21 de Setembro
de 2009 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - A senadora
Marina Silva (PV-AC) disse hoje (21) que o próximo
presidente do Brasil deve reconhecer os avanços
da gestão do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e que não necessariamente terá
que romper com as conquistas dos últimos
16 anos. Marina elogiou os avanços nas áreas
econômicas e social dos governos do PSDB e
do PT, respectivamente.
Em entrevista ao programa Roda
Viva, da TV Cultura, Marina afirmou que as conquistas
na área econômica, relacionadas à
estabilização da moeda “deverão
continuar”. Em relação às políticas
sociais, a senadora disse acreditar na continuidade
de programas de transferência de renda, mas
com mudanças. “Não apenas a inclusão,
mas a evolução, para que as pessoas
não dependam para sempre do Bolsa Família.
Tem que haver um processo de libertação
das pessoas de qualquer tipo de dependência
em relação ao Estado”, disse.
Marina disse que ainda não
é candidata pelo PV e evitou falar diretamente
sobre as possíveis propostas eleitorais.
Ao comentar quais deverão ser as prioridades
do próximo governo, a senadora somou às
tradicionais plataformas da educação
e saúde à necessidade de investimentos
em desenvolvimento sustentável, pesquisa
e produção tecnológica.
Perguntada sobre a exploração
das reservas de petróleo e gás da
camada do pré-sal, a senadora afirmou que
“o petróleo é uma fonte de energia
da qual infelizmente o mundo ainda não conseguiu
se livrar”, mas que pode ser utilizado como vetor
para uma economia mais sustentável. “É
uma fonte de energia que precisa ser utilizada para
ser substituída. Tem que ser utilizado muito
mais para produzir conhecimento, para nos fazer
transitar desse modelo baseado em combustível
fóssil”, afirmou.
Marina evitou comentar os projetos
de regulamentação do pré-sal
enviados recentemente ao Congresso e disse que “vai
se debruçar” sobre as propostas com os colegas
de bancada.
A senadora reafirmou a sua posição
contrária à energia nuclear – que
considera cara e insegura – defendeu a geração
eólica, solar e hidráulica e sua gestão
à frente do Ministério do Meio Ambiente,
que chegou a ser apontada como entrave para a aprovação
de novas usinas hidrelétricas.
“As pessoas não estavam
acostumadas a cumprir os procedimentos corretos.
No caso das usinas do Madeira, por exemplo, se não
fossem as condicionalidades, o lago seria oito vezes
maior”, disse.
O programa Roda Viva vai ao ar
hoje (21) às 22h30 na TV Cultura e também
é transmitido pela TV Brasil.