7 de Março
de 2009 - Da Agência Brasil - Elza Fiúza/Abr
- Brasília - A engenheira florestal Ana Virgínia
Castelo, da UnB, fala sobre a pesquisa que encontrou
no araçá, planta nativa do cerrado,
substância utilizada como matéria-prima
na produção de perfumes - o linalol
Brasília - Uma pesquisa feita na Universidade
de Brasília pela engenheira florestal Ana
Virgínia encontrou no araçá
do Cerrado (Psidium myrsinides) uma matéria-prima
para perfumes, o linanol.
Segundo a pesquisadora, as pessoas
pensam que a vegetação é de
Cerrado só porque existem árvores
retorcidas, com casca grossa e pouquíssimo
valor, em comparação com a diversidade
da Amazônia, o que é um engano.
A substância linanol está
presente no óleo essencial da planta e, em
cosméticos e perfumes, serve para fixar a
fragrância na pele.
O linanol também pode ser
extraído de outras plantas, como o manjericão
e o pau-rosa da Amazônia. No entanto, o araçá
tem vantagem na questão da sustentabilidade.
“Como o linanol é extraído somente
da folha, é menos degradante ao meio ambiente.
No pau-rosa, por exemplo, extrai-se do tronco da
árvore, que demora 30 anos para crescer.”,
explica Ana Virgínia.
“Ainda não há como
prever o uso comercial do linanol do araçá.
Nós descobrimos a substância nos óleos
essenciais da planta e agora estamos partindo para
pesquisas mais avançadas. Acredito que dentro
de dois ou três anos já se tenha resultados
favoráveis”, acrescenta.