Panorama
 
 
 

CÓDIGO AMBIENTAL DIMINUI AUTONOMIA DA UNIÃO EM QUESTÕES AMBIENTAIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2009

6 de Junho de 2009 - Danilo Macedo e Luana Lourenço - Repórteres da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Frente Parlamentar de Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), apresentou esta semana, na Câmara dos Deputados, o texto que promete transformar toda a legislação ambiental brasileira em um só documento, já chamado pelos ruralistas – autores do projeto de lei – de Código Ambiental. Além do Código Florestal, o instrumento substituiria a Lei de Crimes Ambientais, a Política Nacional do Meio Ambiente e as normas que garantem à União a prerrogativa de criar unidades de conservação, por exemplo.

Entre as mudanças, está a extinção de penas de prisão para crimes ambientais e outras que deverão acirrar ainda mais as discussões sobre o tema, como a transferência para os estados da responsabilidade de fixar o tamanho das áreas de proteção permanente ao longo das margens de rios e a concessão de licenciamento ambiental por decurso de prazo.

“O requerimento de licença ou autorização ambiental, desde que tenha apresentado toda a documentação necessária, terá que ser respondido no prazo de até 60 dias após protocolado, sendo que o descumprimento deste prazo implica em aprovação automática do contido no requerimento”, cita o documento.

Atualmente, a área de reserva legal – percentual mínimo de vegetação nativa preservado – varia de 80%, na Amazônia, a 35%, no Cerrado, e a 20%, na Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. A nova proposta não fala em percentuais. Segundo o deputado Valdir Colatto, os valores seriam definidos pelos estados depois da realização dos zoneamentos ecológico-econômicos.

“Não se pode achar que só a União pode determinar [os percentuais mínimos]. Isso é a máxima da ditadura”, afirmou Collato. “O Ibama não tem capacidade para atender à demanda de projetos que esperam licenciamento. Por isso, está engessado. Só em Santa Catarina há 200 projetos de pequenas hidrelétricas parados.”

A proposta ambiental da bancada ruralista cita ainda a possibilidade de desmatamento de áreas de reserva legal. Pelo Código Ambiental, o percentual mínimo a ser preservado seria definido por estado e não por propriedade. As atividades consolidadas nas atuais Áreas de Preservação Permanente seriam mantidas, a não ser que haja dano ao meio ambiente comprovado por laudo de técnico habilitado.

O projeto também tira poderes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que pela proposta, passaria apenas a sugerir e não mais a decidir sobre mudanças em normas ambientais. Ciente da polêmica que envolve a questão ambiental, o deputado Colatto disse que serão realizadas audiências públicas em todo o país para que a sociedade possa conhecer o projeto, opinar e propor alterações.

Os ruralistas esperam aprovar as mudanças até 11 de dezembro, data em que volta a vigorar o Decreto 6.514, que trata das infrações e sanções administrativas ao meio ambiente. “O decreto propõe multas pesadíssimas e aí o país inteiro estaria ilegal”, disse Colatto. Para ele, as cidades também devem atender os requisitos exigidos dos produtores rurais.

No projeto, se fala na remuneração de serviços ambientais, como a preservação de uma área por um agricultor, por exemplo. A compensação financeira dada ao produtor viria da venda de crédito de carbono, do dinheiro de multas ambientais ou de uma cobrança da população na forma de contribuição ao meio ambiente. Para agilizar o andamento das propostas, uma comissão especial pode ser criada na Câmara dos Deputados.

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Escoteiros promovem consciência ambiental com mutirão no Rio

6 de Junho de 2009 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O uso responsável dos recursos naturais, o chamado consumo consciente, pode ajudar na preservação da natureza. Essa é a mensagem que cerca de dois mil escoteiros do Rio de Janeiro querem passar hoje (6), durante atividades em vários pontos da cidade e que também mobilizam cerca de 50 mil escoteiros em todo o país.

O mutirão ecológico está na 18ª edição e ocorre anualmente. A ação reúne jovens entre 6 e 21 anos de idade, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Durante o evento, eles esclarecem sobre os impactos das mudanças no clima na vida das pessoas e no meio ambiente, alertando sobre atitudes simples como o consumo de água e energia elétrica, apresentam objetos recicláveis como vassouras feitas de garrafas PET e até um fogão que funciona à base de luz solar.

Na zona oeste da cidade, as dicas dos escoteiros podem ser conferidas por quem passa pelo Bosque da Barra, na Barra da Tijuca. No local, há oficinas sobre formas de separar o lixo (orgânico e reciclável), além de cursos rápidos sobre como fazer brinquedos e objetos com materiais recicláveis usando latinhas de alumínio, plástico e pano.

De acordo com a diretora presidente da União dos Escoteiros do Brasil (UEB) – Região Rio de Janeiro, Lucia Cordeiro, o objetivo é multiplicar a consciência ambiental. “Queremos influenciar as comunidades em torno de nós, por meio de brincadeiras. São coisas simples como questão da água, luz, lixo até as mais complexas como a preservação do solo e da vegetação. As atitudes das pessoas influenciam no planeta”, afirmou.

Na região metropolitana do Rio, vários grupos também participam da atividade. Em Niterói, há plantio de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e limpeza das trilhas entre o Forte Rio Branco e a Fortaleza de Santa Cruz.

Amanhã (7), na Floresta da Tijuca, zona norte, os escoteiros vão expor abrigos suspensos, barracas, e outros artigos construídos por eles mesmos, usando materiais da natureza.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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