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APÓS DESOCUPAÇÃO, FUNAI QUER RETOMAR ENTREGA DE CESTAS BÁSICAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2009

17 de Fevereiro de 2009 - Vinicius Konchinski - Dourados - A chefe substituta do escritório da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Dourados (MS), Tânia Matos, afirmou hoje (17) que a entrega de cestas básicas aos indígenas será prioridade durante a retomada dos trabalhos no órgão. Por ter ficado 21 dias fechada por causa dos protestos de um grupo de índios da região, a sede da Funai tem 13 mil cestas básicas que deveriam ter sido entregues no início do mês.

Em entrevista à Agência Brasil logo após os índios deixarem a Funai, Tânia afirmou que espera iniciar a entrega das cestas até sexta-feira (20). Ela afirmou que muitas famílias dependem do auxílio da Funai para se manter. “Temos 45 aldeias na região e só entregamos as cestas, pois sabemos que os índios precisam”, disse.

Ainda de acordo com ela, a distribuição deve ser normalizada entre dez e 15 dias. Já o atendimento à população indígena ainda não tem previsão de normalização e permanece suspenso.

Tânia afirmou também que a regularização do atendimento vai depender dos próximos acontecimentos na região. Os manifestantes desocuparam nesta manhã a calçada em frente à Funai, mas não há garantias de que eles não voltarão a protestar no local. “Existe um insegurança, mas vamos fazer o que for possível”, disse ela.

A índia guarani-kaiowá Dirce Veron, umas das participantes da manifestação, afirmou que os protestos vão mesmo continuar. Ela disse, porém, que em nenhum momento os servidores da Funai foram impedidos de trabalhar e fazer a entrega das cestas básicas.

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Funai de Dourados faz mutirão para entrega de cestas básicas retidas em protesto

19 de Fevereiro de 2009 - Vinicius Konchinski - Enviado Especial - Dourados (MS) - O escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Dourados (MS) iniciou ontem (18) um mutirão para a entrega de cestas básicas e sementes que estavam retidas devido a um protesto que fechou o órgão por 21 dias.

Cerca de 13 mil cestas têm de ser entregues para os mais de 40 mil índios que vivem em 50 aldeias ou acampamentos na região sul de Mato Grosso do Sul.

De acordo com Lizandra Chuaiga, servidora responsável pelo programa de segurança alimentar da Funai de Dourados, o trabalho para a entrega das cestas básicas deve durar até o final da semana que vem.

“Vamos trabalhar até o fim desta semana, depois paramos por causa do Carnaval, e então retomamos o trabalho”, explicou ela, em entrevista concedida hoje (19) à Agência Brasil.

Ontem, afirmou Chuaiga, seis aldeias da região foram atendidas. Hoje, outras 11 receberam as cestas, entre elas a aldeia de Jaguapiru e do Bororó, ambas em Dourados. Estas duas aldeias estão entre as mais populosas do país e abrigam cerca de 13 mil índios guaranis.

Getúlio Juca de Oliveira, cacique guarani-kaiowá da aldeia do Jaguapiru, afirmou que alguns índios da reserva não recebiam as cestas da Funai há mais de um mês. Como o protesto de um grupo de outros indígenas impediu a entrega das cestas no início de fevereiro, o último auxílio que eles haviam recebido foi o de início de janeiro.

“A situação estava preocupante, e vai ficar mais”, afirmou Oliveira. “O tempo não ajudou na plantação. Este ano a colheita deve ser ruim e muito índio vai passar necessidade.”

Ainda de acordo com o cacique, as sementes que a Funai fornece aos indígenas também ainda não foram entregues devido ao protesto. Ele disse que lavouras de arroz e amendoim, geralmente semeadas no início de fevereiro, já não terão a mesma produtividade caso semeadas agora.

Marcos Pereira, responsável pelo programa de atividade produtiva da Funai, ratificou que a produtividade de algumas lavouras será comprometida pelo atraso na entrega das sementes. Ele disse, porém, que espera iniciar as entregas na semana após o carnaval para que, pelo menos, as plantações de milho e de feijão não sejam prejudicadas.

Já o atendimento pessoal dos indígenas na Funai não tem prazo para ser retomado. Segundo o órgão, todos os servidores estão envolvidos com a entrega das cestas e sementes e só quando o mutirão acabar, os outros serviços prestados serão normalizados.

“A parte jurídica e de documentação está toda parada”, afirmou Chuaiga. “Tem índio nascendo, índio morrendo, e a gente não pode fazer nada.”

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Índios de Dourados vão se reunir em assembléia para discutir manifestações contra Funai

19 de Fevereiro de 2009 - Vinicius Konchinski - Enviado Especial - Dourados (MS) - Uma assembléia de líderes indígenas da região sul de Mato Grosso do Sul vai discutir os protestos realizados por um grupo de indígenas contra a atual chefe do escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Dourados (MS), Margarida Nicoletti.

O chamado aty guasu (grande reunião, em língua guarani) deve reunir nos próximos dias 26, 27 e 28, em Amambai (MS), lideranças indígenas de 45 comunidades da região, além de representantes da própria Funai.

O anúncio da assembléia foi feito em comunicado do Comitê Indigenista Missionário (Cimi). Em texto enviado à imprensa, o Cimi afirma que, além de administração de Nicoletti, o trabalho de outros representantes da Funai no sul de Mato Grosso do Sul será avaliado pelos índios.

De acordo com Getúlio Juca de Oliveira, cacique da aldeia Jaguapiru, em Dourados, o encontro deve definir uma posição única das comunidades indígenas sobre a permanência de Nicoletti. “Todos os líderes vão poder falar e a gente vai ver o melhor para as aldeias”, disse.

Oliveira, que representa cerca de 13 mil índios de Dourados, disse que é favorável à permanência de Nicoletti na chefia da Funai em Dourados. Porém, afirmou que está disposto discutir a situação.

Dirce Veron, uma das índias que protestam pela saída de Nicoletti, afirmou que irá ao aty guasu caso seja convidada. Ela e mais cerca de 40 índios acampam há 24 dias em frente ao escritório regional da Funai, afirmou que pretende convencer outras lideranças de que a exoneração de Nicoletti vai melhorar o atendimento dado aos índios do sul de Mato Grosso do Sul.

“Queremos que a cesta básica melhore, que a Funai resolva nossos problemas de documentação e incentive a nossa produção [e] a Margarida [Nicoletti] não quer isso”, afirmou.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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