10 de Setembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, disse hoje (10) que é contrário
à liberação da produção
e venda de automóveis de passeio de fabricação
nacional movidos a diesel. A ideia está sendo
cogitada pelo governo, de acordo com o ministro
de Minas e Energia, Edison Lobão. “Não
acho que seja uma ideia especialmente brilhante”,
afirmou Minc.
A venda e a fabricação
de automóveis de passeio movidos a diesel
é proibida no Brasil desde o fim da década
de 1970. Atualmente, apenas caminhões, ônibus,
caminhonetes, jipe a outros veículos comerciais
podem ser abastecidos com o combustível.
O ministro defendeu a ampliação
do uso de etanol e outros biocombustíveis.
“Sou a favor de combustíveis que emitam menos
[gases poluentes e de efeito estufa]”, disse.
Na próxima terça-feira
(15), segundo Minc, o governo vai lançar
um novo programa de etiquetagem ambiental para veículos,
com um sistema de notas que vai classificar os modelos
em relação à emissão
de poluentes e de dióxido de carbono – gás
do efeito estufa.
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Entidades criticam possibilidade
de venda de automóveis movidos a diesel
12 de Setembro de 2009 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A liberação
de carros movidos a diesel seria um retrocesso e
colocaria em risco a saúde de milhares de
pessoas por causa do aumento dos níveis de
poluição, de acordo com ambientalistas
e representantes da sociedade civil. Proibidos desde
o fim da década de 1970, os automóveis
de passeio a diesel poderão voltar a ser
comercializados no Brasil, de acordo com o ministro
de Minas e Energia, Edison Lobão.
“Se essa ideia vingar, vai ser
um crime. Morrem quase 2 mil pessoas por ano somente
na cidade de São Paulo por causa da poluição.
O diesel brasileiro é um dos piores [mais
poluentes] do mundo. Vai ser um homicídio
em massa”, afirmou Oded Grajew, um dos criadores
do Movimento Nossa São Paulo, rede com mais
de 600 entidades da sociedade civil
Segundo Grajew, com os atuais
motores e o diesel atualmente utilizado no Brasil
– que chega a ter 1.800 partes por milhão
(ppm) de enxofre – a medida seria uma catástrofe,
porque o combustível é muito mais
poluente que a gasolina e o etanol.
“Não somos contra o carro
a diesel como conceito, mas contra o carro a diesel
com a tecnologia de motores e combustíveis
que existe hoje no Brasil”, avalia. Na Europa, onde
a frota a diesel corresponde a cerca de metade do
mercado, a concentração de enxofre
no combustível é de 10 ppm e os motores
têm tecnologias para reduzir emissões.
Os ambientalistas também
são contrários à medida. O
ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que
a ideia “não é especialmente brilhante”
e que defende combustíveis menos poluentes,
como o etanol. De acordo com coordenador da campanha
de clima do Greenpeace Brasil, João Talocchi,
a possibilidade de voltar a comercializar veículos
a diesel vai na contramão dos esforços
mundias para redução das emissões
de poluentes e de gases de efeito estufa.
“É uma volta ao passado.
Ao invés de apoiar essa tecnologia antiquada,
esse dinheiro poderia ser investido em tecnologia
para carros elétricos, motores híbridos”,
sugere.
Talocchi acredita que a motivação
para medida é econômica, principalmente
diante da perspectiva de aumento da produção
brasileira de petróleo com a exploração
da camada pré-sal.
“O Brasil quer saber o que fazer
com todo esse óleo, como usará o ouro
negro que pretende extrair da camada pré-sal”,
avalia.