Posted on 07 August 2009 As mudanças
climáticas já são uma realidade.
Fenômenos incomuns e extremos como as recentes
enchentes no Amazonas, Maranhão e Santa
Catarina e, antes disso, a seca recorde na Amazônia,
tendem, segundo os especialistas, a se tornar cada
vez mais frequentes e graves. Isto, segundo estes
estudiosos, é um sinal dramático de
que é necessário agir agora, para
garantir o melhor cenário possível
para a atual e próximas gerações.
Embora ainda haja tempo para a
adoção de medidas que reduzam a trajetória
de mudanças climáticas no planeta,
cientistas afirmam que o aquecimento global é
algo já inexorável e que o melhor
cenário ainda prevê um aumento da temperatura
em 2ºC nas próximas décadas,
o que agravará a situação atual
e exige medidas urgentes que reduzam os impactos
da mudança sobre os ecossistemas em geral,
e em particular, os ecossistemas aquáticos,
grupos sociais vulneráveis e também
sobre diversas atividades econômicas que poderão
ser afetadas.
Uma das medidas mais urgentes deste cenário
é a adaptação às mudanças
climáticas, uma série de respostas
aos impactos atuais e potenciais da mudança
do clima, para minimizar os seus riscos.
A capacidade de adaptação de um sistema
depende de sua vulnerabilidade, que é o grau
de suscetibilidade dos sistemas (biológicos,
geofísicos e sócio-econômicos)
para lidar com os efeitos adversos da mudança
do clima, e sua resiliência, que é
a capacidade do sistema em absorver impactos preservando
a mesma estrutura básica e os mesmos meios
de funcionamento. Quanto menor a vulnerabilidade
de um sistema e maior a resiliência, maior
será o seu potencial de adaptação.
Oficina - - O WWF-Brasil vem desenvolvendo uma estratégia
de adaptação às mudanças
climáticas que aposta na integração
de instrumentos e políticas ambientais brasileiras
e que também resulte em ações
práticas passíveis de implementação
e acompanhamento de resultados.
Nesse contexto, o WWF-Brasil e o HSBC – dentro do
programa global HSBC Climate Partnership – promoveram,
nos dias 3 e 4 de agosto, em Brasília (DF),
uma oficina de especialistas para identificar oportunidades
de atuação no tema, viabilizar o estabelecimento
de um diálogo intersetorial permanente entre
governos, setor privado e sociedade civil organizada
para a formulação de políticas
públicas de adaptação às
mudanças; e desenvolver diretrizes de adaptação
– inclusive para os ecossistemas de água
doce – às mudanças climáticas.
Os debates, apresentações e trabalhos
em grupo serão, agora, formatados e validados,
e devem servir de referencial tanto para a elaboração
de uma estratégia do WWF-Brasil para fazer
face ao problema, como para oferecer subsídios
a governos, organizações e instituições
interessadas no tema.
N.E.:
HSBC Climate Partnership é o programa ambiental
global do HSBC para responder às urgentes
ameaças das mudanças climáticas
em todo mundo. Com investimento de U$ 100 milhões
e duração de cinco anos, o programa
tem ações desenvolvidas pelos parceiros
WWF, The Climate Group, Earthwatch Institute e Smithsonian
Tropical Research Institute (STRI).
+ Mais
Bonn deve preparar o caminho para
o sucesso político do final do ano
Posted on 10 August 2009 Bonn
(Alemanha) – Diminuir o nível de desconfiança
entre os países pobres e ricos e focar na
unificação dos diferentes textos preliminares
para um novo acordo global de clima, excluindo partes
que não resultarão em mudanças
ambiciosas, são as expectativas da Rede WWF
para atual rodada de negociações climáticas
que acontece entre 10 e 14 de agosto, na cidade
de Bonn (Alemanha).
O encontro é um dos últimos
antes da 15ª Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças do Clima, que acontece
em dezembro, em Copenhagen (Dinamarca), na qual
deverá ser assinado o novo acordo global
de clima.
“Para termos um verdadeiro progresso,
as reuniões precisam torna-se mais ágeis
e ajudar o processo político internacional.
É verdade que a decisão de montar
uma casa cabe ao dono, mas alguém precisa
colocar a mão na massa e é por isso
que os negociadores não podem esperar pelos
encontros de alto-nível”, afirma a líder
da Iniciativa Climática Global do WWF-Internacional,
Kim Carstensen.
Desde a reunião do G8+5,
no último mês de julho, na Itália,
as maiores economias do planeta reconheceram o alerta
que os cientistas vêm dando de que é
preciso manter o aquecimento global abaixo de 2ºC
em relação aos níveis pré-industriais.
A Rede WWF acolhe estes novos desdobramentos, mas
lembra que o aquecimento precisa se manter bem abaixo
dos 2ºC para dar aos pequenos países
insulares e alguns ecossistemas chances adequadas
de sobrevivência.
“Depois dos líderes dos
principais países emissores concordarem que
precisamos manter o aquecimento global abaixo deste
patamar, é necessário, em Bonn, colocar
isto claramente nos textos de negociação
das Nações Unidas”, disse Carstensen,
enfatizando: “Se os negociadores decidirem onde
as opções mais ambiciosas podem ser
encaixadas nos textos de negociação
e os consolidarem, teremos atingindo progresso e
uma base sólida para as futuras discussões”.
De acordo com a Rede WWF, os mesmos
países desenvolvidos que concordaram com
a necessidade de manter o aquecimento global abaixo
dos 2º C estão propondo reduzir suas
emissões até 2020 a níveis
muito aquém do necessário, condenando
o planeta a um aumento de 3 ou 4º C.
“Os ditos líderes climáticos
do grupo de países industrializados precisam
comprometer-se com reduções de 40%
em suas emissões de gases de efeito estufa
até 2020 em relação a 11000.
Isto é fundamental para que sua promessa
de manter o aquecimento global abaixo dos 2º
C seja cumprida”, afirma Carstensen.