13 de
Janeiro de 2009 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Elza Fiúza/Abr
- Brasília - A presidente substituta do Instituto
Chico Mendes, Silvana Canuto, e o ministro Carlos
Minc, na apresentação da série
sobre espécies ameaçadas de extinção.
Brasília - O peixe-boi, a arara-azul e o
mico-leão estão entre as espécies
escolhidas para estrelar uma série de vídeos
educativos sobre animais em extinção,
lançada hoje (13) pelo Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O material é parte de um
acordo de cooperação técnica
assinado com a Fundação Padre Anchieta,
que controla a TV Cultura e o canal por assinatura
TV Rá Tim Bum.
Serão 13 vídeos,
de três minutos e meio de duração
cada, com informações e curiosidades
sobre a vida do animais escolhidos e a importância
da preservação das espécies
para a biodiversidade. Macaco-prego, muriqui, guariba,
cachorro-vinagre, jacaré-açu, tartaruga
marinha, lobo-guará, golfinho-rotador, baleia
e onça-pintada também vão estar
no ar.
De acordo com o ministro do Meio
Ambiente, Carlos Minc, a medida é uma das
iniciativas do governo para tentar reduzir o número
de espécies ameaçadas de extinção
no Brasil. “Essa luta envolve várias outras
ações, como a criação
de novas unidades de conservação,
o aumento da fiscalização e até
mudanças no licenciamento ambiental, para
garantir que a fauna não seja ameaçada
por grandes empreendimentos”, listou.
Os programas serão veiculados
nos intervalos da TV Rá Tim Bum, canal por
assinatura, e em três meses estarão
disponíveis também na TV Cultura,
de programação aberta.
+ Mais
Cientistas defendem mais incentivos
ao uso de energia limpa dos ventos no Brasil
10 de Janeiro de 2009 - Kátia
Buzar - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Segundo estudo feito pelo físico
Fernando Barros Martins, publicado na Revista Brasileira
de Ensino de Física, se todo o potencial
eólico brasileiro fosse convertido, seria
possível gerar cerca de 272 terawatts/hora
(TWh) por ano de energia elétrica. Isso representa
mais da metade do consumo brasileiro, que estava
em torno de 424 Twh/ano, de acordo com dados referentes
ao ano de 2006.
Atualmente, o Brasil utiliza menos
de 1% desta tecnologia e de acordo com o responsável
pelo Laboratório de Instrumentação
Meteorológica do Centro de Previsão
do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o
físico Celso Thomaz, o pouco aproveitamento
deste potencial eólico se dá principalmente
por dois fatores: o econômico e o cultural.
“O preço do aerogerador
ainda é muito alto. Dentro do nosso sistema
não compensa trocar de tecnologia. É
muito mais barato queimar combustível, ainda
que isto esteja comprometendo a sobrevivência
do planeta. O outro fator de entrave é que
o Brasil não tem uma cultura de buscar essas
fontes alternativas de energia, embora a gente tenha
um clamor muito grande dentro da mídia, dentro
da própria sociedade com o aquecimento global”,
avaliou Thomaz.
O chefe do Grupo de Energia e
Meio Ambiente, doutor em geofísica Ênio
Bueno Pereira, acredita que o maior problema não
é tanto o financiamento, como a absorção
da mão-de-obra. “Não há reposição
de pessoal para manter o conhecimento, embora o
Brasil tenha excelentes institutos de pesquisas.
Não adianta formar novos cientistas, pesquisadores.
O governo tem que fixar, contratar esses cientistas.
Precisamos ter uma carreira estável, o conhecimento
científico é um bem de valor incomensurável,
tem uma latência muito grande, o cientista
estuda muitos anos até que ele possa retribuir
esse conhecimento para sociedade”, analisou Pereira.
“O incentivo que o governo tem
oferecido na área de energia renovável
ainda é pouco, o governo tem que dar subsídios,
como fez com Pro-álcool, que tornou-se referência
no mundo todo. O Brasil tem sol o ano todo, somos
um país tropical e não temos quase
nada para a energia solar, por exemplo. Temos que
apostar nessas energia renováveis para substituir
as fósseis. Sabemos dos estragos feitos pelos
países desenvolvidos, injetando grande quantidade
de CO2 na atmosfera. Nossa responsabilidade é
muito grande. Não podemos cometer os mesmos
erros desses países no passado”., acrescentou
Pereira.
Para o pesquisador da área
de energia eólica do Centro de Pesquisa de
Energia Elétrica (CEPEL) Antônio Leite
de Sá a energia eólica só decolou
um pouco no nosso país graças ao Programa
de Incentivo de Fontes Alternativas da Eletrobrás,
(Proinfa). “Agora já vamos ter leilões
específicos para energia eólica, e
isso vai ajudar ainda mais, vai melhorar muito,
seremos uma boa opção, principalmente
no período da seca, quando os níveis
de água ficam baixíssimos, e é
justamente nessa época que os ventos são
mais fortes. Antes, durante a seca, a Eletrobrás
ficava dependendo de energia térmica, cujo
preço é alto e não é
uma energia limpa como a eólica”, defendeu
o cientista.
A Alemanha é uma das maiores
economias do mundo a incentivar a energia renovável:
cerca de 23% da energia que o país utiliza
é a eólica.“Na Alemanha e em outros
países da Europa eles utilizam o medidor
bidirecional. Qualquer pessoa, que tenha condições
financeiras, pode instalar um gerador ou vários
geradores na sua fazenda, por exemplo, e a energia
excedente, aquela que não consumiu, pode
ser vendida para a distribuidora e retornar para
a sociedade como energia limpa”, acrescentou o pesquisador
Leite de Sá.