02/04/2009
Brasília (2.4.2009) - A substituição
da gasolina pelo etanol de cana-de-açúcar
pode reduzir em 73% as emissões de CO2 na
atmosfera. A conclusão é de pesquisadores
da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica/RJ,
que avaliaram ainda a quantidade de gases de efeito
estufa produzida em cada etapa do processamento
do etanol e da gasolina.
A pesquisa foi desenvolvida com
base em dados do painel de mudanças climáticas
da Organização das Nações
Unidas (ONU) e em medições diretamente
no campo. Todo o processo foi avaliado, nas fases
de emissão de gases na fabricação
e aplicação de fertilizantes no campo,
construção da usina de álcool
e fabricação das máquinas e
tratores. O mesmo procedimento foi adotado em relação
à gasolina, considerando a emissão
dos gases desde a extração do petróleo
até a combustão do produto nos motores
dos veículos.
Os pesquisadores avaliaram um
carro movido a gasolina num percurso de 100 quilômetros
e as emissões de CO2 no trajeto. O resultado
foi uma redução de 73%, quando utilizado
o veículo movido a álcool, comparado
ao movido a gasolina pura. Em relação
ao diesel, a queda foi de 68%.
A pesquisa mostra ainda que, caso
a prática da queima para colheita da cana
seja completamente eliminada e feita mecanicamente,
os valores da redução das emissões
alcançarão 82%, em relação
à gasolina, e 78%, ao diesel. (Lis Weingärtner,
com informações da Embrapa)
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Governo discute panorama atual
para os biocombustíveis
03/04/2009 Brasília (3.4.2009)
- Representantes do Conselho Interministerial do
Açúcar e do Álcool (Cima),
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES), da Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
e da Casa Civil da Presidência da República,
discutiram, nesta sexta-feira (3), o panorama do
setor sucroalcooleiro e as medidas que poderão
ser adotadas para dar maior sustentabilidade a esse
segmento do agronegócio. Também foram
tratadas questões relacionadas à comercialização,
ao financiamento e às perspectivas do mercado
de etanol. As atividades do Plano de Desenvolvimento
da Produção (PDP) do etanol foi outro
assunto debatido.
Fazem parte do Cima, o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC), Ministério
da Fazenda (MF) e Ministério de Minas e Energia
(MME).
De acordo com o diretor de Cana-de-açúcar
e Agroenergia, da Secretaria de Produção
e Agroenergia do Mapa, Alexandre Strapasson, “em
apoio ao setor, o governo federal, como ação
imediata, retomou o programa de financiamento à
estocagem de etanol, com a liberação
de R$ 2,3 bilhões para financiar cerca de
5 bilhões de litros de etanol a serem escoados
na próxima entressafra”.
Essa medida reduz a volatilidade
de preços, melhora a condição
de abastecimento futuro do biocombustível
e fornece capital novo para as usinas durante a
safra. Além disso, também haverá
liberação de recursos para os pequenos
fornecedores de cana-de-açúcar da
região Nordeste, através do programa
de subvenção econômica. (Inez
De Podestà)