12 de
Fevereiro de 2009 - Roberta Lopes - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - Prefeitos
de municípios com os maiores índices
de desmatamento na Amazônia Legal atribuíram
aos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) a responsabilidade
pela maioria dos desmatamentos na região.
Eles estiveram reunidos hoje (12)
com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de
quem cobraram ajuda para realizar ações
ambientais contra o desmatamento.
O prefeito de Nova Ubiratã
(MT), Osmar Rossetto, disse que grande parte dos
desmatamentos que ocorrem na área de seu
município são causados por assentamentos
da reforma agrária.
“Parte é reforma agrária,
parte é desmatamento. Alguns desses desmatamentos
são legais. O grande problema são
os assentamentos porque não há licenciamento
ambiental”, disse o prefeito que governa o município
com o maior índice de área desmatada,
entre 2007 e 2008.
O prefeito de outro município
mato-grossense, Vila Rica (MT), Nataniel Calixto,
disse que não tem nem carros para fazer a
fiscalização ambiental. “Não
temos nenhuma viatura. Como vamos fazer a fiscalização?
Vemos imagens de satélite onde foi desmatado
a até 200 quilômetros da sede do município
e precisamos de apoio logístico para que
o município possa fazer a fiscalização”.
Outro prefeito que também
culpou os assentamentos do Incra pelo desmatamento
foi o de Santana do Araguaia (PA), Gilgleider Ribeiro.
Ele disse que 100% dos desmatamentos ocorridos no
seu município localizam-se em assentamentos.
“O problema são os assentamentos
e não os assentados. O maior desmatamento
é feito pelo Incra”, disse. “Não existe
nenhum tipo de fiscalização nos assentamentos”,
acrescentou Ribeiro.
O assessor especial do Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), Carlos
Guedes, presente na reunião com os prefeitos
e Minc, rebateu as críticas dos prefeitos
em relação ao Incra, afirmando que
menos de 20% do total das áreas desmatadas
são de assentamento. O órgão
é ligado ao MDA
Ele disse ainda que o Incra está
“fazendo a sua parte” e afirmou que é necessário
regularizar as terras e promover o desenvolvimento
sustentável nos assentamentos. “O Incra fará
sua parte para enfrentar as questões de investimento
em infra-estrutura", disse.
+ Mais
Municípios do Maranhão
devem entrar em lista de maiores desmatadores, afirma
Minc
12 de Fevereiro de 2009 - Roberta
Lopes - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, afirmou que novos municípios
devem entrar na lista dos que mais desmatam a Amazônia.
Ele se reuniu hoje (11) com prefeitos das cidades
que estão no topo desse ranking.
“Os que reduziram muito vão
sair da lista. E nas próximas semanas vamos
ver os critérios para isso. Agora, outros
municípios vão entrar como alguns
do Maranhão, estado onde não havia
município e agora passou a ser o terceiro
da lista”, disse o ministro.
O ministro entregou aos representantes
das prefeituras de 17 dos 36 municípios apontados
como os que mais desmatam na Amazônia imagens
de satélite das áreas degradadas.
Também foi elaborada uma lista com os índices
de desmatamento desses locais.
Os municípios com maior
aumento de área desmatada, de 2007 para 2008,
são Nova Ubiratã e São Félix
do Araguaia, ambos em Mato Grosso.
O ministro também falou
que vai aumentar a fiscalização na
região. Entre as ações previstas
estão o aumento do número de agentes
da Polícia Federal que atuam em ações
ambientais e a criação de delegacias
do meio ambiente na Amazônia.
+ Mais
Agricultura estuda projeto para
zerar desmatamento causado pela pecuária
11 de Fevereiro de 2009 - Roberta
Lopes - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro da Agricultura, Pecuária
a Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse hoje
(11) que sua pasta, em conjunto com outros ministérios,
está finalizando um plano para reduzir a
zero o desmatamento na Amazônia Legal causado
pela pecuária.
O ministro falou do projeto durante
o painel Amazônia: Opções para
a produção rural sustentável
no Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, que
está sendo realizado desde ontem em Brasília.
Segundo Stephanes, o projeto está
sendo discutido pelas áreas técnicas
do ministério com a secretaria de Agricultura,
as lideranças da agropecuária e os
frigoríficos do estado do Pará.
“Estamos elaborando um projeto
em conjunto, um projeto que possa levar o desmatamento
a zero em razão da pecuária. Isso
significa eliminar o fator pecuária como
avanço do desmatamento. Esse projeto já
está bastante avançado e em alguns
nesses estará pronto e vai estabelecer prazos
e metas”, explicou.
Para o ministro, “não faz
sentido desmatar 5 mil hectares para colocar 5 mil
cabeças de gado para gerar dois empregos.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, que também participou do painel, disse
que está acompanhando a elaboração
do projeto e que irá assinar em março
um pacto com a Associação Brasileira
das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec)
para que elas comprem carne de fornecedores que
respeitem as leis ambientais.
“A posição do ministério
é pelo desmatamento zero. Na nossa proposta
nós vamos especificar oito medidas para recuperar
a área degradada e vedar a expansão
da pecuária em áreas reflorestadas.
Esse pacto com a Abiec, vai ser pelo abate legal”,
disse.
O ministro disse ainda que
hoje são abatidas 40 milhões de cabeças
de gado por ano, sendo que 25 milhões, quase
40% do total, tem o carimbo da vigilância
sanitária enquanto o restante é ilegal.
Além disso, algumas dessas cabeças
de gado abatidas ilegalmente vem de áreas
desmatadas.