Carla
Lisboa - Brasília (20/03/2009) – Cerca de
oito mil filhotes de quelônios nasceram nas
praias da Estação Ecológica
(Esec) Juami-Japurá, na margem direita do
rio Japurá a 400 quilômetros do município
de Tefé, na Amazônia, graças
à fiscalização e ao monitoramento
da equipe de gestores do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
que atuam na unidade de conservação.
Durante seis meses, a equipe protegeu 285 covas
e garantiu a reprodução e o nascimento
das tartarugas-da-amazônia, tracajás
e iaçás.
Para assegurar o resultado, a equipe do Instituto
contou com a colaboração de três
agentes ambientais voluntários e teve de
deslocar várias covas localizadas em praias
mais longínquas para a praia em que foi realizado
o monitoramento. Nessa segunda temporada de proteção
aos quelônios, que começou em setembro
do ano passado e se encerrou na primeira quinzena
de março, foi contabilizado também
um aumento 125% de filhotes em comparação
com o período em que o projeto de conservação
dos quelônios foi executado na região
pela primeira vez, entre 2007 e 2008.
De acordo com a equipe do ICMBio,
a espécie que apresentou maior aumento no
número de filhotes foi a tartaruga-da-amazônia,
que chegou a procriar 3.200 animais. O chefe da
Esec, Leonard Schumm, atribui esse crescimento à
ampliação do número de covas
que aumentou de duas, no período entre 2007
e 2008, para 30, entre 2008 e 2009.
Segundo ele, esse aumento deve-se
à ampliação da área
de atuação. Dessa vez, a equipe estendeu
sua ação a praias mais de 100 quilômetros
distantes do local em que as atividades de proteção
foram desenvolvidas, as quais são as mais
usadas para captura de quelônios e para coleta
de ovos. Para acessar esses locais, levam-se cerca
3 horas de voadeira (embarcação) a
contar da base em que estavam situados os agentes
ambientais voluntários. “Isso demandou grande
esforço e energia dos voluntários
envolvidos no trabalho”, conta.
Outro fator que garantiu o aumento
do número de animais e sucesso do projeto
foi a participação da comunidade.
Para surpresa da equipe de gestores da unidade de
conservação, a população
do município, cuja cultura tradicional é
a de consumo dos quelônios, apoiou o projeto
desde o início. “Os resultados geraram uma
grande satisfação aos atores envolvidos,
principalmente entre os agentes ambientais voluntários,
que ficaram seis meses isolados numa ilha em frente
ao rio Juami”, informa.
O esforço da equipe foi
compensado pela prefeitura de Japurá que,
no final do período, doou um bote e um motor
de popa para as atividades da próxima temporada.
O projeto de conservação dos quelônios
do entorno da Esec contou com o apoio da Prefeitura
de Japurá, que cedeu um motor de popa aos
agentes voluntários, e com o Programa ARPA
e Projeto Corredores Ecológicos, que financiaram
o trabalho. A equipe espera que na próxima
temporada, 2009/2010, essa ampliação
se consolide. É preciso maior apoio da Prefeitura
de Japurá e o aumento no número de
agentes ambientais voluntários participantes.
Ascom/ICMBio
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Parque testa tecnologia para fazer
chover na Chapada Diamantina
Elmano Augusto - Brasília
(18/03/2009) – A partir desta quinta-feira (19),
a chefia do Parque Nacional da Chapada Diamantina
testa um projeto que vai, literalmente, fazer chover
na área do parque, que fica no sertão
da Bahia. Um avião monomotor sobrevoará
a região e irrigará as nuvens com
jatos de água filtrada, provocando chuvas
sobre a vegetação.
A tecnologia, até então
inédita em unidades de conservação
(UCs), pode vir a ser uma eficiente ferramenta na
prevenção de incêndios florestais.
A Chapada Diamantina é uma das UCs federais
que mais registram focos de calor. Na semana passada,
houve vários incêndios, só debelados
nesta terça-feira (17).
“Não pretendemos usar as
chuvas artificiais como medida emergencial para
combater incêndios. Nossa idéia é
fazer o uso preventivo, durante todo o ano, de modo
que, mesmo em períodos de seca, a vegetação
se mantenha verde e torne-se menos vulnerável
ao fogo”, explica o chefe do parque, Christian Berlinck.
O Projeto Piloto de Chuvas Artificiais
(PPCA) é uma parceria da direção
do parque com a empresa Modclima Pesquisa e Desenvolvimento
Ltda, de São Paulo, que trabalha em soluções
tecnológicas limpas para gerar modificações
controladas no clima e no meio ambiente.
A tecnologia que será testada
no parque é chamada de “semeadura de nuvens”.
Consiste em injetar, por meio de um avião,
jatos de água em nuvens do tipo cumulus,
estimulando-as a crescer e a entrar em processo
de precipitação, como ocorreria numa
situação natural.
Ao contrário de outras
técnicas, que usam produtos químicos,
como o nitrato de potássio, para provocar
chuvas artificiais em áreas agricultáveis,
a tecnologia da Modclima utiliza apenas água
filtrada, totalmente pura, o que elimina qualquer
possibilidade de contaminação da flora
e fauna do parque.
Nesse primeiro teste, o avião
fará a “semeadura” das nuvens durante dois
dias – os sobrevoos começam nesta quinta
e vão até a sexta-feira (19). Dependendo
dos resultados, o projeto pode se tornar permanente.
Além da Modlcima, que fará
o teste sem maiores custos para a unidade, o projeto
piloto conta com o apoio da Petrobrás, que
cedeu combustível para os aviões,
e da Pousada Canto das Águas, que garantiu
a hospedagem da equipe vinda de São Paulo.
Ascom/ICMBio
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Príncipe Charles visita
Flona do Tapajós e dança carimbó
Brasília (16/03/2009) –
O príncipe Charles, herdeiro da Coroa britânica,
visitou no sábado (14) projetos ambientais
em Santarém, no oeste do Pará, onde
teve um encontro com a governadora Ana Júlia
Carepa, pesquisadores e lideranças locais.
Ele chegou à cidade no início da tarde
e foi de carro até a vila de Alter do Chão,
a 30 km da sede do município. De lá,
seguiu de barco ao município vizinho de Belterra,
onde visitou a Floresta Nacional do Tapajós,
administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio).
Em Belterra, ao lado da governadora
do Estado, o príncipe visitou a comunidade
do Maguari, que têm no artesanato uma das
principais fontes de renda. A partir do latéx,
matéria-prima da borracha, artesãos
constroem miniaturas, enfeites e acessórios
(bolsas, colares, pulseiras etc). O resultado deste
trabalho foi mostrado ao príncipe que, atendendo
ao convite da governadora, também ensaiou
alguns passos de carimbó, ritmo característico
do Pará. Em seguida, junto com a comitiva,
eles fizeram uma breve caminhada na Floresta do
Tapajós.
FUNDO – Exatamente às 13h30,
o príncipe Charles embarcou no barco Ana
Beatriz, acompanhado de uma comitiva de cerca de
30 pessoas, entre elas o embaixador britânico
no Brasil, Alan Charlton; membros da imprensa inglesa,
além de representantes do Ministério
das Relações Exteriores e do Consulado
do Itamaraty.
Tarso Azevedo, diretor do Serviço
Florestal Brasileiro, presente na comitiva, explicou
que, por meio de um mecanismo global de investimentos,
baseado na quantidade da emissão de gás
carbônico na atmosfera, países tropicais
receberão benefícios de outros países.
No Brasil, o valor será
gerenciado por meio do Fundo Brasileiro Amazônico,
que possui sete áreas de atuação,
como as áreas protegidas. Ele lembrou ainda
os desafios específicos de uma região
com a dimensão territorial da Amazônia.
Até a reunião de
Copenhagen (Dinamarca), em dezembro deste ano, será
definido o volume destes investimentos, garantiu
Azevedo, destacando que a Noruega já garantiu
ao Brasil, para 2009, U$100 milhões.
Desenvolvimento sustentável,
gestão de recursos naturais e cooperação
global para proteção do patrimônio
ambiental são preocupações
do príncipe Charles, que há décadas
trata dos temas por meio da fundação
que dirige, a Prince's Rainforest Project (Os Projetos
de Florestas Tropicais do Príncipe).
FLONA – Floresta Nacional é
uma área composta essencialmente por espécies
nativas e que tem como objetivo essencial o uso
múltiplo sustentável dos recursos
florestais e a pesquisa científica voltada
para a exploração sustentável,
permitindo a permanência de população
tradicional já existente no local.
Situada no oeste paraense, a Floresta
Nacional do Tapajós é uma unidade
de conservação federal criada por
decreto, em 1974. Administrada pelo ICMBio, a Flona
do Tapajós, com área aproximada de
545 mil hectares, inclui os municípios de
Belterra, Aveiro, Rurópolis e Placas. Os
acessos à floresta podem ser pela BR-163,
partindo do município de Santarém,
ou pelo Rio Tapajós.
Secom-PA/Ascom-ICMBio