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TRABALHADORES DA INDÚSTRIA PEDEM APOIO A MINISTRO PARA USO DO AMIANTO NO PAÍS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

11 de Março de 2009 - Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Trabalhadores da indústria do amianto da variedade crisotila pediram apoio hoje (11) em Brasília ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, para o uso da substância no país. O assunto está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Miguel Jorge, em nota técnica publicada em 2006, o ministério já havia manifestado “não ser contra o uso do amianto crisotila”, desde que fossem mantidos os controles realizados sobre a sua produção, mesmo porque “nem os trabalhadores do setor são contra a utilização do produto”.

O amianto crisotila é usado na fabricação de telhas e caixas d'água, por exemplo. No entanto, especialistas afirmam que suas fibras são consideradas maléficas à saúde e podem provocar doenças como a asbestose, causada pela inalação de partículas, névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), José Calixto Ramos, que participou do encontro, acredita que essas afirmações não têm fundamento, pois o controle da exploração e da fabricação de artefatos com amianto crisotila vem sendo feito há 20 anos, sem que fosse registrado no período nenhum caso de doença provocada pelo produto no Brasil.

“Na verdade, temos adotado medidas que controlam qualquer tipo de ofensividade à classe trabalhadora, desde a extração do minério até o manuseio do fibrocimento. Fazemos também seminários para mostrar como tem que ser usado o minério [para não contaminar o trabalhador]”, disse.

José Calixto Ramos acredita que a defesa do banimento do amianto crisotila está sendo motivada por pressão do fabricante de outra fibra, o polivinílico-álcool (PVA), um produto originado do petróleo. Com o banimento da substância do mercado, a projeção da CNTI é que 160 mil trabalhadores percam seus postos de trabalho.

O médico Carlos Alberto Crespo, que também integrou a comitiva recebida por Miguel Jorge, disse que, além da disputa comercial no Brasil, existe o interesse do mercado europeu, que baniu o produto. “Lá o uso do amianto era completamente diferente, pois eles passavam cola na parede e jateavam o produto", disse. "O produto era usado puro e o trabalhador ficava exposto a milhares de fibras”, completou.

O médico acrescentou ainda que os produtos feitos com amianto no Brasil, como telhas e caixas d’água, não trazem riscos quando são manipulados, além de serem mais baratos do que os produzidos com PVA.

Representante da Federação Internacional dos Trabalhadores do Amianto Crisotila na América Latina, Adilson Santana, que trabalha há 22 anos no setor, afimrou que o produto não oferece nenhum risco nas fábricas e na mineração devido ao rígido controle.

“Os casos registrados foram antes dos anos 80. Depois de instituído o acordo nacional para o uso seguro do produto entre trabalhadores e empresários, não existem mais doenças ocupacionais relacionadas ao amianto”, disse.

Ele enfatizou que existe uma pressão internacional para o fim do uso do amianto em todo o mundo em troca de outras fibras sintéticas, mas que ninguém conhece os riscos que esses produtos podem trazer para as pessoas.

“O que nos assusta é que em outros segmentos, como o mineral, que tem outros produtos como o urânio, tório, terras raras e com sílicas no ar, os trabalhadores estão expostos e ninguém está falando nada”, disse.

No final de janeiro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinou a Portaria nº 43, que proíbe o uso do amianto em obras públicas e bens adquiridos pela pasta e por órgãos vinculados.

“No mundo, 43 países já aboliram [o uso do amianto]. Queremos tecnologia limpa, que não agrida o meio ambiente e o pulmão dos trabalhadores”, disse Minc na ocasião.

No Brasil quatro estados fizeram leis contra o uso do amianto: Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul.

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Relatório do Ibama revela redução dos índices de desmatamento no Amazonas

12 de Março de 2009 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Um relatório de atividades apresentado hoje (12) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aponta redução no índice de desmatamento no Amazonas em 2008, em comparação com o ano anterior. Na comparação com os demais estados da Amazônia, o Amazonas tem o quarto melhor resultado, ficando atrás do Amapá, Tocantins e Acre. Pará, Mato Grosso e Maranhão tiveram os piores resultados.

De acordo com o relatório, no ano passado, o Amazonas registrou 479 km² de desmatamento contra 610 km² em 2007.

O total da área desmatada em 2008 também representa o melhor resultado dos últimos cinco anos no estado: houve 30,7% a menos em comparação com o ano de 2003, quando o Ibama registrou quase 1,6 mil km² de terras degradadas. Segundo o superintendente do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira, a redução da área desmatada no Amazonas revela o bom desempenho das ações de controle e fiscalização ambiental. “Somos um estado florestal, e a manutenção da nossa floresta é a principal meta”, ressaltou Pereira.

Em 2008, entre os estados da Amazônia, o que mais desmatou foi o Pará, com 5.180 hectares, seguido por Mato Grosso e Maranhão, com 3.259 ha e 1.085 ha, respectivamente. Na opinião de Henrique Pereira, o controle ambiental nesses estados é mais difícil do que no Amazonas, pela presença, sobretudo, de rodovias.

“Diferentemente do Amazonas, o Pará tem malha viária extremamente significativa e a equação estrada e desmatamento é muito conhecida. Imagino que seja mais difícil controlar o desmatamento numa região em que o processo de ocupação humana e o surgimento de novas estradas, cidades e empreendimentos se dá muito mais intensamente que no caso do Amazonas”, considerou.

O relatório de atividades do Ibama no Amazonas revela ainda que foram aplicados 1.054 autos de infração em 2008, o que equivale a uma arrecadação de R$ 583 milhões. Em termos de áreas, foram embargados mais de 70 mil ha. Com o embargo, o proprietário das terras consideradas ambientalmente irregulares fica proibido de usá-las até a completa regularização.

De acordo com o relatório, o Ibama promoveu seis meses de operações de campo no ano passado no Amazonas. A maioria das denúncias recebidas pelo instituto referia-se a casos de degradação ambiental e de crimes contra a fauna.

Para este ano, a expectativa do Ibama no Amazonas é garantir recursos para a fiscalização ambiental e que haja concurso público para contratação de novos servidores.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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