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PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL INTERVALES É APROVADO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2009

12/03/2009 - A paulista Cariniana legalis agradece. Mais conhecida como jequitibá rosa, árvore centenária considerada símbolo do Estado de São Paulo, esta espécie frondosa e que chega a atingir 50 metros de altura, poderá ter muito mais sementes germinando em um dos seus hábitats mais privilegiados no estado, o Parque Intervales. Foi aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, em 18.02, o Relatório elaborado pela Comissão Especial de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas do órgão, referente ao Plano de Manejo do parque.

Com a aprovação, o Plano de Manejo poderá agora ser implementado, aprimorando a gestão ambiental de Intervales e do seu entorno, fazendo a alegria dos jequitibás rosa, onças pintadas, sapos de chifre, quilombolas, bananicultores, mineradoras, prefeituras, ambientalistas e tantos outros que poderão conviver mais harmonicamente e em prol da biodiversidade da região do sudoeste do Estado, entre os vales formados pelos rios Paranapanema e Ribeira de Iguape, e que se constitui numa das mais generosas porções preservadas da Mata Atlântica em solo paulista, rica em cavernas e sítios arqueológicos, históricos e culturais.

O Plano de Manejo, conforme estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, através da Lei Federal nº 9.985/2000, é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação - UC, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.

O Plano proposto para o Parque Estadual Intervales – PEI, administrado pela Fundação Florestal, instituição vinculada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, foi desenvolvido ao longo de dois anos e foi finalizado em setembro de 2008, tendo sido elaborado por técnicos da Fundação Florestal e professores e pesquisadores do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo – USP, com participação de especialistas do Instituto Geológico e de várias outras instituições, envolvendo 66 pesquisadores e técnicos, além de inúmeros colaboradores. As discussões também levaram à realização de mais de 35 eventos e envolveram recursos da ordem de R$ 300 mil reais.

A comissão especial do CONSEMA, que se reuniu por duas oportunidades, no final de 2008 e no início de 2009, para avaliar o Plano de Manejo proposto para o PEI, considerou-o “adequado e suficiente”, ressaltando “a qualidade das informações e das propostas apresentadas” e também afirmando que as “dúvidas e os questionamentos apresentados durante as discussões foram adequadamente esclarecidos.”

Entre outras considerações julgadas mais relevantes, a comissão destacou a integração com as outras Unidades de Conservação que formam, junto com Intervales, o Contínuo Ecológico de Paranapiacaba, o segundo e mais importante corredor ecológico de Mata Atlântica do Estado; a ativa participação do Conselho Gestor do PEI na elaboração do Plano; a intensa discussão sobre os eventuais conflitos com usos e atividades no entorno do PEI, agricultura, mineração e assentamentos, em função do estabelecimento de diretrizes e recomendações na Zona de Amortecimento; a identificação de áreas de grande importância ecológica que representam oportunidades para a ampliação da área protegida na região, o que poderá ser viabilizado por meio da criação de RPPNs, averbação de reservas legais para compensação de propriedades com vegetação insuficiente ou pela anexação, ao PEI, de áreas devolutas, e alocação de recursos de compensação ambiental em processos de licenciamento.

Parque Estadual criado em 1995

O PEI possui área de 41.704 hectares, com perímetro de aproximadamente 229 quilômetros, recebe, aproximadamente, 9 mil visitantes por ano e abrange os municípios de Ribeirão Grande, de Guapiara, de Sete Barras, de Iporanga e de Eldorado. Foi criado por decreto estadual em 1995 e, entre outras legislações específicas, é protegido pelo decreto estadual de 1984 que declarou a APA Serra do Mar, pela resolução de 1985 relativo ao Tombamento da Serra do Mar e Paranapiacaba, pela resolução da UNESCO de 1991 que o incluiu na Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e pela Declaração da UNESCO de 1999, como Sítio do Patrimônio Natural Mundial da Humanidade.

Sua fauna destaca-se pelas 751 espécies registradas de invertebrados, além de, entre os vertebrados, 49 de peixes, 101 de anfíbios, 44 de répteis, 379 de aves e 121 de mamíferos – incluindo no geral 325 de interesse especial para conservação. Apresenta trilhas de curta e média duração, com acesso a cachoeiras, cavernas e mirantes, com trechos de floresta em bom estado de conservação. Permite atividades de “bird-watching” - observação de aves -, muito apreciado por visitantes estrangeiros. Em seu patrimônio histórico-cultural, destacam-se a Capela de Santo Inácio e Encanados no entorno.

Sua sede fica localizada em Ribeirão Grande, à Estrada Municipal, km 25, distante cerca de 270 quilômetros da capital, iniciando-se a viagem pela rodovia Castelo Branco. O acesso aos núcleos do Vale do Ribeira é feito a partir da rodovia Régis Bittencourt.
Texto: Mário Senaga Fotografia: Pedro Calado

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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