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LIVRO RESGATA CONHECIMENTOS DOS PESCADORES DA BAÍA DE GUARATUBA

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Janeiro de 2009

Histórias contadas por pescadores e que trazem o resgate cultural, biológico e ambiental do estuário da Baía de Guaratuba foram reunidas em um livro, lançado pelo secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, no último sábado (17), na comunidade de Caieiras (Guaratuba).

A obra ‘Baía de Guaratuba - Pescadores e Suas Histórias’ foi escrita pelos zootecnistas e pesquisadores Marcio Nascimento e Rodrigo Bertoli, da Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Guaju com o intuito de divulgar os conhecimentos tradicionais das primeiras famílias de pescadores que colonizaram a região.

Os depoimentos dos sete pescadores mais antigos da comunidade foram compilados em 54 páginas. O livro contém informações detalhadas sobre onde estão distribuídas, a alimentação, o habitat natural, tamanho e coloração de 28 espécies de peixes como o Cavalo Marinho, Corvina, Garopa, Linguado, Tainha, Robalo-Peva, Robalo-Flecha e Raia Viola.

Além disso, a obra explica como era feita a pesca artesanal até 1970 - realizada exclusivamente na baía, devido à fartura dos cardumes na época -, a evolução da pesca e a necessidade de ações sustentáveis e de preservação ambiental do estuário para que a atividade não seja ameaçada.

A publicação traz ainda a legislação ambiental para a pesca, informações sobre como deve ser feita a destinação adequada dos resíduos sólidos e líquidos gerados pela atividade pesqueira.

Os autores da obra, Marcio Nascimento e Rodrigo Bertoli, contam que a baía de Guaratuba mantém a terceira maior riqueza em diversidade marinha do mundo.

“Um dos principais pontos positivos deste trabalho foi a identificação de pontos críticos da preservação ambiental das riquezas marinhas do estuário da Baia de Guaratuba e do próprio crescimento populacional”, conta Rodrigo Bertoli.

Já Marcio Nascimento mencionou a satisfação em desenvolver um trabalho que resgata a cultura local e que permite a valorização da comunidade de forma externa e interna.

“Eles terão ainda mais orgulho da sua cultura e dos seus ancestrais”, afirma Márcio. Um capítulo exclusivo sobre extrativismo e a pesca foi incluído na publicação, de autoria do especialista em Meio Ambiente, Fabiano Cecílio da Silva e do engenheiro agrônomo Daniel Muraro.

Cerca de 220 pessoas compareceram ao lançamento, entre pescadores e suas famílias, comunidade da praia de Caieiras e professores de outras regiões do estado.

PARCERIA - O apoio para publicação e reprodução do livro faz parte das atividades do Projeto Caiçara - desenvolvido pela coordenadoria de educação ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, em Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba – lançado nesta temporada de verão.

“Acreditamos que o resgate cultural e a valorização dos conhecimentos das comunidades tradicionais, por meio da educação ambiental, são uma forma de mantermos as riquezas do litoral paranaense. Nosso litoral é lindo, mas é frágil. Precisamos nos unir aos moradores para preservarmos a fauna, a flora e a biodiversidade local”, declara o secretário Rasca Rodrigues.

Ele reforça, ainda, a necessidade de conciliação do uso sustentável dos recursos pesqueiros para evitar a principal ameaça à fauna e a flora da baía de Guaratuba, que ainda é a exploração desordenada dos recursos naturais.

“Práticas ilegais - como a pesca de arrasto, captura de caranguejos fêmeas, uso de malha (rede) menor que o tamanho permitido para a pesca do camarão e a colocação de redes nas bocas dos rios - reduzem drasticamente os recursos pesqueiros da região. Isso leva à perda cultural das populações de pescadores artesanais marginalizadas pela falta da matéria-prima do seu sustento”, afirma o secretário.

Para o próximo ano, a comunidade de pescadores de Caieiras tem planos de lançar um livro de fotografias sobre as espécies e os conhecimentos práticos do dia-a-dia da pesca.

Além disso, um documentário foi produzido pela coordenação de comunicação social da Secretaria do Meio Ambiente para apoiar a divulgação do livro. O documentário ‘Baía de Guaratuba - Pescadores e Suas Histórias Documentário’ tem 30 minutos de duração e segue a mesma linha editorial.

“A idéia é valorizar a atividade pesqueira nos últimos 40 anos e garantir a multiplicação dos conhecimentos tradicionais destas comunidades, em especial, sobre aqueles que são voltados à preservação do meio ambiente. Por este motivo, sugerimos a gravação dos depoimentos dos pescadores, suas histórias de luta e suas conquistas”, resume uma das coordenadoras do Projeto Caiçara, Daniele Daher.

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Ventos e correntes marítimas influenciam na balneabilidade

As correntes marítimas, variações de marés e os regimes de ventos podem influenciar nas condições de balneabilidade das praias. A informação é do oceanógrafo e mestre em Sistemas Costeiros e Oceânicos do Centro de Estudos do Mar (UFPR), Rangel Angelotti, responsável pelo monitoramento inédito, realizado em parceria com o Instituto Ambiental o Paraná (IAP) e a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar).

“Neste sexto boletim de balneabilidade, pudemos observar que os ventos vindos do noroeste e sudeste ajudaram a dispersar a poluição. O vento noroeste, ao contrário do vento Sul que segura a água na costa, dilui a água costeira com a água mais salina da plataforma continental”, explicou Rangel.

“Os ventos também ajudam na mudança das marés e, no Paraná, que possui uma costa mais estreita que os outros estados, isto pode afetar os resultados da balneabilidade, pois as marés quando altas podem diluir a poluição das águas mais rapidamente”, ressaltou o especialista.

Ele falou ainda que a baixa altura de ondas na arrebentação também pode ter contribuído para o aumento no número de pontos próprios. “Isso porque ocorre pouca ressuspensão (retorno) de sedimentos eventualmente contaminados”, completou Rangel que atua no laboratório de Oceanografia Costeira e Geoprocessamento do CEM.

NOVA FERRAMENTA - Os ventos são medidos em anemômetros (equipamentos dotados de hélices que registram intensidade e direção) instalados em quatro pontos do Litoral paranaense: na estação recém-inaugurada na Floresta Estadual do Palmito (Paranaguá), no Centro de Estudos do Mar (Pontal do Paraná) e nas Estações de Tratamento de Esgoto da Sanepar em Guaratuba e Matinhos.

“São novos mecanismos para auxiliar a avaliação da qualidade das águas nas praias paranaenses. A intensidade dos ventos pode alterar os níveis das marés – estas, por sua vez, afetam diretamente os resultados da balneabilidade”, informou a bióloga Franciane Pellizzari, que coordena as análises da balneabilidade, pela parceria formada entre o IAP e a Fafipar.

CORRENTES – O monitoramento das correntes marítimas está sendo feito pelos universitários que atuam nas barracas de balneabilidade instaladas na orla. A cada duas horas, eles lançam ao mar uma garrafa PET com dois terços de água para identificar a direção da corrente. Os resultados são encaminhados ao laboratório da Floresta Estadual do Palmito diariamente.

O estudo sobre o funcionamento das correntes já identificou que no litoral paranaense é comum a formação de correntezas de retorno (rip currents), que são espécies de redemoinhos que propiciam o acúmulo de poluentes e também oferece risco aos banhistas. “Neles, a tendência é uma maior concentração de coliformes fecais em um determinado ponto, interferindo na medição”, ponderou Rangel. “E, quando existem marés altas a tendência é diluir os coliformes fecais, diminuindo os índices de contaminação”, completou.

Já os dados sobre a variação das marés são obtidos junto à Marinha Brasileira, cuja Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) publica mensalmente a Tábua das Marés.

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Técnico da Suderhsa preside a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas

O chefe do escritório da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) em Paranaguá, o geólogo Everton de Souza, é o novo presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS). A solenidade de posse foi realizada na quarta-feira (20), em São Paulo, e contou com a presença de autoridades como o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, além de representantes da Suderhsa, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Sanepar.

Segundo o presidente da ANA, a expectativa para a gestão de Everton é muito boa. “Ele é uma pessoa muito estimada por nós e conhece bem ao trabalho desenvolvido pela Agência, além de ter colaborado muito com a parceria entre ABAS e Agência nos últimos anos”, afirmou. Graças a essa parceria, a ANA desenvolveu uma agenda de águas subterrâneas focada principalmente no apoio à difusão dos conhecimentos sobre o tema.

“Portanto, acredito que não vai haver interrupção nessa cooperação. Pelo contrário, creio que o trabalho conjunto vai crescer ainda mais”, completou.

ELEIÇÃO - A eleição que definiu a presidência da ABAS para o biênio 2009/2010 foi feita de forma direta, no final do ano passado, durante o XV Congresso Nacional de Águas Subterrâneas, em Natal (Rio Grande do Norte). A chapa “Águas Subterrâneas para a Sociedade”, encabeçada pelo paranaense Everton, foi eleita em uma disputa que envolveu mais de 300 votantes.

Entre as principais propostas da chapa estava a difusão de informações sobre águas subterrâneas nos mais diversos setores da sociedade. “Isso inclui reforço nas ações de comunicação, realização de eventos para divulgação do tema e fortalecimento de canais de comunicação como as nossas revistas, tanto a bimensal como a científica que é classificada como nível “A” pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), vinculada ao Ministério da Educação”, detalhou Everton.

Ele destacou que a Lei das Águas - como é conhecida a lei federal número 9.433/97 que dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos - ressalta que a gestão das águas deve ser feita de forma participativa. “Portanto, o acesso à informação é fundamental para que isso aconteça de forma concreta”, afirmou.

A Associação também irá intensificar o apoio a fóruns, colegiados, comitês de bacias hidrográficas e até mesmo conselhos estaduais de recursos hídricos que não têm tradição nesta área. “Poderemos discutir conjuntamente ações para proteger áreas de recarga e como proteger os recursos hídricos subterrâneos do uso indiscriminado, por exemplo”, comentou.

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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