6 de Julho de 2009 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - A prefeitura de Angra dos Reis, no
litoral sul do fluminense, oficializou hoje
(6) a licença de uso do solo para o início
das obras de construção da Usina Nuclear
Angra 3, na Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto.
O presidente da Eletrobrás,
José Antonio Muniz Lopes, disse, em entrevista
à Agência Brasil, que a medida era
o último grande passo necessário para
viabilizar a obra. “Com essa licença, nós
podemos dizer que estamos prontos para começar
a enfrentar o ritmo de obras exigido para que Angra
3 possa entrar [em operação] na data
que todos nós ansiamos”, afirmou.
A conclusão das obras da
Usina Angra 3 está prevista para 2015. O
presidente da Eletrobrás afirmou, contudo,
que será feito um grande esforço para
colocar a nova unidade em operação
até dezembro de 2014. O investimento total
estimado é de R$ 7 bilhões. “A Eletrobrás
vai entrar com uma parte, nós vamos negociar
o financiamento com bancos de fomento internacionais.
E temos também o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES)”, disse.
O alvará de licença
número 108/2009 foi expedido pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
de Angra dos Reis. A licença foi solicitada
pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás,
em agosto do ano passado.
O prefeito Tuca Jordão
autorizou a emissão do alvará depois
que a Eletronuclear se comprometeu a repassar à
prefeitura, como compensação socioambiental,
um total de R$ 150 milhões, que serão
empregados ao longo da construção
da usina, em projetos para a cidade. Mais R$ 167
milhões serão investidos pela estatal
no município de Angra do Reis, em conjunto
com outros parceiros.
Tuca Jordão esclareceu,
em entrevista à Agência Brasil, que
a prefeitura receberá da estatal cerca de
R$ 25 milhões por ano, com os projetos sendo
apresentados pelo município. “Nós
teremos ingerência direta [na formulação
de projetos] em cima de R$ 150 milhões”,
informou.
O Hospital Municipal é
o projeto número um para o prefeito. Com
180 leitos e uma unidade de tratamento intensivo
para 20 pacientes, a obra está praticamente
pronta. “Nós precisamos aportar mais recursos
para equipar o hospital, para entregarmos no início
do próximo ano. Saúde, educação,
saneamento e meio ambiente levam 85% dos recursos”,
afirmou.
Os técnicos da prefeitura
vão trabalhar agora na elaboração
dos projetos que serão apresentados à
Eletronuclear. Tuca Jordão afirmou que serão
abertos convênios com a estatal para cada
projeto específico. “E aí, sim, se
faz o repasse dos recursos para o município”.
+ Mais
Eletrobrás estuda alternativas
para local de instalação da Central
Nuclear do Nordeste
6 de Julho de 2009 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - A Eletrobrás ainda estuda as
melhores alternativas de localização
para que o governo federal decida sobre onde será
instalada a Central Nuclear do Nordeste, disse hoje
(6) à Agência Brasil, o presidente
da estatal, José Antonio Muniz Lopes.
Ele participou, em Angra dos Reis,
no litoral sul fluminense, da cerimônia de
assinatura da licença de uso do solo da prefeitura
para a construção da Usina Nuclear
Angra 3.
Muniz Lopes revelou que, em um
primeiro momento, serão construídas
duas usinas nucleares na Região Nordeste,
“possivelmente no mesmo sítio”. Cada uma
terá uma capacidade de geração
de 1.000 megawatts (MW) de energia. “No futuro,
teremos outras”, afirmou.
Os investimentos para a instalação
das duas usinas iniciais ainda não foram
dimensionados de forma adequada, disse o presidente
da Eletrobrás. Entretanto, estimou que deverão
ser necessários em torno de R$ 10 bilhões
para a construção de cada unidade.
Até agora, quatro estados
já demonstraram interesse em receber a Central
Nuclear do Nordeste (Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco).
+ Mais
TCU autoriza retomada da construção
da Usina Nuclear Angra 3
22 de Julho de 2009 - Sabrina
Craide - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O Tribunal de Contas da União
(TCU) liberou hoje (22) a continuidade das obras
para a conclusão da Usina Nuclear Angra 3,
com a condição de que o valor da obra,
estimada em R$ 1,3 bilhão, seja reduzido
em R$ 120 milhões.
Uma auditoria do Tribunal detectou
preço acima dos praticados no mercado, nos
valores pactuados entre a Eletronuclear e a construtora
Andrade Gutierrez.
A Eletronuclear terá prazo
de 30 dias para tomar as providências necessárias
para cumprir as novas determinações
de repactuação do contrato firmado
com a construtora. Em seu relatório, o revisor
do processo, ministro José Jorge, recomenda
a redução de custos com materiais
como aço, andaimes e equipamentos, além
de serviços como assistência jurídica,
terraplanagem e encargos sociais.
A liberação do TCU
era o último entrave para a retomada da construção
da usina, que foi paralisada em 1986. No início
do mês, a prefeitura de Angra dos Reis oficializou
a licença de uso do solo para o início
das obras. A usina deve começar a operar
em 2014 e terá potencial energético
de 1.350 megawatts. O custo estimado para as obras
de Angra 3 é de R$ 7,3 bilhões.
+ Mais
Eletronuclear seguirá determinação
do TCU em relação à Usina Nuclear
Angra 3
23 de Julho de 2009 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- A Eletronuclear e a Construtora Andrade Gutierrez
se reúnem na próxima segunda-feira
(27), no Rio de Janeiro, para negociar a redução
de R$ 120 milhões no valor do contrato pactuado
entre as partes para a construção
da Usina Nuclear Angra 3, no município de
Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. A redução
do valor foi determinada ontem (22) pelo Tribunal
de Contas da União (TCU), cuja Secretaria
de Obras (Secob) validou o contrato.
O superintendente de Gerenciamento
de Empreendimentos da Eletronuclear, Luiz Manuel
Messias, disse hoje (23) que é viável
a negociação. “A intenção
da Eletronuclear é seguir as diretrizes do
TCU”, avaliou. Messias disse que não haverá
obstáculos por parte da construtora. “Nós
vamos adequar o contrato a esse patamar proposto
pelo TCU”.
O valor fixado pelo Tribunal de
Contas da União equivaleria a cerca de 8%
do contrato. Por isso, o superintendente da Eletronuclear
se mostrou otimista em relação à
possibilidade de adequação dos preços
constantes do contrato. “Acho que tem espaço
para reduzir. Sempre tem um choro”.
A Eletronuclear tem 30 dias para
renegociar o valor do contrato com a Andrade Gutierrez,
de cerca de R$ 1,3 bilhão, e 45 dias para
entregar a posição final ao TCU. Firmado
em 16 de junho de 1983, o contrato se refere apenas
à realização das obras civis
da usina, que englobam a parte de concretagem e
os serviços de acabamento.
Incluindo as etapas que ainda
terão de ser licitadas, entre as quais a
montagem eletromecânica, serviços de
engenharia, compra de equipamentos no Brasil, complementação
dos fornecimentos estrangeiros e alguns serviços
estrangeiros, o total de investimentos necessários
à conclusão de Angra 3 sobe para cerca
de R$ 7 bilhões. O projeto da nova usina
terá por base a unidade de Angra 2, localizada
na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto,
em Angra.
A perspectiva é que, uma
vez aprovada pelo TCU a renegociação
do contrato, as obras de Angra 3 serão iniciadas
imediatamente. A Eletronuclear já possui
as licenças necessárias, concedidas
pela Comissão Nacional de Energia Nuclear
(Cnen), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
e prefeitura de Angra dos Reis.
A estatal, subsidiária
da Eletrobrás, já recebeu autorização
do Ibama, dentro do plano de recuperação
de áreas degradadas, para realizar as obras
de recomposição do canteiro da usina.
A previsão é dar início à
construção da laje de fundação
do reator entre novembro e dezembro deste ano. Segundo
revelou Messias, será feito todo um esforço
para que Angra 3 entre em operação
no final de 2014. A usina vai gerar 1.350 megawatts
de energia.
Em nota divulgada ontem (22),
a Andrade Gutierrez informou que só irá
se manifestar sobre a decisão do TCU após
realizar uma análise detalhada do acórdão
do órgão sobre a repactuação
do contrato referente à usina.