19 de
Fevereiro de 2009 - Lourenço Canuto - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - O governo
pretende lançar ainda neste semestre programa
que vai estimular a troca de 10 milhões de
geladeiras usadas por modelos novos, que consomem
menos energia elétrica e não poluem
o meio ambiente. A informação foi
dada hoje (19) pelo ministro de Relações
Institucionais da Presidência da República,
José Múcio.
Múcio participou na manhã
de hoje, no Ministério de Minas e Enegia,
de reunião do grupo de trabalho sobre energia,
do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social (CDES), que discutiu a matriz energética
brasileira. O ministro Edson Lobão (Minas
e Energia) afirmou que logo depois do carnaval o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva "vai
bater o martelo" para que o programa comece
a funcionar. De acordo com Lobão, o Brasil
deverá aumentar a produção
de energia elétrica em 50 mil Mw nos próximos
dez anos. Ou seja, 50% sobre o que já é
gerado atualmente no país, equivalente a
105 mil Mw. Ele disse que está havendo sobra
de potencial e, por isso, o Brasil está negociando
parte desse excedente.
Dentro de dois a dois anos e meio
vai haver troca de energia com a Venezuela, de 3
a 4 mil Mw, como já ocorre com outros países
da América do Sul, de acordo com Lobão.
Para tanto, terão que ser construídas
linhas de transmissão nos dois territórios,
ficando cada um com o custo da sua área.
"Essa troca de energia não vai envolver
despesa mútua e dará mais segurança
ao Brasil e ao país vizinho". Já
existe linha de transmissão entre a Venezuela
e o Norte do Brasil, mas ela não suporta
a transmissão de carga adicional, por isso
é necessário criar outra estrutura.
O ministro de Minas e Energia
assinalou que está afastada a possibilidade
de racionamento ou apagão no país.
Ele lembrou que, ao assumir a pasta, "aves
agourentas" diziam que o Brasil ia ter apagão,
porque o ministro não era da área.
"No entanto, o que existe hoje é sobra
de energia e o país está economizando
10% sobre o potencial que produzia antes do racionamento
de 2001".
Lobão revelou que pretendia
propor um programa destinado a estimular mais economia
de energia no país, mas deixou na gaveta
"para ninguém começar a especular
que o setor elétrico brasileiro poderia estar
passando por dificuldade". O plano decenal
de energia, segundo ele, deverá investir
R$ 1000 bilhões na matriz energética
brasileira.
A cada ano esse programa passa
por avaliações e alterações
de rota. O Brasil produz a energia mais limpa do
mundo, lembrou Lobão, ao dizer que, por isso,
não aceita críticas de outros países,
uma vez que também não é dada
prioridade no Brasil à produção
dos combustíveis alternativos em detrimento
da produção de alimentos.
Também o sistema interligado
brasileiro é exemplo para o mundo, assinalou
o ministro na reunião do grupo de trabalho
sobre energia. Lobão afirmou que "tudo
o que se faz hoje no país, na área
de energia ou não, conta com a ampla participação
da sociedade no processo de decisão, coisa
que nunca aconteceu em outros governos".
Lobão também prevê
que até o final do ano deverá haver
um equilíbrio maior no preço do barril
do petróleo, que está demasiadamente
baixo, tornando menos lucrativos os negócios
da Petrobrás. Os preços dos combustíveis
não baixaram junto porque o país hoje
produz o equivalente ao que consome e por isso não
fica à mercê dos humores do mercado,
explicou o ministro. Ele lembrou que, quando o barril
do petróleo chegou a US$ 150 (hoje está
cotado a cerca de US$ 35), os preços dos
combustíveis não aumentaram na mesma
proporção. Em relação
ao querosene de aviação , no entanto,
o ministro reconheceu que o preço já
sofreu baixa considerável em conseqüência
da queda no preço do barril do petróleo
no mercado internacional.
+ Mais
Romaria da Terra denuncia crimes
ambientais contra as águas no Rio Grande
do Sul
24 de Fevereiro de 2009 - Lisiane
Wandscheer - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Cerca de 15 mil pessoas participaram
hoje (24) de um protesto para denunciar os crimes
ambientais no estado do Rio Grande do Sul. Organizada
pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pelo
Vicariato Episcopal de Canoas e pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a 32ª
Romaria da Terra também propôs a reflexão
das comunidades sobre a importância da água.
Com o tema "Água:
sangue da Terra”, o evento deste ano foi realizado
em Sapucaia do Sul, na região metropolitana
de Porto Alegre.
Hoje pela manhã os romeiros
saíram da BR-116 e fizeram uma caminhada
de aproximadamente 2 quilômetros até
as margens do Rio dos Sinos, onde mais de 100 mil
toneladas de peixes foram encontrados mortos, em
outubro de 2006. A principal causa da tragédia
foi o lançamento de resíduos tóxicos
por empresas locais.
Segundo o representante do Vicariato
Episcopal de Canoas, frei Wilson Dallagnol, no fim
do evento foi lida uma carta chamada "Porque
tocam os sinos" e que trazia as principais
reivindicações do grupo.
“Ouvindo o clamor do Rio do Sinos
e de tantas outras águas do Rio Grande do
Sul denunciamos o crime ambiental de 2006 e acobertamento
dos criminosos, o não tratamento adequado
dos resíduos industriais, a omissão
do poder público no tratamento dos esgotos
domésticos, a equivocada visão da
água como instrumento de lucro, a falta de
proteção das nascentes”, diz o texto.
O grupo também criticou
a criminalização dos movimentos populares
no Rio Grande do Sul, o fechamento, por parte do
governo do estado, das escolas itinerantes de ensino
fundamental nos acampamentos do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) e a não-realização
da reforma agrária conforme os anseios populares.
No Rio Grande do Sul, a Romaria da Terra foi realizada
pela primeira vez em 1978.
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Escolas públicas da Paraíba
investem em projetos de agroecologia
21 de Fevereiro de 2009 - Da Agência
Brasil - Brasília - A Fundação
Banco do Brasil e os Institutos Camargo Correa e
Alpargatas lançam no dia 2 de março,
em Campina Grande, na Paraíba, o projeto
piloto de reaplicação de tecnologia
social Produção Agroecológica
Integrada e Sustentável (Pais) em escolas
públicas rurais e urbanas. Conforme material
de divulgação do projeto, inicialmente
210 escolas serão atendidas na região.
O objetivo é fortalecer
a segurança alimentar por meio da educação
ambiental e da mudança dos hábitos
alimentares dos estudantes. A Fundação
Banco do Brasil informou também que até
o ano que vem outros mais municípios paraibanos
vão participar do projeto.
As escolas participantes do projeto
foram selecionadas pela Secretaria de Educação
de Campina Grande. Um dos requisitos para implementação
do projeto é que o terreno tenha pouca ou
nenhuma declividade, seja protegido do vento e esteja
próximo de uma fonte de água, com
luz do sol em boa parte do dia.
De acordo com a documentação
divulgada, exige-se ainda respeito ao meio ambiente.
“Para que alcance bons resultados, a reaplicação
do Pais também deve respeitar o meio ambiente,
a vida, os hábitos e os costumes da população
local e garantir a sustentabilidade das pessoas
e comunidades participantes.”
O Pais é montado em torno
de um sistema de anéis, cada um destinado
a determinada cultura, que complementa a que vem
a seguir. Segundo a fundação, o centro
do sistema de agricultura familiar ecológica
é usado para a criação de pequenos
animais, como galinhas caipiras e patos. O esterco
produzido pelas aves é usado para adubar
a horta – o quintal agroecológico, instalado
ao redor da horta, garante a produção
de frutas, grãos e outras culturas na área.
No informativo, a Fundação
do Banco do Brasil registra que, em todo o país,
a tecnologia social já foi reaplicada em
42 municípios de 14 estados (Espírito
Santo; Bahia; Goiás; Minas Gerais; Paraíba;
Piauí; Rio Grande do Norte; Sergipe; Alagoas;
Ceará; Mato Grosso do Sul; Pernambuco; Rondônia
e Rio de Janeiro).
Os investimentos sociais chegam
a R$ 12,2 milhões e 2.774 unidades foram
construídas em terras de agricultores familiares,
em áreas indígenas e quilombolas,
atendendo cerca de 10 mil famílias. Na Paraíba,
são 90 unidades em Monteiro, Sumé
e Gurjão.
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Minc visita base de pesquisas
ambientais na Antártica
20 de Fevereiro de 2009 - Da Agência
Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, viaja hoje (20) para a Cidade do Cabo,
na África do Sul, de onde embarca para a
Estação Científica Troll, na
Antártica, a convite do governo da Noruega.
A secretária de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente, Suzana Kahn, acompanha o ministro.
Ontem (19), em seu último
compromisso oficial em Nairobi, no Quênia,
Minc participou de encontro com o ministro do Meio
Ambiente da República Tcheca e vice-ministro
da Comissão de Ministros da União
Européia, Martin Bursik. Eles conversaram
sobre mudanças climáticas.
No primeiro dia na Antártica
(amanhã, 21), o ministro participa de painel
de debates que abordará os temas Antártica
e o Aquecimento Global, Mudanças Climáticas
e Ecossistemas Marinhos. Uma curta expedição
à área de Jutulsessen, para observar
o que ocorre em uma região polar vulnerável
às mudanças climáticas, está
prevista para o mesmo dia.
Ainda no sábado, Minc participa
de encontro com a presença do ministro do
Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim, e do vencedor
do Prêmio Nobel da Paz de 2008, o economista
Rajendra Pachauri, para debater o fenômeno
das alterações globais do clima.