29/10/2009 - O governo federal
finaliza, esta semana, a primeira fase do mutirão
Arco Verde Terra Legal, com o atendimento nos municípios
Mucajaí (RR) e Parnaíta (MT), nesta
sexta-feira e sábado (30 e 31/10). Os caminhões
da operação percorreram, em quatro
meses e meio, os 43 municípios responsáveis
por mais da metade (55%) do desmatamento da floresta
amazônica, levando alternativas para a implantação
de um modelo de produção sustentável.
A expectativa é que sejam realizados cerca
de 250 mil atendimentos, ao final das 40 semanas
do mutirão Arco Verde Terra Legal.
Para o diretor do Departamento
de Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo
Guilherme, o resultado da primeira fase da operação
é positiva. População e governo
participaram ativamente na criação
de uma agenda de compromisso , destacou. Ele acredita
que as ações da Arco Verde vão
ajudar a diversificar a base da atividade produtiva
do local com a adoção de um padrão
tecnológico para evitar o desmatamento.
A avaliação da primeira
etapa do mutirão será realizada nos
dias 11 e 12 de novembro, em Brasília, com
a participação do presidente Lula,
dos prefeitos dos 43 municípios, e de representantes
de todos os órgãos envolvidos. Na
ocasião, os compromissos firmados em cada
município serão transformados em projetos.
A ideia é detalhar as ações,
definindo meios, prazos, metas e cronogramas, que
vão permitir que os órgãos
federais fiscalizem a implementação
de cada projeto.
No próximo ano, o Ministério
do Meio Ambiente vai ajudar os municípios
a saírem da lista dos maiores desmatadores.
Para isso, vai apoiar todos a fazerem o georreferenciamento
das propriedades rurais. O objetivo é fazer
a delimitação da área, o que
vai facilitar na recuperação da reserva
legal, além de permitir um controle maior
dos órgãos de fiscalização
ambiental.
Caravana de atendimento
O mutirão foi lançado
simultaneamente no dia 19 junho nos municípios
de Marabá (PA), Porto Velho (RO) e Alta Floresta
(MT), com a participação do presidente
Lula. Durante quatro meses, três carretas
percorreram mais de 20 mil quilômetros com
equipamento para o atendimento aos moradores. Além
dos serviços de regularização
ambiental e fundiária, houve atendimento
de cidadania e de saúde.
+ Mais
Minc quer integração
maior na preservação dos recursos
hídricos
28/10/2009 - Paulenir Constâncio
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pediu,
nesta quarta-feira (28/10), aos membros do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), em
sua 26ª Reunião Extraordinária,
um esforço maior na implementação
de ações de integração
entre as políticas de preservação
do cerrado e de suas bacias hidrográficas.
Ele lembrou que o bioma, que ocupa 2 milhões
de Km² no Centro-Oeste brasileiro, é
o berço das águas.
Minc, presidente do Conselho,
reconheceu o trabalho do CNRH, mas disse que "poderia
ser mais direto, mais incisivo e com mais propostas".
Segundo ele, as bacias brasileiras estão
perdendo água em quantidade e qualidade e
embora a reconstituição de matas ciliares
e florestas não seja tarefa específica
do Conselho, garantem a sobrevivência dos
cursos d'água.
Ele apresentou números
que apontam que a taxa de desmatamento no cerrado
já é o dobro da que se verifica na
Amazônia. Isso, segundo explicou, ocorre porque
na região amazônica o programa de combate
ao desmatamento vem produzindo reduções
sistemáticas, enquanto no cerrado ele se
mantém ao longo dos anos.
Energia, hidrelétricas,
adaptações do semiárido às
mudanças climáticas pautaram o discurso
de abertura da reunião. Minc defendeu a integração
das ações nas várias áreas
orientadas para o uso múltiplo das águas,
previsto pela Lei das Águas. Lembrou que
a caatinga e o cerrado vem perdendo gradativamente
suas matas ciliares, que evitam o assoreamento e
garantem a preservação dos cursos
d'água e das nascentes.
O uso de agrotóxicos nas
culturas extensivas, o tratamento do lixo e o consumo
excessivo dos sacos plásticos, foram citados
pelo ministro como inimigos da qualidade e da oferta
da água. Todos vetores de poluição
e degradação dos rios, lagoas, canais
e o mar, onde acabam indo parar depois de utilizados.
Para ele, não há como cuidar da água,
sem que isso exija uma participação
direta, integrada e mais efetiva do setor de recursos
hídricos em todos esses assuntos.
O ministro falou, também,
da Política Nacional de Meio Ambiente, aprovada
terça-feira (27/10) pela Câmara, lembrando
que está diretamente relacionada aos recursos
hídricos.
Dados que indicam que um terço
da economia do nordeste serão afetados pelo
aumento de 2,5 graus celsius na temperatura do Planeta,
segundo ele, apontam para uma preocupação
crescente com a oferta de água, principalmente
no cerrado e na caatinga.
Minc alertou os conselheiros para
as preocupações sobre as discussões
em Copenhagen, embora tenham a ver diretamente com
a qualidade do ar, estão ligadas à
preservação dos recursos hídricos.