Organizações
não-governamentais (ONGs) que participaram
do Projeto Paraná Biodiversidade se reuniram,
sexta-feira (29), na Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, com o gerente de projetos
ambientais do Banco Mundial, Michael Carroll, e
com o secretário do Meio Ambiente, Rasca
Rodrigues, para avaliar resultados do projeto.
As entidades receberam R$ 20 mil
cada uma para desenvolver ações em
seis meses de trabalho, na área delimitada
por 63 municípios no entorno dos Corredores
de Biodiversidade Araucária, Iguaçu-Paraná
e Caiuá-Ilha Grande. Mais de 50 projetos
foram inscritos em duas etapas do Paraná
Biodiversidade, visando incentivar projetos desenvolvidos
por ongs paranaenses, que se dedicam à causa
ambiental.
O programa, que encerra neste
início de ano, promoveu a conexão
de remanescentes florestais e garantiu o fluxo da
flora e da fauna paranaense.
De acordo com o gerente de projetos
ambientais do Banco Mundial o foco do projeto deveria
ser a geração de renda aos pequenos
produtores. “Umas das coisas mais importantes durante
o projeto foi que os pequenos produtores aprenderam
como conservar a natureza. Este exemplo mostra que
fizemos investimentos no programa que foram exitosos
e trouxeram resultados positivos para o Estado do
Paraná”, disse.
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, destacou
a importância do trabalho. “A Secretaria lançou
a idéia, mas, se não fosse à
participação e contribuição
de todos o projeto não teria se realizado”,
disse.
Para o coordenador de Biodiversidade
e Florestas, Francisco Lange, o Projeto Paraná
Biodiversidade foi modelo de sucesso que pode ser
ampliado. “O importante é que continuemos
atuando para construirmos um mundo melhor”, ressaltou.
EXPERIÊNCIAS - Léo
Marcos de Freitas, diretor financeiro do Grupo Ambientalista
do Rio Iguaçu (Gari) e coordenador do projeto
Conhecendo Nossos Rios, Matas e Animais, disse que
o trabalho foi gratificante. A equipe realizou,
em seis meses, quatro expedições pelos
rios da Bacia do Iguaçu, em Porto Amazonas,
Balsa Nova e São Mateus do Sul. “Levamos
40 alunos das escolas públicas para conhecerem
seus recursos naturais e conseguimos envolver 10%
da população da cidade. Formamos agentes
multiplicadores”, contou.
A técnica em Unidades de
Conservação e educação
ambiental do Instituto de Estudos Ambientais – Mater
Natura, Pollyana Born, que coordenou o projeto “É
de direito saber: A legislação ambiental
na vida das comunidades da APA da Serra da Esperança”
- realizado na região de União da
Vitória (Sudeste do Estado) - destacou a
participação dos técnicos do
Instituto Ambiental do Paraná (IAP) nas oficinas.
“Eles ajudaram explicando a Lei de Crimes Ambientais
e a fiscalização em áreas de
Mata Atlântica, entre outros assuntos que
contribuíram com o nosso projeto”, disse.
Projeto Paraná Biodiversidade
– realizado de 2003 a 2008 em todo o Estado, buscou
levar a educação ambiental para a
família rural e a conservação
da biodiversidade. A Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos em conjunto com as Secretarias
do Planejamento e da Agricultura realizou durante
estes cinco anos 100 eventos de capacitação
de educação ambiental para a população
dos 63 municípios paranaenses inseridos nos
Corredores de Biodiversidade Araucária, Iguaçu-Paraná
e Caiuá-Ilha Grande.
O recurso investido na premiação,
segundo a gerente técnica do projeto, Gracie
Abad Maximiano, é um incentivo para que as
ongs desenvolvam trabalhos na área de conservação,
e de educação ambiental, com relação
à biodiversidade do Paraná.
+ Mais
Governador nomeia novo diretor-presidente
do ITCG
O governador Roberto Requião
nomeou na última terça-feira (27)
o como novo diretor-presidente do Instituto de Terras,
Cartografia e Geociências (ITCG) - autarquia
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(SEMA), recriada no ano de 2005 para garantir a
regularização fundiária do
Estado. O órgão que era dirigido por
José Antônio Gediel, passa a ser conduzido
por Theo Botelho Marés de Souza, que chefiava
a assessoria jurídica da Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos desde 2003.
Formado em direito pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, com
especialização em direito socioambiental,
Theo Marés, afirmou que o objetivo é
manter o excelente trabalho feito por seu antecessor.
“Gediel fez um ótimo trabalho, ele estruturou
o ITCG, montou uma boa equipe. Espero continuar
com o mesmo empenho e competência”, mencionou.
Segundo ele, os principais focos
da sua gestão serão a regularização
fundiária e o zoneamento ecológico-econômico
do estado (ZEE). “Em março entregaremos 170
títulos fundiários em diversas regiões
do Estado. E esperamos concluir o ZEE até
o ano que vem”, ponderou.
Outra meta definida pelo novo
diretor-presidente é a realização
do III Encontro Terra e Cidadania, possivelmente
para julho deste ano. O encontro é organizado
em parceria com a Associação Brasileira
de Reforma Agrária. “Queremos obter o mesmo
sucesso das primeiras edições (2007
e 2008), quando levamos várias informações
sobre a importância da terra e da reforma
agrária”, comentou.
APROVAÇÃO - Para
o ex-diretor-presidente do órgão,
José Antônio Gediel, a escolha de Theo
Marés representa uma renovação
no quadro, necessária para a evolução
do Instituto. “Fiquei muito feliz com a indicação,
sempre fui a favor da renovação. O
ITCG tem uma grande importância para o estado
e um futuro promissor, e precisa ter também
alguém com uma visão renovada”, disse.
O ex-diretor-presidente acredita
que os trabalhos serão os mesmos, mas com
mais agilidade. “Os projetos terão seguramente
uma aceleração”, afirmou. “Vou continuar
ajudando o ITCG, agora de forma indireta”, concluiu.
Gediel se dedicará agora a carreira acadêmica,
como professor de direito da Universidade Federal
do Paraná e como procurador do Estado.