É
fácil confundir um jequitibá vermelho
com uma castanheira sem o equipamento adequado.
Agora, para identificar uma perobinha é só
cheirar a madeira. Ela tem um cheiro parecido com
o vinagre., explica a responsável pelo setor
de Madeira e Produtos Florestais do Instituto Florestal
- IF, órgão da Secretaria Estadual
do Meio Ambiente SMA, Sandra Monteiro Borges,
enquanto examinava cuidadosamente diferentes amostras
durante fiscalização realizada, em
20.03, na região central da cidade de São
Paulo.
A operação, realizada
pela Polícia Ambiental e pelos técnicos
do IF, vistoriou quatro madeireiras e constatou
irregularidades em duas delas. A polícia
apreendeu 140 m³ de madeira, o que equivale
a 112 toneladas, e emitiu autuações
no valor total de R$ 336.117,84. A principal infração
foi a não apresentação do Documento
de Origem Florestal - DOF, documento que comprova
a origem da madeira.
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A operação teve
um resultado significativo. Vistoriamos duas madeireiras
com várias irregularidades, mas fiscalizamos
outras duas que não apresentaram nenhum problema.
Uma delas, inclusive, pode ser considerada um exemplo,
pois apresentou todos os documentos e mantém
toda a madeira organizada no pátio, relatou
o 1° Tenente Marcos Alves Diniz, que comandou
a operação.
Curso de identificação
Os resultados obtidos não são apenas
parte de uma fiscalização de rotina
do projeto São Paulo Amigo da Amazônia,
mas também frutos do curso de identificação
online, ministrado por técnicos do Instituto
Florestal, realizado entre os dias 16.03 e 19.03,
com a participação de 30 oficiais
da Polícia Ambiental. O objetivo é
o treinamento para o uso dos novos equipamentos
que agilizarão as operações,
permitindo um maior número de fiscalizações.
No final de 2008, foram adquiridos
dez lap tops e cinco microscópios portáteis
para obtenção de imagem digital, além
de um software específico para a visualização
de imagens da madeira. Com esse equipamento, a Polícia
Ambiental consegue enviar as imagens tiradas com
o microscópio para os técnicos do
IF, que informam imediatamente se é ou não
a espécie de madeira que consta no DOF.
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Os equipamentos contribuem muito
na fiscalização, pois são poucos
os especialistas em anatomia e identificação
de madeira. Acreditamos que com a utilização
dos novos equipamentos as fiscalizações
serão mais rápidas e frequentes.,
afirma o diretor do Centro de Programação
de Uso Sustentável da SMA, Carlos Eduardo
Beduschi. Os cursos semanais estão programados
para acontecer duas vezes por mês, com a previsão
de que 150 policiais sejam treinados até
o mês de maio.
CADMADEIRA
As madeireiras que querem orientações
sobre como regularizar sua situação
e obter o certificado Madeira Legal da SMA devem
cadastrar se no sistema Cadastro de Comerciantes
de Madeira no Estado de São Paulo - CADMADEIRA.
O objetivo principal do CADMADEIRA é estabelecer
procedimentos ecologicamente corretos na aquisição
de produtos de madeira de origem nativa. A adesão
ao CADMADEIRA é voluntária, mas a
empresa que se cadastrar terá vantagens como
à participação em licitações
abertas pela Administração Pública
Estadual a partir de 1º de junho de 2009. Os
proprietários de madeireiras interessados
em se cadastrar no programa podem acessar no site
SIGAM
Texto: Ludmilla Fregonesi Fotografia: José
Jorge