminários para a capacitação
de professores das redes municipal, estadual e privada
de ensino.
Paralelamente, programas de extensão
ambiental, incluindo o manejo integrado de micro-bacias,
a implantação de bacias e terraços
de captação de chuvas, a proteção
de nascentes e de Áreas de Preservação
Permanente (APP) estão sendo executados pela
Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), com atuação
direta junto aos produtores rurais.
Seminário Internacional
sobre Revitalização de Rios
Para conhecer iniciativas de sucesso
desenvolvidas no mundo e promover a troca de experiências
entre gestores públicos e profissionais de
diversas áreas, o Sistema Estadual de Meio
Ambiente (Sisema) e a Copasa realizaram em setembro
o 1º Seminário Internacional Sobre Revitalização
de Rios.
Durante o evento, foram apresentadas
experiências de revitalização
de rios em todo o mundo, como a do Tâmisa,
em Londres, do Sena, em Paris, do Anacostia, em
Washington e do rio Isar, na Baviera, além
de experiências brasileiras como o rio Tietê,
em São Paulo e rios Mosquito e Velhas, em
Minas Gerais.
O seminário foi realizado
dentro do escopo do Projeto Estruturador Meta 2010
e serviu para discutir os desafios para a recuperação
de rios que passam por grandes metrópoles.
As discussões durante o evento ressaltaram
a necessidade da união de esforços
entre governo, sociedade civil organizada e iniciativa
privada.
Fonte: Ascom/Sisema