26 de
Dezembro de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília
- O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão,
acusado de ser o mandante do assassinato da missionária
Dorothy Stang, foi preso hoje (26), no Pará,
por grilagem e estelionato. A prisão preventiva
foi pedida pelo Ministério Público
Federal, após a descoberta da tentativa de
negociação do lote 55, em Anapu, na
região da Transamazônica.
“Ele se apropriou do lote, depois
negou essa apropriação. Ele, como
era conhecido na região, foi preso porque
a Polícia Federal descobriu documentos falsos
de grilagem”, disse o procurador da República
Felício Pontes, que acompanha o caso.
Esse mesmo lote já havia
sido grilado por um fazendeiro, mais conhecido como
Taradão, nos anos 11000. Pontes disse que,
durante a investigação, os depoimentos
do fazendeiro sobre a posse das terras foram contraditórios.
De acordo com a Procuradoria da
República no Pará, o inquérito
da PF, que investiga a grilagem, pode dar origem
a um processo criminal do MPF contra Regivaldo,
que pode ficar preso até o final do processo.
Acusado como mandante do assassinato
da missionária norte-americana Dorothy Stang,
Regivaldo Pereira Galvão ficou preso por
mais de um ano, mas em 2006 conseguiu um habeas
corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) e aguardava
o julgamento em liberdade.
Em novembro, religiosas da Congregação
Notredame, à qual pertencia Dorothy, apresentaram
documentos em que Galvão teria fraudado documentação,
que comprovariam a posse do lote 55.
Após ser detido, o fazendeiro
foi levado para a Polícia Federal em Altamira.
Segundo a Procuradoria da República no Pará,
o fazendeiro também responde a outras ações
judiciais, por trabalho escravo, crimes ambientais
e fraudes.
+ Mais
Procurador diz que mais grileiros
podem ser presos no Pará
27 de Dezembro de 2008 - Yara
Aquino - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Com a prisão, ontem (26),
no Pará, de Regivaldo Pereira Galvão,
acusado de ser um dos mandantes do assassinato da
missionária Dorothy Stang, os grileiros que
atuam na região devem “colocar as barbas
de molho”. A afirmação é do
procurador da República Felício Pontes,
que afirma que outros casos estão sendo investigados
e a expectativa é de que mais grileiros possam
ser presos.
“Conseguimos com o Regivaldo pegar
o peixe maior do ponto de vista econômico.
A mensagem que fica é que se conseguimos
prender o fazendeiro de maior poder econômico
nessa região, é claro que os outros
devem ficar com as barbas de molho”, disse em entrevista
à Rádio Nacional da Amazônia.
O fazendeiro Regivaldo Pereira
foi preso ontem por grilagem e estelionato. A prisão
preventiva foi pedida pelo Ministério Público
Federal, após a descoberta da tentativa de
negociação do lote 55, em Anapu, na
região da Transamazônica. O lote é
o mesmo que levou ao conflito que resultou na morte
da missionária Dorothy Stang, em 2005
No lote é desenvolvido
o Projeto de Desenvolvimento Sustentável
(PDS) Esperança. A terra é pública,
no entanto, grileiros, entre eles Regivaldo, vêm
tentando negociar a terra com documentos falsos
de propriedade. Em outubro deste ano, uma ata do
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) relata uma reunião
em que ele teria afirmado a colonos e agricultores
ter a posse do lote 55 e proposto uma troca por
outras terras. Em depoimento, Regivaldo negou ter
a posse da terra.
O procurador Felício Pontes
conta que a absolvição em segundo
julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura,
conhecido como Bida, e também acusado de
envolvimento no assassinato da missionária,
estimulou outros fazendeiros da região a
tentar grilar terras onde estão assentados
colonos. No primeiro julgamento ele havia sido condenado
a 30 anos de prisão.
“Essas pessoas estão colocando
em cheque o próprio programa de reforma agrária
do governo federal. Não tem como fazer com
que um colono consiga produzir se ele está
ameaçado o tempo todo de ser despejado de
sua terra”, diz o procurador Felício Pontes.
Regivaldo Pereira Galvão
chegou a ficar preso por mais de um ano, mas em
2006 conseguiu um habeas corpus do Supremo Tribunal
Federal (STF) e aguardava o julgamento em liberdade.