22 de
Abril de 2009 - Lourenço Canuto - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - Uma
empresa brasileira vai produzir anualmente 200 mil
toneladas de matéria-prima para a produção
de plásticos a partir da cana-de-açúcar.
Chamado de plástico verde, o material tem
origem 100% renovável e contribui para absorver
mais gás carbônico da atmosfera do
que emite ao longo do seu ciclo de vida.
A iniciativa é da empresa
petroquímica Braskem que vai lançar
ainda hoje (22) em Triunfo, no Rio Grande do Sul,
a pedra fundamental do Projeto Verde da Braskem,
planta industrial da fábrica cujas obras
vão gerar 1.500 empregos.
A unidade deverá estar
concluída no final do próximo ano
e consumirá investimentos de R$ 500 milhões.
Segundo o responsável pela comercialização
de polímeros verdes da Braskem, Luiz Nitschke,
essa será a primeira operação
em escala comercial no mundo da produção
de polietileno verde a partir de matéria-prima
totalmente renovável.
Nitschke informou que a produção
será destinada ao mercado do produto alternativo,
que consome em todo o mundo 70 milhões de
toneladas de polietileno por ano. O consumo de plásticos
provenientes de todas as origens chega a 200 milhões
de toneladas ao ano, de acordo com ele.
Ele explicou que, inicialmente,
será usada cana proveniente de São
Paulo, mas o projeto vai estimular também
a exploração da cultura no estado.
O zoneamento agrícola da cana-de-açúcar
no Rio Grande do Sul foi divulgado na semana passada
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
O polietileno verde vai ser produzido
a partir de uma resina sintetizada do etanol e permitirá
a fabricação de tanques de combustível
para veículos, filmes para fraldas descartáveis,
recipientes para iogurtes, leite, xampu, detergentes.
O polietileno é fornecido
à indústria em forma de bolinhas que
são então transformadas nas embalagens
ou em peças para diversas finalidades, como
para a indústria de brinquedos.
Nitschke afirma que usar álcool
para produzir polietileno não vai provocar
impacto na produção de açúcar
ou de combustível, tendo em vista a potencialidade
do Brasil nessa área. O país, conforme
destacou o executivo, produz 500 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar por
ano e praticamente metade vai para a industrialização
do etanol e os 50% restante, para a produção
do açúcar.
A planta que a Braskem terá
funcionando no ano que vem envolverá o uso
inicial de 400 milhões de litros de álcool.
De acordo com Nitschke, a agropecuária usa
220 milhões de hectares para a criação
de gado e 3,4 milhões para a de cana, o que
representa apenas 1% da terra arada no Brasil. Para
ele, "não há equação
possível, em relação à
cultura da cana, que justifique embaraços
aos planos da matriz energética nacional".
Ele disse, ainda, que a ampliação
do potencial de produção da fábrica
de polietileno verde de Triunfo, nos próximos
anos, dependerá da demanda do mercado internacional.
Nitschke lembrou que o polietileno verde substitui
a matéria-prima proveniente de reservas fósseis
oferecendo um produto de fonte renovável
e que fixa o gás carbônico com a síntese
da resina obtida para a produção do
polietileno.
A inauguração da
planta da Braskem, logo mais, às 16 horas,
deverá contar com a presença da ministra-chefe
da Casa Civil da Presidência da República,
Dilma Rousseff.
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EBC assina convênio com
catadores de material reciclável
23 de Abril de 2009 - Paula Laboissière
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- A presidente da Empresa Brasil de Comunicação
(EBC), Tereza Cruvinel, assinou hoje (23) um termo
de compromisso com quatro cooperativas de catadores
de material reciclável do Distrito Federal.
O objetivo é dar início, já
na próxima segunda-feira (27), a uma campanha
de conscientização que possibilite
a coleta seletiva de plástico, papel e lixo
orgânico.
“Nossa comunicação
pública visa a contribuir para uma melhor
formação da cidadania, seja por meio
de programas e conteúdos como também
por meio de nossas próprias práticas.
Não adiantaria nada divulgar a sustentabilidade
se a gente não pratica”, disse Tereza Cruvinel.
A empresa se comprometeu ainda a veicular um programa,
em rede, que aborde o tema.
A estimativa da Comissão
para Coleta Seletiva Solidária da EBC é
de que, por mês, a empresa produza cerca de
10 mil toneladas apenas de papel. Grande parte do
total de lixo pode demorar até 200 anos para
se decompor.
Além da redistribuição
de lixeiras diferenciadas, a presidente ds comissão,
Norma Lambertucci, garantiu que membros da comissão
vão visitar os escritórios e redações
da empresa, estimulando que os próprios funcionários
tragam o que não é mais utilizado
e para que separem o lixo também em casa.
A coleta seletiva na empresa está prevista
para começar em maio.
O diretor administrativo-financeiro
da EBC, Delcimar Pires, lembrou que a sociedade,
muitas vezes, reconhece a importância de determinados
atos, mas não sabe como colocá-los
em prática. “É uma parcela pequena,
mas que demonstra a responsabilidade social da empresa.”
Para o presidente da Central de
Cooperativas do Distrito Federal, Roni Alves da
Silva, a iniciativa deve ajudar não apenas
as cooperativas como diversas famílias que
moram na capital e sobrevivem da coleta seletiva.
Assinaram o termo de compromisso
a Associação dos Catadores e Recicladores
de Brazlândia (Acobraz-DF), a Cooperativa
Popular de Coleta Seletiva de Produtos Recicláveis
com Formação e Educação
Ambiental (Coopativa), a Associação
dos Agentes Ecológicos da Vila Planalto (Ageplan)
e a Recicla Brasília. As cooperativas vão
atuar por áreas, uma vez que a empresa possui
edifícios em diferentes locais da cidade.