22 de
Janeiro de 2009 - Flávia Albuquerque - Repórter
da Agência Brasil - São Paulo - Um
estudo realizado pelo Sindicato Nacional das Empresas
de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco)
para avaliar as condições de manutenção
e conservação dos parques de São
Paulo considerou o Burle Marx, na zona Sul, como
o melhor da cidade.
Os parques Ibirapuera, também
na zona Sul, e o da Juventude, na zona Norte, ficaram
em segundo lugar. Em seguida, aparece o parque Villa-Lobos,
na zona Oeste. Dividindo a quarta posição
estão os parques da Independência,
na zona Sul, e o do Povo, na zona Oeste.
O estudo também fez um
ranking dos locais com as piores condições.
Entraram nessa lista os parques Raposo Tavares,
zona Oeste, Chico Mendes, Chácara das Flores,
Santa Amélia, e Raul Seixas, todos na zona
Leste.
O levantamento foi realizado entre
outubro e dezembro do ano passado e analisou os
41 parques mantidos pelos governos estadual e municipal.
O objetivo foi verificar o estado de manutenção
e conservação dos equipamentos considerando
oito itens: vegetação, acessibilidade,
playgrounds, quadras esportivas e pistas esportivas,
equipamentos de ginástica, banheiros e bebedouros.
Foram atribuídas notas e tiradas médias
para compor a classificação.
Para o parque Burle Marx, por
exemplo, os itens vegetação, pista
de corrida e trilha, acessibilidade e banheiros
foram classificados como ótimos. O parque
da Juventude recebeu nota dez em todos os itens
menos na área de ginástica. O do Ibirapuera
só não foi avaliado como ótimo
com relação ao playground, área
de ginástica e pista de corrida.
Segundo um dos coordenadores do
estudo, o arquiteto Pedro Taddei Neto, a idéia
é fazer com que esse estudo sirva como base
para que os investimentos feitos durante a construção
dos parques não se perca com a falta de manutenção
e conservação.
“Os parques em São Paulo
representam um equipamento público muito
escasso. Como a cidade é muito inóspita,
com deslocamento difícil, poluída
e desfavorável climaticamente, os parques
são bastante usados.”
Para Taddei, o fato de os piores
parques estarem localizados na zona Leste e os melhores
em áreas nobres da cidade, mostra desproporção
entre o uso e os recursos para a manutenção.
“Os parques mais frequentados
estão na zona Leste e justamente nesses é
que há menos cuidado”, afirmou.
Segundo ele, por mês, todos
os parques recebem cerca de dois milhões
de visitantes, número que ele considera baixo
em comparação à população
do município. “Alguns desses parques têm
acesso difícil e atividades proibidas, fatores
que atrapalham. Outros parques mais afastados nem
sempre contam com um sistema viário e de
transporte adequado.”
De acordo com o arquiteto, os
dados foram enviados para a secretaria municipal
do Verde e Meio Ambiente e devem ser encaminhados
ainda para a secretaria estadual, Ministério
Público Estadual e Procuradoria do Estado.
“Os dados são apresentados
aos poderes públicos para que se desenvolvam
políticas para melhorar a conservação
desses locais. Nós solicitamos das secretarias
um calendário para a melhoria dos equipamentos."
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a secretaria municipal do Verde e do Meio
Ambiente informou que alguns parques não
possuem determinados instrumentos que foram utilizados
como parâmetro para a pesquisa - dessa forma,
receberam pontuação menor. Segundo
o órgão, os locais possuem perfis
diferenciados o que também influencia nos
aparelhos que possui. Ainda segundo a secretária,
outros parques deixaram de receber pontuação
em quesitos que possuíam porque o avaliador
não teria percorrido todo o local.
A secretaria argumentou que o
parque Raposo Tavares recebeu baixa pontuação
no quesito vegetação porque é
o primeiro da América Latina construído
em cima de um aterro desativado. Dessa forma, o
tipo de vegetação que pode ser plantada
e desenvolvida em sua superfície é
limitado. O parque está em obras desde o
ano passado.
O órgão informou
ainda que o parque Chico Mendes estava em obras
quando o estudo foi realizado e, por isso, alguns
dos pontos apontados pelo levantamento já
estão sanados: os sanitários masculino
e feminino já estão em funcionamento
e o playground está seguro para uso das crianças.
Em termos de acessibilidade, desde
2007, todos os parques municipais tiveram intervenções
de manutenção e reforma, grande parte
deles para garantir acessibilidade universal aos
sanitários.
“O trabalho continua para garantir
acessibilidade universal em todos os equipamentos
dos parques. Os serviços de manutenção
e conservação, bem como de segurança,
têm sido realizados exemplarmente em todos
os parques. Em 2009, o trabalho de atenção
e cuidado com os parques municipais continua”, disse
a secretaria.